SALVE O TRABALHADOR!
Não é apenas no Brasil que O dia 1° de maio é feriado. Nesta data, os trabalhadores descansam e também realizam manifestações na América do Sul e no México, em quase toda a Europa Ocidental, na Rússia, na India, na China e na maior parte dos países da África. A data foi escolhida em homenagem ao esforço dos trabalhadores dos Estados Unidos, que, num sábado, 1° de maio de 1886, foram às ruas das maiores cidades do país para pedir a redução da carga horária máxima de trabalho por dia.
Doodle da Google em homenagem
ao dia do Trabalhador
Comemorado no dia 1º de maio, o Dia do Trabalhador é uma data para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história. Uma data para lembrar dos mártires sindicalistas que lutaram por melhores condições e remuneração.
A data foi estabelecida em 1889 pela Segunda Internacional Socialista, um congresso realizado em Paris que reuniu os principais partidos socialistas e sindicatos de toda Europa.
Ao escolher 1º de maio como Dia do Trabalhador, os participantes desse encontro prestaram uma homenagem aos operários e a uma greve ocorrida na cidade de Chicago (EUA) no ano de 1886. A data foi marcada pela reunião de milhares de trabalhadores que reivindicavam a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias.
No Brasil, a data foi consolidada em 1924. Além disso, a partir do governo de Getúlio Vargas, as principais medidas que beneficiam os trabalhadores passaram a ser anunciadas nessa data. Atualmente, inúmeros países adotam o dia 1° de maio como o Dia do Trabalhador, sendo considerado feriado em muitos deles.
A história do Dia do Trabalhador
O primeiro dia do mês de maio é considerado feriado na maioria dos países do planeta. A data se refere a um fato histórico trágico que ocorreu em 1886, quando trabalhadores americanos fizeram uma paralisação no dia primeiro de maio para reivindicar melhores condições de trabalho e melhores salários. O movimento se espalhou pelo mundo e, no ano seguinte, trabalhadores de países europeus também decidiram parar em protesto e em homenagem “primeiro de maio”. Assim, em 1889, operários reunidos na Segunda Internacional Socialista, realizada em Paris, decidiram que a data se tornaria uma homenagem aos trabalhadores mártires da violência policial por protestarem por melhores condições de trabalho, menor número de horas trabalhadas, e melhores salários, e também em homenagem a greve realizada por esses trabalhadores.
A mobilização e a homenagem
Esta data comemorativa é dedicada à conquista de todos os trabalhadores durante a história. Por isso, apesar de ser também chamada de Dia mundial do trabalho, muitas pessoas preferem chamar a data, por seu nome correto “Dia do trabalhador”, porque esta é uma forma de homenagear os todos trabalhadores.
O dia do trabalhador surgiu decorrente da greve operária que ocorreu em Chicago, nos Estados Unidos, em 1.º de maio de 1886. Esse episódio teve como mote (motto) a luta pela melhoria das condições de trabalho e reivindicava:
a redução de jornada (de 13 horas para 8 horas)
o aumento de salários
o descanso semanal e férias
Organizados pela Federação Americana do Trabalho, esse evento contou com a participação de milhares de operários que se reuniram nas ruas da cidade.
Milhares de trabalhadores foram às ruas de Chicago (EUA), no dia 1º de maio de 1886, para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de 13 para 8 horas diárias.
Denominada de Revolta de Haymarket (Haymarket Affair), em 4 de maio de 1886, durante o confronto com a polícia, uma bomba explodiu resultando em mortos e inúmeros feridos. Diante disso, em 1889, na França, foi instituído o Dia do Trabalho em homenagem às pessoas que perderam a vida lutando pelos seus direitos, que ficaram conhecidas como os “Mártires de Maio”.
Naquele dia as manifestações movimentaram a cidade, causando a ira dos poderosos donos de fábrica, burgueses exploradores da mão de obra assalariada e massacrados por intensas jornadas de trabalho. A repressão ao movimento foi dura, com prisões, pessoas feridas e até mesmo trabalhadores mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.
