INÍCIO

03 setembro 2024

ACIS E GALATEA

ACIS E GALATEIA: UM AMOR TRÁGICO

Uma Trágica História de Amor 

A história de Acis e Galatea é uma entre muitas lendas do mundo grego antigo que foram transmitidas ao longo dos séculos, chegando até nos.

Acis e Galatea

O Mito

Acis era um belo jovem, filho de um fauno Fauno e da ninfa Symaethis; Galatea, por outro lado, era uma Nereida, uma das filhas do deus do mar Nereu e Doris. 

Polifemo, era um ciclope, filho de Poseídon (Poseidon, Posidão, Posêidon ou Possêidon), e da ninfa Teosa, vivia sua existência idílica com seus amigos na Sicília. Ele morava em uma caverna junto ao Etna, cuidando de suas ovelhas.

Galatea, Γαλάτεια; aquela que é branca como leite.

Nereu em Grego antigo  Νηρεύς, Nêreús, de νέειν, néein, nadar, na mitologia grega, é um deus marinho primitivo, representado como um personagem idoso, o velho do mar. É filho de Ponto e de Gaia. Desposou a oceânide Dóris e foi pai de cinquenta filhas, as nereiades, e de um filho, Nérites. O seu reino é o Mediterrâneo, e mais particularmente, o Egeu. É conhecido por suas virtudes e por sua sabedoria. Píndaro celebra sua justiça benfazeja, daí seus epítetos "verídico", benfazejo", "sem mentira nem esquecimento".
Tem o dom da profecia e, como outras divindades, pode mudar de aparência. Ajudou vários heróis, como Héracles, que sempre conseguia descobri-lo, mesmo quando mudava de forma.

Dóris, do Grego antigo: Δωρίς/Δωρίδος significa recompensa, na mitologia grega, era uma deusa do mar. Ela foi uma das 3.000 Oceanidas, filhas do Titãs Oceanus e da tcitaníde Tethys.

Tétis em Grego antigo: Τηθύς. Tēthýs era uma titãnide filha de Urano e Gaia, irmã e esposa do titã Oceanus, e mãe dos deuses do rio e dos Oceanidas. Embora Tétis não tivesse nenhum papel ativo na mitologia grega e nenhum culto estabelecido, ela foi retratada em mosaicos que decoravam banhos, piscinas e triclinia no Oriente grego, particularmente em Antioquia e seus subúrbios, sozinha ou com Oceanus.

A beleza de Acis conquistou o coração de Galatea e os dois se apaixonaram profundamente.

No entanto, o amor deles estava destinado a enfrentar desafios, especialmente porque Galatea era procurada pelo temível Ciclope Polifemo. Ciumento e furioso ao descobrir o romance entre os dois, Polifemo se encheu de raiva e decidiu tomar medidas drásticas.

Certa tarde, enquanto os amantes estavam juntos, Polifemo aproximou-se deles, cheio de raiva e ciúme, jogou uma pedra enorme em direção a Acis, matando-o instantaneamente. 

Em desespero, Galatea, incapaz de suportar a perda de seu amado, usou seus poderes divinos para transformar Acis em um rio, para que este pudesse fluir eternamente na natureza.

Desde então, o rio que leva o nome de Acis tem sido uma representação do amor trágico e da beleza eterna. 

Enquanto isso, Galatea continuou sua vida entre as ondas, lembrando-se com tristeza de seu amor perdido. 

Esse mito como muitos outros na mitologia grega, ilustra as complexidades do amor, do ciúme e da tragédia humana.

LEON FERRARI

Artigo de hoje comemora o nascimento de León Ferrari um dos artistas latino-americanos mais consagrados internacionalmente. Foi aclamado na Bienal de Veneza, em 2007, onde recebeu o Leão de Ouro, em reconhecimento por sua obra.
Sua obra desde a década de 1960, desenhos e esculturas são permeados pelo questionamento ético da religião e a denúncia contra o imperialismo. 
A obra “Nosotros no sabíamos”, 1995, deu nome à uma exposição realizada em São Paulo no período de outubro de 2019 à fevereiro de 2020. O título surge como enfrentamento à atitude “nós não sabíamos”, argumento usado por parte da população argentina, à época, para justificar sua indiferença acerca do terrorismo praticado pelo Estado, contra membros críticos e contrários ao governo militar ditatorial, entre 1976 e 1983. A obra de L. Ferrari é povoada por uma crítica clara e ácida à política (fascista militar) é uma crítica persistente e séria a religião cristã.

