ARTE RUPESTRE BRASILEIRA
Em 1991, os arqueólogos fizeram uma descoberta sem precedentes numa região remota do Brasil, uma enorme coleção de arte rupestre pré-histórica que se estende por mais de 13 quilômetros nas montanhas da Serra da Capivara. A datação por carbono revelou que os desenhos datavam de aproximadamente 12.600 anos, oferecendo uma janela única para o final do Pleistoceno na América do Sul.
As gravuras retratavam vários animais proeminentes durante a última era glacial, como preguiças terrestres gigantes e mastodontes. Isto forneceu evidências de que o ambiente era muito diferente da moderna floresta amazônica, dominada pela agora extinta megafauna. Os pigmentos naturais utilizados - hematita e manganês, indicavam uma tradição artística precoce entre as populações indígenas.
Através da análise de imagens e motivos recorrentes, os cientistas obtiveram novos conhecimentos culturais. Cenas de caça e representações cerimoniais sugeriam rituais espirituais e organização social dentro das comunidades do Pleistoceno. Com o tempo, a caverna artística tornou-se um local importante para pesquisadores que buscam reconstruir as condições paleoambientais e o modo de vida dos caçadores-coletores durante o final do período Quaternário.
In 1991, archaeologists made an unprecedented discovery in a remote region of Brazil - a massive collection of prehistoric rock art spanning over 8 miles within the Serra da Capivara mountains. Carbon dating revealed the drawings dated back approximately 12,600 years, offering a unique window into the late Pleistocene era in South America.
The etchings depicted various fauna prominent during the last ice age, such as giant ground sloths and mastodons. This provided evidence that the environment was much different than the modern Amazon rainforest, dominated by now-extinct megafauna. The natural pigments used - hematite and manganese - indicated an early artistic tradition among the indigenous populations.
Through analyzing recurring motifs and imagery, scientists gained new cultural insights. Hunting scenes and ceremonial depictions suggested spiritual rituals and social organization within the Pleistocene communities. Over time, the art cave became an important site for researchers seeking to reconstruct paleoenvironmental conditions and hunter-gatherer lifeways during the late Quaternary period.
Há 12 mil anos, o território brasileiro já estava plenamente ocupado por diversos grupos de paleoíndios. Por essa época, a megafauna do Pleistoceno ainda habitava florestas e campos brasileiros: tatus gigantes, preguiças pesando 5 toneladas e ferozes tigres dente-de-sabre viviam onde hoje é Minas Gerais, Bahia e todo sertão nordestino. Os paleoíndios tiveram que desenvolver uma série de reflexos e precauções para sobreviverem em um ambiente povoado por esses gigantes. Por volta de 9 mil anos, na transição entre o Pleistoceno e o Holoceno, o clima começou a mudar. As chuvas diminuíram, os rios secaram e a vegetação modificou-se. Os grandes animais começaram a desaparecer por fome ou sede. O clima tropical úmido transformou-se no semiárido de hoje.
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