O evento tomou proporções internacionais, sendo capa de todos os jornais americanos e influenciado os movimentos sindicais no mundo todo.
Com apoio da mídia e de boa parte da classe política estadunidense, a Suprema Corte Americana declarou a pena de morte a sete trabalhadores, mesmo sem provas cabais do envolvimento deles na explosão e na morte dos policiais. Nenhum policial foi acusado pelas dezenas de morte de trabalhadores desarmados.
Depois dos eventos, a Segunda Internacional, organização socialista fundada por Friedrich Engels, declarou que este seria o dia mundial do trabalho.
Alguns anos depois da adoção por parte dos socialistas, o dia primeiro de maio passou a ser adotado ao redor do mundo como um símbolo contra a exploração do trabalhador.
Em um capitalismo ainda jovem e já explorador brutal da mão de obra assalariada, poucas regulamentações de trabalho existiam e a situação que se via nos EUA, com jornadas de trabalho intensas e extenuantes, além da baixíssima remuneração, se repetia nas fábricas pelo mundo todo.
“Nenhum evento influenciou mais a história do trabalho no mundo do que a Revolta de Haymarket. Ela pode ter começado em 4 de maio de 1886, mas seus efeitos ainda estão presentes hoje em dia. Apesar de a história ser contada nos livros de história, poucas pessoas reconhecem sua importância”, afirma William J. Adelman, historiador do trabalho e professor Universidade de Illinois no prefácio de sua obra “Haymarket Revisitada”.
Em memória dos mártires de Chicago e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de Maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalhador.
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A luta dos manifestantes foi bem-sucedida: na virada do século 20, boa parte dos trabalhadores do país já seguia o ritmo de 8 horas diárias, antes, era comum os americanos ficarem nos empregos nada menos do que 100 horas por semana, o equivalente a aproximadamente 16 horas de trabalho diárias, seis dias por semana.
A luta dos americanos foi reconhecida rapidamente na Europa, onde já em 1890 o Primeiro de Maio começou a ser marcado por cerimônias e manifestações. Desde então, a data foi se difundindo por todo o mundo. Hoje é celebrada em mais de 80 países, no Brasil, o Dia do Trabalhador é celebrado desde o ano de 1925.
Nos Estados Unidos da América (EUA), país onde se desencadeou o movimento pela luta dos direitos laborais, o Dia do trabalho (Labor Day) é celebrado na primeira segunda-feira de setembro.
Isso revela a tentativa de não marcar a data com a lembrança triste deixada pelas pessoas que morreram em maio de 1886 em Chicago. No entanto, outros afirmam que o motivo real foi afastar a associação da celebração com o movimento da esquerda, que impulsionou as lutas sindicais.
A origem do 1° de maio
"Eight-hour day with no cut in pay" ("diária de oito horas sem redução no pagamento") era o slogan repetido por mais de 300 mil manifestantes que foram às ruas em Nova York, Chicago, Detroit e Milwaukee, entre outras cidades. As passeatas marcaram O início de uma greve geral, que tinha essa única reivindicação: a redução da carga horária.
No dia 4 de maio, uma terça-feira, cerca de 2.500 manifestantes se reuniram em assembleia em Chicago, na praça Haymarket. O evento começou por volta das 8h30, debaixo de chuva fina. Os participants pretendiam debater os rumos do movimento depois que, na véspera, policiais haviam atingido mortalmente dos manifestantes que faziam piquete na porta de uma fábrica.
Temendo mais confrontos, o prefeito da cidade, Sr. Carter Harrison compareceu para ouvir os discursos e a pauta dos trabalhadores. Ao perceber que a reunião seguia para terminar sem incidentes, foi embora.