A civilização ocidental e cristã, escultura de León Ferrari, 1965. 
MALBA, Buenos Aires, Argentina.

A ARTE POLÍTICA DE LEON FERRARI

Artigo de Artur de Vargas Giorgi. (1)
Artur de Vargas Giorgi é doutor em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e professor de Teoria Literária da mesma instituição.

León Ferrari nasceu em Buenos Aires, 3 de setembro de 1920 e morreu no mesmo lugar em  25 de julho de 2013; foi um artista plástico argentino. Grande parte de seu trabalho visa denunciar abusos de poder e intolerância na sociedade.
Segundo o The New York Times, no momento de sua morte ele era um dos cinco artistas plásticos mais provocadores e importantes do mundo. Os pilares da o seu trabalho baseia-se numa dura crítica às guerras, à religião e a todas as formas de intolerância.

Há cento e quatro anos, mais exatamente no dia três de setembro de 1920, em Buenos Aires, nascia León Ferrari. Iniciada na década de 1950, sua longa trajetória como artista, incontornável para o entendimento das complexas dinâmicas da arte contemporânea, sobretudo em situação latino-americana, foi de fato notável.

Por diversos caminhos, que vão do produtivo diálogo com os espaços e os agentes institucionais da arte ao confronto mais explícito com os fundamentos e os juízos da sociedade ocidental, com efeito, mesmo algumas de suas obras mais críticas e polêmicas tornaram-se – valha a conhecida ironia da história – canônicas (como A civilização ocidental e cristã, as séries Nós não sabíamos, Releituras da Bíblia e Nunca mais, entre outras). E de maneira também marcante, certos procedimentos, materiais e linguagens parecem fazer ressoar com facilidade, hoje, a ousadia da sua singular fatura: difícil não recordar trabalhos de Ferrari quando nos referimos, por exemplo, a colagens, apropriações e montagens; ao uso de arames, garrafas de vidro, baratas de borracha e letraset; a esculturas, escrituras, performances etc.

Nesse sentido, seria válido dizer que Ferrari teria contribuído significativamente para o alargamento, a dinamização e a atual heterogeneidade do campo artístico, por exemplo; assim como igualmente poderíamos afirmar, mas já em chave diversa, que ele teria trilhado o caminho para a contestação da suposta autonomia da arte, valendo-se do atravessamento ativo por outras esferas sociais e da reivindicação estética e política dos mais distintos fenômenos da cultura, mobilizados em torno da crítica do poder.

Isso significa que, em seu trabalho, Ferrari operava numa zona a rigor indecidível, isto é, um espaço rigorosamente poético, onde uma separação talhante entre os fazeres da arte e os demais fazeres da cultura torna-se, não apenas problemática, mas também dificilmente sustentável.

Para Ferrari, uma escultura de arames retorcidos, em aparência abstrata, não deixava de ser também uma espécie de armadilha para conter as violências militares que, nas décadas de 1960 e 1970, sobretudo, tomavam conta do Cone Sul. E uma grande e detalhada planta urbana, composta em escala com os mesmos recursos gráficos e o próprio vocabulário dos projetos de arquitetos e urbanistas, era igualmente a imagem mais acabada da insanidade que habita a vida das grandes cidades.

Uma ambivalência assim exposta é fundamental, a meu ver. Ainda mais: ela pode ser considerada a cifra da obra de Ferrari. Pois a elaboração desse espaço tenso – indissociavelmente estético e político – requer a conversão da negação em método, vale dizer, demanda a invenção de um princípio propositivo que, a fim de não se esgotar, deve trazer em si mesmo o seu contrário. Daí a potência da arte de León Ferrari: a força e a contraforça que em simultâneo movem a plasticidade do seu pensamento e dos seus trabalhos, dedicados, por certo, à criação do inaudito, mas por meio da insistente crítica ao já criado.

