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22 maio 2020
21 maio 2020
HOMOAFETIVIDADE HOJE
Caía um tabu implícito, pois Kenneth Dover sublinhava ao mesmo tempo a freqüência do fenômeno pederástico e a dimensão sexual das relações amorosas, que iam além da amizade viril de companheiros de caserna ou do vínculo privilegiado de ordem pedagógica, mais espiritual que carnal. (Sartre, 1999).
O estudo do passado nem sempre foi libertário. O passado serviu, por muito tempo, para reforçar o status quo e as relações de poder estabelecidas. Não se podem desvencilhar esses usos reacionários do passado de dois aspectos: o estado nacional e o imperialismo. O séc. XVIII testemunhou o surgimento de uma nova estrutura de organização social que tinha um projeto claro de homogeneidade: um povo, um território e uma cultura. Antes disso, no antigo regime, sob a égide do poder régio sancionado pela hierarquia eclesiástica, seja ela católica ou protestante, os súditos deviam obedecer às normas por dever de respeito à ordem sobrenatural, e o pecado era punido de forma exemplar e pública ou era superado pela confissão privada e pelo arrependimento.
Tudo isso mudou, de forma radical, com a criação da nação e dos cidadãos. O Iluminismo partia da racionalidade e da homogeneidade. Todos deviam ser iguais não por ditame divino, sancionado pela igreja, mas pela ciência objetiva.
Os antigos pecados deixavam de ser modos de comportamento contrários à ortodoxia, para serem erigidos como desvios de comportamento, segundo a ciência. Na antiga ordem, uma ortodoxia se podia contrapor a outra, como a católica à protestante, assim como o perdão podia ser concedido, mesmo ante a reiterada falta cometida.
Nada disso mais podia ser aceito na nova norma racional, única e científica: ante o fato certo e comprovado, só se pode curvar, obedecer e aceitar a correção ou a privação da liberdade.
A famosa polêmica envolvendo um beijo gay censurado na novela da Globo “América”, em 2005, só refletiu o preconceito da sociedade com os casais homoafetivos. Ora, que sociedade? A sociedade que conta, aquela que tem dinheiro, e é essencialmente preconceituosa, conservadora, ignorante, contra mudança no status quo, em síntese, autoritária, violenta e numa palavra: fascista. Estamos falando de quem? Estamos falando da Classe média.
Foi somente em 2013, oito anos depois, que a novela “Amor à Vida” mostrou a cena do casal homoafetivo Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) demonstrando seu amor através de um beijo. Um simples beijo. Por que a sociedade, da classe média, ainda condena a demonstração de afeto por quem se ama? Por que preferem assistir violência e discurso de ódio ao invés de um simples beijo? (telavita)
Em 2019, em pleno século 21, os casais homoafetivos ainda sentem na pele o impacto que o preconceito traz. Dados publicados pelo UOL e tabulados por Julio Pinheiro Cardia, ex-coordenador da Diretoria de Promoção dos Direitos LGBT do Ministério dos Direitos Humanos, mostram que 8.027 pessoas LGBTs foram assassinadas no Brasil entre 1963 e 2018 por conta do preconceito. Isso só mostra o quanto ainda precisamos progredir e lutar contra esse tipo de violência.
Número de mortes violentas de pessoas LGBTI+ subiu 33,3% em um ano.
Estudo registrou 316 mortes no Brasil em 2021 e 237 em 2020
Em 2021, houve no Brasil, pelo menos 316 mortes violentas de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo (LGBTI+). Esse número representa um aumento de 33,3% em relação ao ano anterior, quando foram 237 mortes. Os dados constam do Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil.



Entre os crimes ocorridos no ano passado, 262 foram homicídios (o que corresponde a 82,91% dos casos), 26 suicídios (8,23%), 23 latrocínios (7,28%) e 5 mortes por outras causas (1,58%). (agenciabrasil)
O dossiê, produzido por meio do Observatório de Mortes e Violências contra LGBTQIAP+, é resultado de uma parceria entre a Acontece Arte e Política LGBTI+, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).
Onze das vítimas eram adolescentes entre 13 e 17 anos. “Chamamos atenção para a idade da pessoa mais jovem, que era uma adolescente trans de 13 anos, tendo se tornado a mais jovem vítima de transfeminicídio no Brasil”, informou o dossiê.
Realizado por meio de uma base de dados compartilhada entre essas três instituições, o trabalho contém os registros dos casos encontrados em notícias de jornais, portais eletrônicos e redes sociais. As violências ocorreram em diferentes ambientes, como doméstico, via pública, cárcere e local de trabalho.
Como o levantamento depende do reconhecimento da identidade de gênero e da orientação sexual das vítimas pelos veículos que reportam as mortes, muitos casos de violências praticadas contra pessoas LGBTI+ acabam não entrando na contabilização.
“Apesar desse número já representar a grande perda de pessoas, apenas por sua identidade de gênero e/ou orientação sexual, temos indícios para presumir que esses dados ainda são subnotificados no Brasil”, divulgaram as entidades, que apontaram a para a ausência de dados governamentais como desafio para elaboração do dossiê.
Perfis mais violentados
Os dois grupos que sofreram mais violência, reunindo 90,5% dos casos, foram os homens gays (45,89%), com um total de 145 mortes; e as travestis e mulheres trans (44,62%), com 141 mortes. As mulheres lésbicas representam 3,80% das mortes (12 casos); os homens trans e pessoas transmasculinas somam 2,53% dos casos (oito mortes).