Por volta das 10h30, quando a maior parte das pessoas já havia deixado o local, 176 policiais cercaram os cerca de 200 manifestantes que ainda estavam na praça. Pediram que eles se retirassem, e na sequência começaram a atirar.
No meio da confusão, uma bomba foi lançada na direção dos policiais. Na confusão que se seguiu, morreram quatro trabalhadores, mas também sete policiais, e mais de 130 pessoas ficaram feridas.
Nos dias que se seguiram ao incidente, dezenas de sindicados, de diferentes cidades do país, foram ocupados pela polícia. Enquanto a lei marcial era declarada em todo o território americano, em Chicago, mais de 100 sindicalistas foram presos, acusados de incitar a violência policial. O Estado processou oito deles. Levados a julgamento, sete foram receberam à pena de morte. Um deles seria encontrado morto na cela. Dois tiveram a punição transformada em pena de prisão perpétua. O principal acusado de haver jogado a bomba, o manifestante Rudolph Schnaubelt, fugiu para a Europa antes de se julgado.
Em 11 de novembro de 1887, vestindo túnicas brancas e com o rosto coberto por capuzes também brancos, quatro dos acusados foram enforcados, eram os sindicalistas Adolph Fischer, George Engel, Albert Parsons e August Spies. Em 1893, o governador John Altgeld acabaria por conceder o perdão aos sobreviventes. Alegou que o julgamento tinha sido muito mal conduzido - uma opinião com a qual concordavam os escritores Oscar Wilde e George Bernard Shaw, que criticaram abertamente a condenação.
Mártires da praça Haymarket
O ataque da polícia e o julgamento dos sindicalistas colocaram a pauta dos trabalhadores em evidência. Depois de várias décadas aceitando condições insalubres e altas cargas horárias, os trabalhadores norteamericanos passaram a fazer pressão por mudanças. No restante do mundo, o movimento trabalhista internacional passou a tratar os quatro condenados à morte como vítimas da brutalidade policial e de um sistema judiciário desfavorável.
Não foi por acaso que o incidente aconteceu em Chicago. A principal cidade de Illinois era uma das mais industrializadas do país, e por isso mesmo atraía imigrantes em massa. O resultado foi um crescimento incontrolável: em 1850, 30 mil pessoas viviam em Chicago. Em 1860, eram 112 mil. Em 1870, 298 mil. Em 1880, mais de 500 mil habitantes.
Os imigrantes, especialmente os de origem alemã, traziam consigo ideas anarquistas e socialistas de liberdade e justiça social. Antes mesmo das manifestações de 1886, eles vinham realizando uma série de greves e protestos por melhores condições de trabalho. Entre os principais líderes das manifestações naquele período estava Albert Parsons, que seria um dos condenados à forca pelo incidente da praça Haymarket.
Nascido em Montgomery, Alabama, Parsons era adolescente quando lutou na Guerra Civil Americana. Mudou-se para O Texas, onde começou a atuar em defesa dos direitos dos escravos libertos, ele se casaria com Lucy Parsons, uma ativista filha de mexicanos, possivelmente ex-escrava, conhecida pela qualidade de sua oratória. Juntos, os dois se mudariam para Chicago em 1873, quando começaram a trabalhar como jornalistas e a se envolver com os movimentos trabalhistas. Condenado, Albert Parsons morreu aos 39 anos. Lucy viveria 89 anos e faleceria, em Chicago, apenas em 1942.
Estátuas polêmicas (e injustas) na praça Haymarket
Desde o século XIX, a praça Haymarket recebeu diferentes memoriais celebrando a ação da polícia. O primeiro monumento foi inaugurado em 1889 e destruído por manifestantes em 4 de maio de 1927. Reconstruída e reinstalada em 1956, a estátua foi novamente vandalizada (desta vez, pichada de preto) em 4 de maio de 1968, durante um protesto contra a Guerra do Vietnã. No ano seguinte, manifestantes detonaram uma bomba que destruiu a estátua.