* * *

Um episódio, provavelmente um dos mais repercutidos, é mesmo emblemático para o que proponho aqui. Em 1965, Ferrari foi convidado por Jorge Romero Brest, então diretor do Centro de Artes Visuais do Instituto Torcuato Di Tella, para participar da exposição do Prêmio Nacional daquele ano. Não era um convite qualquer. No Di Tella ressoavam, então, as experiências mais radicais das vanguardas argentinas: tratava-se, portanto, de um espaço privilegiado, com vocação internacionalista, espécie de centro nervoso no itinerário de vários artistas na década de 1960.

Ferrari fez o envio de quatro obras: em todas, colocava em questão a lógica do poder político-religioso da civilização ocidental, expondo a sua infinita barbárie. Aquela que hoje é, talvez, a obra mais conhecida de Ferrari: A civilização ocidental e cristã, foi censurada na ocasião pelo próprio Romero Brest. Na montagem, via-se um Cristo pregado sobre a grande réplica de um avião de guerra norte-americano (um FH 107, bombardeiro) posicionada como uma cruz. As outras três obras, caixas como mãos, aviões, crucifixos e bombas, tratavam do mesmo tema: a guerra do Vietnã e a escalada da violência militar dos Estados Unidos.

Embora fossem menos impactantes, as três caixas que foram expostas não deixaram de causar efeitos reativos. Ernesto Ramallo, crítico do jornal La Prensa, escreveu escandalizado a respeito da exposição desses “libelos políticos”. A resposta de León Ferrari, um texto de intervenção, isto é, de posicionamento, apareceu nas páginas da revista Propósitos:

Parece que o cronista quer descartar da arte aquilo que seja crítica áspera ou corrosiva e sugere que se impeça a exposição de obras que “não permitem dúvidas sobre sua filiação e portanto sobre seus fins”. Tirar a crítica da arte é cortar seu braço direito, limitar a crítica ao que não seja áspero ou corrosivo é afogá-la com açúcar; proibir a exibição de quadros porque o espectador pode se dar conta de que o autor é comunista, e seus objetivos são a implantação da ditadura do proletariado, é pretender introduzir a discriminação ideológica na arte, é a censura prévia; esta escultura parece ser de um comunista e parece querer dizer “viva Lenin”: fora! Aquela outra não evidencia cor política: dentro. […] Me preocupa que, dada a forma como o crítico descreve meus trabalhos, alguém possa interpretar que sou comunista e me incluam nas listas negras da Secretaria de Inteligência do Estado, com os consequentes incômodos. Me parece prudente então esclarecer que não sou comunista, que não sou anticomunista, e que me preocupa profundamente a guerra dos Estados Unidos contra o Vietnã.

Para além dos juízos de beleza ou de valor próprios do mundo da arte, quer dizer, para além da importância das formas, a resposta do artista se encerra salientando, justamente, a prevalência das forças, isto é, seus sentidos, seus efeitos:

“Ignoro o valor formal dessas peças. Só o que peço à arte é que me ajude a dizer o que penso com a maior clareza possível, a inventar os signos plásticos e críticos que me permitam com a maior eficiência condenar a barbárie do Ocidente; é possível que alguém me demonstre que isso não é arte; não teria nenhum problema, não mudaria de caminho, me limitaria a mudar-lhe o nome: riscaria arte e chamaria de política, crítica corrosiva, qualquer coisa”.

* * *
Para alguns artistas, o radicalismo das vanguardas daqueles anos culminou, com a passagem para a década de 1970, no abandono dos espaços institucionais e das linguagens da arte: a vontade de intervenção política e social deu lugar a ações que redobravam a aposta num horizonte revolucionário anunciado, mas que logo se mostraria bloqueado por censuras, ameaças, perseguições, mortes.

Em 1976, em razão da situação vivida após o golpe militar, Ferrari decidiu se exilar com a esposa Alicia e a família (com exceção de Ariel, um de seus filhos, que opta por ficar na Argentina e acaba sendo morto pelos militares). Partem assim para o Brasil, ainda sem certezas sobre o destino. Após passagem por São Vicente, enfim vivem em São Paulo por vários anos (até seu regresso definitivo para Argentina em 1991).