Pessoas bissexuais (0,95%) e pessoas identificadas como outros segmentos (0,95%) tiveram 3 mortes cada grupo. Houve quatro pessoas cuja orientação sexual ou identidade de gênero não foi identificado, representando 1,27% do total, com 4 casos.
A idade das vítimas variou de 13 a 67 anos em 2021, sendo que a maioria das mortes ocorreu com jovens entre 20 e 29 anos (96 casos, o que representa 30,38% do total). As demais faixas etárias corresponderam às seguintes proporções: 22 pessoas com idade entre 10 a 19 anos
(6,96%); 68 pessoas entre 30 e 39 anos (21,52%); 36 pessoas entre 40 e 49 anos (11,39%); 21 pessoas entre 50 e 59 anos (6,65%); e 13 pessoas entre 60 e 69 anos (4,11%). Em 60 casos (18,99%), não foi possível identificar a idade.
Andar de mãos dadas na rua, se beijar durante um jantar romântico ou abraçar quem ama: isso pode parecer simples e normal para quem vive um relacionamento heterossexual, mas para quem é LGBTQIA+ , um simples toque, um simples beijo ou um simples abraço, desperta olhares tortos, ofensas e, em muitos casos, a agressão física, como citado anteriormente no relatório de mortes por homofobia.
A avaliação das entidades é que o cenário geral de violência contra essa população pouco mudou em relação a medidas efetivas de enfrentamento da LGBTIfobia por parte do Estado. “Mesmo em um cenário onde alcançamos conquistas consideráveis junto ao Poder Judiciário, percebemos a recorrente inércia do Legislativo e do Executivo ao se omitirem diante da LGBTIfobia, que segue acumulando vítimas e que permanece enraizada no estado e em toda a sociedade.”
Causa da morte
Segundo o dossiê, a maior parte das mortes ocorreu por esfaqueamento, com 91 casos (28,8% do total), em segundo lugar vieram mortes por arma de fogo, com 83 casos (26,27), seguida por espancamento, com 20 casos (6,33%), e asfixia, com 10 casos (3,16%). No total, foram identificadas 26 diferentes causas mortis de LGBTI+ no país.
A maioria das mortes ocorreu no período noturno, com 152 casos, o que representa 48,10% do total. Em 11,08%, as mortes foram em período diurno e, em 129 casos (40,82%), o período não foi identificado. “Esse dado indica a relevância das práticas profissionais – como a prostituição –, culturais e de lazer da população LGBTI+ realizadas no período da noite, o que demanda maior atenção do Poder Público na garantia da segurança desse grupo em situação de vulnerabilidade”, ressaltou o dossiê.
As regiões Nordeste e Sudeste tiveram 116 e 103 mortes violentas, respectivamente. As demais regiões ficaram em torno de 30 mortes cada uma: 36 no Centro-Oeste, 32 no Norte e 28 no Sul. Os estados que apresentaram maior número de mortes foram São Paulo (42), Bahia (30), Minas Gerais (27) e Rio de Janeiro (26), os quatro estados mais populosos do Brasil.
Suicídio
O levantamento revelou que o maior número de casos de suicídio ocorreu entre travestis e mulheres trans, com 38,46% dos casos (10 pessoas), e homens gays, com 30,77% do total (8). Em seguida, estão os homens trans e as pessoas de outros segmentos, com dois casos cada.
De acordo com as entidades que elaboraram o dossiê, o resultado “evidencia possíveis danos causados pela LGBTIfobia estrutural, que impacta significativamente a saúde mental das pessoas, podendo levar a intenso sofrimento ou mesmo à retirada da própria vida por pessoas em situação de vulnerabilidade”.
Bibliografia
Museum: Boston, Museum of Fine Arts
Size: 37.1cm. (bell-crater)
Function: convivial
Technique: red-figure
Style: Mannerist
Museum: Boston, Museum of Fine Arts
Size: 37.1cm. (bell-crater)
Function: convivial
Technique: red-figure
Style: Mannerist
Museum: Boston, Museum of Fine Arts
Size: 37.1cm. (bell-crater)
Function: convivial
Technique: red-figure
Style: Mannerist
Museum: Boston, Museum of Fine Arts
Size: 37.1cm. (bell-crater)
Function: convivial
Technique: red-figure
Style: Mannerist
Subject/s: A. The goat-god Pan, with human body, billy-goat's head, feet and tail, extends human hands towards the young goatherd, wearing a woolly cap, animal skin over his tunic, and boots. With 'choreographed' steps they glide past a woodland herm on a rock. B. Choreography becomes even more theatrical: a tall gangly Artemis, with tiny deer-skin and quiver case over her shoulders, drops back to fire an arrow into Aktaion who falls back dramatically seemingly unaware that he has a sword; the effect of recession is enhanced by patterned boots that seem to fade into the background). His lean hounds with big jaws and tiny eyes tear at his flesh boldly exposed by the slipping mantle.
Date: early-mid 5th c.
Analysis: bold designs on a finely made shape are hallmarks of the Pan Painter as a 'grand' Mannerist; notice Artemis's small, impossibly long torso and limbs, and 'archaic' pose and dress. The Aktaion story was told by Stesichorus in the 6th c., Pan was celebrated from the early 5th in recognition of his help routing the Persians.
Bibliografia
(Publicado em 21/V/2020)
Alterado em 10/VIII/2023)
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