A civilização ocidental e cristã. Leon ferrari


A civilização ocidental e cristã, escultura de León Ferrari, 1965; obra foi censurada, porém foi guardada e reapareceu amos mais tarde (Foto: Reprodução). MALBA, Buenos Aires, Argentina.

Durante esse período de exílio, Ferrari não deixou de trabalhar. Ao contrário, estabeleceu uma grande rede de colaborações e relacionamentos (Regina Silveira, Julio Plaza, Carmela Gross, Alex Fleming, Marcelo Nietsche, Hudinilson Jr., Aracy Amaral, Teixeira Coelho, Régis Bonvicino etc.). Criou esculturas, desenhou, propôs interações e performances musicais, envolveu-se em experimentações com as quais pôde explorar linguagens, materiais e suportes distintos (fotocopias, videotexto, heliografias, arte postal, colagens…), expôs em diversas oportunidades, escreveu, publicou – enfim, fez-se presente e atuante de muitas maneiras.

Em 1991, ele e a esposa retornam definitivamente a Buenos Aires. Também com esse trânsito, a notável vitalidade dos trabalhos de Ferrari segue desdobrando-se, em criação e crítica, até seu falecimento, aos 92 anos, em 2013. Vale destacar: nesse mesmo ano, uma exposição do artista ocupa o Centro Cultural da Memória Haroldo Conti, criado num dos prédios da antiga Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), espaço onde funcionou, durante a ditadura militar, talvez o mais emblemático centro de detenção, tortura e extermínio da América Latina (de lá, entre 1976 e 1983, partiam os hediondos “voos da morte”, que lançavam ao mar, nus e anestesiados, os prisioneiros da “guerra antissubversiva”).

Em certo sentido, seria possível dizer que, nunca fechado em si mesmo, aberto sempre aos contatos e aos contágios mais produtivos e intensos, como artista León Ferrari colocou em movimento uma espécie de experiência exílica, rigorosamente afirmativa da vida. Quer dizer, se há uma pena ou um sofrimento imposto pelas violências da civilização, há igualmente, e sobretudo, um exercício, sempre reposto, de buscar a saída, o atravessamento, a abertura; como a reivindicação reiterada, quem sabe, do que há de inapropriável na existência: do que não pode ser contido em campos, fronteiras ou limites.

Nesse caso, nada seria mais preciso do que um texto escrito durante o exílio, Flasharte: Nascimento (1979), e que foi pensado para ser reproduzido às centenas e enviado pelo correio: como uma sorte de dom, uma dádiva. Nesse texto – ele mesmo uma obra conceitual, mas também uma proposição de leitura para outros trabalhos que o artista vinha desenvolvendo, com base na indecidibilidade dos limites entre as artes – é possível reconhecer essa vitalidade em questão.

[…] Esse desenho de luz entre papel e retina, essa forma em seu crescimento explosivo nos milhares de quilômetros que percorrerá cavalgando aviões e satélites, continuará crescendo e mudando de forma alimentada com sorrisos condutas modificadas e rechaços integrados nessa movediça escultura de papel e pensamentos de burlas incompreensões condenações e regozijos. […] Incorruptível indeformável indestrutível apesar ou devido a sua debilidade e transparência, essa escultura de recordações leituras murmuradas não poderá ser modificada em seu passado: tudo o que ocorreu fica e ficará e não haverá força nem ódio nem reza nem urgência estética que possa alterar um só movimento do papel nem a fração de um sorriso, ainda que se retorçam e manchem com dores ainda que se esforcem arrependidos em apagar o que já foi ainda que persigam e roubem imaginações só poderão alterar a pequena parte do futuro que se aproximou deles. É possível fazer um juízo estético de uma obra constantemente inconclusa? Não, porque bastará que dela se aproxime um par de olhos ternos ou doloridos ou luminosos para que um resplendor repare o dano a ferida o erro.

Com esse nascimento, “flash catalisador de relâmpagos que se repetem se refletem se multiplicam e crescem somando vida cor e distância”, lemos em outro trecho, o que está em jogo, em suma, é uma forma de vir ao mundo: uma maneira de abrir-se, continuamente, à contingência das experiências e à disseminação dos seus sentidos. Incorruptível, indeformável, indestrutível, para Ferrari a potência da arte, da política, da crítica corrosiva, ou que nome isso tenha, coincide com a sua falta de conclusão: ela se afirma, sim, como gesto de abertura insistente. Uma vez, outra, e mais outra, ainda.

León Ferrari


Biografia resumida

León Ferrari nasceu em Buenos Aires em 1920, filho de Susana Celia del Pardo e Augusto César Ferrari.

Em 1946 começou a pintar retratos e a fazer desenhos de flores; nunca estudou formalmente Belas Artes. Formou-se em Engenharia pela Universidade de Buenos Aires em 1947. A partir de 1952 viveu com a família na Itália.6​ onde iniciou sua produção artística como escultor.7​

Em 1955 retornou a Buenos Aires e por alguns anos dedicou-se à profissão de engenheiro. Em 1962 regressou a Itália e alugou uma oficina em Milão. Lá iniciou seus desenhos abstratos, ilustrou poemas de Rafael Alberti e começou a misturar textos com desenhos. A partir de 1963 passou a fazer colagens com fotos e reproduções de imagens religiosas, e a participar de exposições internacionais.8​

Em 1976 exilou-se em São Paulo (Brasil) devido à ditadura militar na Argentina.

Em 1982 viajou para a Argentina, e retornou definitivamente em 1991. Em 1995 obteve a bolsa Guggenheim. Em 2006, uma exposição antológica de sua obra foi apresentada na Pinacoteca do Estado em São Paulo, Brasil, e simultaneamente participou como convidado especial da Bienal de São Paulo.

Em 2007, a sua obra mais reconhecida, Civilização Ocidental e Cristã, criada em 1965, ganhou o Leão de Ouro na 52ª Bienal de Veneza. Em 2008 expôs no Museu de Arte Carrillo Gil, no México.

Em 2009, o MoMA expôs uma retrospetiva da sua obra que posteriormente foi apresentada no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madrid. 
Em 2010, participou em diversas exposições nacionais e internacionais. Na Argentina, seu trabalho está presente, por exemplo, na exposição Sete imaginários e uma realidade, realizada no Museo del Tigre, e por ocasião do bicentenário, expõe trabalhos em Las Mujeres, 1810-2010, Casa del Bicentenario.

Em 2011, foi iniciado um julgamento contra o jornalista e produtor de televisão Gabriel Levinas, por cerca de 13 desenhos e duas colagens que teriam sido roubadas por Levinas. O julgamento foi continuado pelos herdeiros de Ferrari. 
Em 2014, Levinas foi absolvido pela Justiça Criminal após reconhecer uma dívida com o autor.​ Os herdeiros de Ferrari iniciaram ações na Justiça Cível e finalmente em 2019, Gabriel Levinas foi considerado culpado e condenado a pagar a quantia de US$ 88 mil pela venda das obras.

Em 2012 recebeu o Prêmio Konex Brillante de artista mais destacado da década na Argentina e o Prêmio Platina na disciplina Arte Conceitual: Cinco Anos 2002 - 2006. Também obteve o Prêmio Diploma de Mérito Konex em 1992 e 2002.

No dia 25 de março de 2012, 35 anos após o sequestro, assassinato e desaparecimento de Rodolfo Walsh, o Espaço Memória e Direitos Humanos inaugurou a instalação artística “Carta Aberta à Junta Militar”, baseada numa ideia de León Ferrari A obra, que foi montado na “Floresta de Eucaliptos”, em frente ao Cassino dos Oficiais da antiga ESMA, consiste em uma instalação de quatorze painéis de vidro com a transcrição completa da Carta Aberta de Walsh.

León Ferrari morreu em Buenos Aires em 25 de julho de 2013, aos 92 anos.



ESPANHOL (WP)

León Ferrari nació en Buenos Aires en 1920, hijo de Susana Celia del Pardo y Augusto César Ferrari.

En 1946 comenzó a pintar retratos y a dibujar cuadros de flores, nunca cursó formalmente la carrera de Bellas Artes. Obtuvo el grado de Ingeniero en la Universidad de Buenos Aires en 1947. A partir de 1952 vivió junto a su familia en Italia,​ donde inició su producción artística como escultor.

En 1955 regresó a Buenos Aires y durante algunos años se dedicó a su profesión de ingeniero. En 1962 regresó a Italia y alquiló un taller en Milán. Allí comienza sus dibujos abstractos, ilustra poemas de Rafael Alberti y comienza a mezclar textos con dibujos. A partir de 1963 comienza a realizar collages con fotos y reproducciones de imágenes religiosas, y a participar en exposiciones internacionales.

En 1976 se exilió en San Pablo (Brasil) debido a la dictadura militar en Argentina.

En 1982 viajó a la Argentina, y regresó definitivamente en 1991. En 1995 obtuvo la beca Guggenheim. En 2006 se presenta una muestra antológica de su obra en la Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil, y simultáneamente participa como invitado especial en la Bienal de San Pablo.

En 2007, su obra más reconocida, La Civilización Occidental y Cristiana, creada en 1965, ganó el León de Oro en la 52.ª Bienal de Venecia.9​ En 2008 expone en el Museo de Arte Carrillo Gil, México.

En 2009 el MoMA exhibió una retrospectiva de su obra que se presentó luego en el Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, de Madrid.
En 2010 participa en distintas exposiciones nacionales e internacionales. En Argentina, su obra se encuentra presente, por ejemplo, en la muestra Siete imaginarios y una realidad, llevada a cabo en el Museo del Tigre, y en ocasión del bicentenario, exhibe obra en Las Mujeres, 1810-2010, Casa del Bicentenario.

En 2011 le inició un juicio al periodista y productor televisivo Gabriel Levinas, por unos 13 dibujos y dos collages que fueron supuestamente robados por Levinas.​ El juicio lo prosiguieron los herededos de Ferrari.12​ En 2014 Levinas resultó absuelto por la Justicia Penal luego de reconocer una deuda con el autor.13​14​ Los herederos de Ferrari iniciaron acciones en la Justicia Civil y finalmente en 2019, Gabriel Levinas fue hallado culpable y condenado a pagar la suma de 88.000 dólares por la venta de las obras.​

En 2012 recibió el Premio Konex de Brillante al artista más destacado de la década en la Argentina y el de Platino en la disciplina Arte Conceptual: Quinquenio 2002 - 2006. También obtuvo un Premio Konex Diploma al Mérito en 1992 y 2002.

El 25 de marzo de 2012, al cumplirse 35 años del secuestro, asesinato y desaparición de Rodolfo Walsh, el Espacio Memoria y Derechos Humanos inauguró la instalación artística "Carta Abierta a la Junta Militar”, a partir de una idea de León Ferrari. La obra, que quedó montada en el “Bosque de Eucaliptos”, frente al Casino de Oficiales de la ex ESMA, consiste en una instalación de catorce paneles de vidrio con la transcripción completa de la Carta Abierta de Walsh.​

Falleció en Buenos Aires el 25 de julio de 2013, a los 92 años.








Fonte









02 setembro 2024

A SOBERANIA BRASILEIRA NAS MÃOS DE ELON MUSK

MUSK E A DEFESA DO BRASIL


Manuel Domingos Neto
(RED)

A informação de que o militar brasileiro é dependente em suas comunicações é velha. Só a ingenuidade em assuntos de Defesa explica o frisson de alguns comentadores.

O militar brasileiro é estruturalmente dependente de países hegemônicos desde a modernização do Exército e da Marinha, ocorrida nas primeiras décadas do século passado. Essa dependência foi agravada após a Segunda Guerra Mundial.

Quando digo estruturalmente dependente, penso na capacidade operacional, que pressupõe logística e poder de fogo. A locomoção e a comunicação integram com destaque a capacidade operacional.

Mais claramente: o militar brasileiro sempre dependeu de potências estrangeiras para deslocar-se por terra, mar e ar; sempre pensou em Defesa baseada em compras externas. Em que pese rarefeitos e descontínuos esforços em busca de autonomia, nunca se preparou para abater agressores estrangeiros medianamente preparados.

A irritação causada pela notícia de que o militar brasileiro dependia da rede de satélites de Elon Musk, operada por meio da empresa Space X, insisto, deriva da abstração da realidade.

Alguns se espantam com o fato de o principal barco de guerra do Brasil, um navio aeródromo multipropósito (serve para combate e operações humanitárias) batizado “Atlântico”, usar serviços do arrogante bilionário.

Esse navio foi fabricado por secular fornecedor do militar brasileiro, a empresa Vickers, do Reino Unido. Os britânicos utilizaram esse barco durante 20 anos, inclusive para ajudar a destruir o Iraque. Quando entrou em desuso, em 2018, a Marinha do Brasil o adquiriu por cerca de 360 milhões de reais.

Sensores, radares, canhões e aeronaves deste barco são produtos estrangeiros. Trata-se de um instrumento que não operaria sem aporte externo para sua dispendiosa manutenção.

Como estranhar que este barco se comunique com apoio da rede de satélites de Elon Musk?

A informação de que o Exército dependeria de Musk para atuar na Amazônia também causou impacto sem razão de ser: a Força Terrestre brasileira é planejada, organizada e exercitada na condição de integrante do espectro guerreiro ocidental comandado por Washington. O Exército é mais preparado para impor a ordem interna que para submeter inimigo estrangeiro.

Alguns comentaristas acham que Lula deveria cancelar imediatamente os contratos com as empresas de Musk. Dizem até que tais contratos foram firmados por Bolsonaro, como se esse ultrarreacionário fosse capaz de tomar por si só decisões relevantes.

A ruptura com Musk poderia satisfazer nossa autoestima, mas não desfaria a incapacidade brasileira de mostrar autoridade básica na cena internacional.

Musk, espertalhão, sabe provocar. Disse que continuará “apoiando os militares brasileiros”.

Vai que o mal-estar causado pela dependência do militar brasileiro em comunicações pela internet ajude o debate sobre a reforma militar…

O Brasil tem um arremedo de Defesa. Nesse domínio, a República fracassou. Para nossa soberania, precisamos de uma Defesa que revise o papel, a organização e a cultura das corporações armadas. Chamo essa revisão de reforma militar.



Manuel Domingos Neto.
Doutor em História pela Universidade de Paris, escreveu “O que fazer com o militar – Anotações para uma nova Defesa Nacional”
(https://gabinetedeleitura.com/).

Ilustração da capa: Fotos divulgação nas redes sociais e montagem da Redação da RED.

Fonte

PRIMEIRO DE SETEMBRO 2024

SETEMBRO

 Setembro mês da primavera chegou 



FESTIVAL EM POA 

Após ser adiada em decorrência da catástrofe climática no Rio Grande do Sul, a 17ª edição da Parada de Luta LGBT+ acontece neste domingo (1º) em Porto Alegre.. Com concentração a partir das 12h no Parque Farroupilha (Redenção), o evento contará com trio elétricos, atividades culturais e com participação de 40 artistas passarão e ativistas do movimento social da capital e também do interior do RS.

Concomitantemente à concentração e caminhada, a partir das 12h no palco montado na Orla acontece o Festival de Bandas da Diversidade, apresentado por Gaby Quadras e MC Lary.

A partir das 16h, a tradicional caminhada contará com cinco trios elétricos em direção à Orla do Gasômetro, onde um placo montado dará continuidade às atrações musicais.

A edição deste ano tem como tema “Solidariedade à Diversidade”. Nos outros anos, a Parada foi ponto de recolhimento de doações para a Campanha do Agasalho, que acontece no mês de junho. Nesta edição, o evento está receberemos doações de alimentos não perecíveis, que serão encaminhados a ONGs e instituições de apoio aos desabrigados e atingidos pela enchente histórica.

Segundo a Prefeitura de Porto Alegre, a Secretaria da Saúde fará uma ação no evento e terá equipes fazendo aconselhamento, entrega de preservativos externos e internos, lubrificantes e autotestes de HIV.

A caminhada sairá da Redenção para a Orla do Guaíba, com previsão às 16h, passando pela rua LuiZ Englert e pela avenida Loureiro da Silva. As regiões terão vias bloqueadas conforme avança o trajeto.

A edição deste ano conta com apoio institucional do Governo do Estado, que forneceu cinco trios elétricos, e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que cedeu a estrutura de palco, sonorização e iluminação. Também apoiam o evento a Festa do Ridículo e o grupo de motoqueiros Soviéticosrs.

Fonte




























RAFA