Reconstruída mais uma vez e reinaugurada em 4 de maio de 1970, a imagem foi mais uma vez derrubada em outubro do mesmo ano. Em 1972, a estátua foi removida e reinstalada no escritório central da polícia da cidade.
Parcialmente demolida para a construção de uma rodovia na década de 1950, a praça acabou recebendo, em 2004, uma estátua de 4,5 m, reproduzindo a carroça onde os manifestantes subiram, naquele 4 de maio de 1886, para falar a favor da greve e dos direitos dos trabalhadores.
Os quatro anarquistas de Chicago condenados à execução como responsáveis pela explosão da bomba em 1° de maio de 1886.
O DIA DO TRABALHADOR NO BRASIL
Aqui no Brasil, a chegada dos europeus no fim do século XIX e começo do século XX trouxe com eles os ideais de luta trabalhista. A Greve Geral de 1917 ajudou a pressionar o governo pela mudança no cenário operário. Em 1925, o então presidente Artur Bernardes decretou o Dia do Trabalhador, como também é chamado, em 1° de maio. A maior mudança, no entanto, veio bastante tempo depois, com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em 1° de maio de 1943 (sim, a data foi escolhida propositalmente), Getúlio Vargas assinou o Decreto-Lei n° 5.452, garantindo direitos básicos, como salário mínimo e duração da jornada de trabalho.
"No caso específico do Brasil, a menção ao dia 1º de maio começou já na década de 1890, quando a República já estava instituída e começava um processo acentuado do desenvolvimento da indústria brasileira. Nas duas primeiras décadas do século XX, começaram a formar-se os movimentos de trabalhadores organizados, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro. Entre esses movimentos, também figuravam ideologias como o anarcossindicalismo, de matriz italiana, e o comunismo.
Em 1917, a cidade de São Paulo protagonizou uma das maiores greves gerais já registradas. A força que o movimento dos trabalhadores adquiriu era tamanha que, em 1924, o então presidente Arthur Bernardes acatou a sugestão que já ventilava em várias partes do mundo de reservar o dia 1º de maio como Dia do Trabalho no Brasil. Dessa forma, desde esse ano, o 1º de maio passou a ser feriado nacional.
II
No Brasil, o feriado começou por conta da influência de imigrantes europeus, que a partir de 1917 resolveram parar o trabalho para reivindicar direitos. Em 1924, o então presidente Artur Bernardes decretou feriado oficial.
A primeira greve geral aconteceu no Brasil em 09 de julho de 1917, em um contexto marcado pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e pelos acontecimentos que culminaram na Revolução Russa (outubro de 1917). Os trabalhadores, que viviam na penúria em uma economia com inflação galopante, se revoltaram diante do assassinato de um jovem pela polícia em frente a uma indústria têxtil em São Paulo e começaram uma greve que contou com a adesão de mais de 70 mil pessoas. Os grevistas exigiam, entre outras reivindicações, fim da jornada de 12 horas, melhores salários e fim do trabalho noturno para mulheres e menores.”
Além de ser um dia de descanso, o 1º de maio é uma data com ações voltadas para os trabalhadores. Não por acaso, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi anunciada no dia 1º de maio de 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas. Por muito tempo, o reajuste anual do salário mínimo também acontecia no Dia do Trabalhador.
Além do Brasil, cerca de oitenta países consideram o Dia Internacional do Trabalhador um dia de folga, entre eles Portugal, Rússia, Espanha, França e Japão. Os Estados Unidos, onde ocorreu a mobilização que deu origem à data, não reconhecem este dia como feriado. E porquê?
RESUMINDO
A História do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago (Estados Unidos).
No dia 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias.
Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.
Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns trabalhadores manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais.
No dia 4 de maio, num conflito de rua, uma bomba explodiu tirando a vida de mais trabalhadores e sete policiais. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze trabalhadores que protestavam e mais de 130 trabalhadores feridos.
Após esse protesto, a reação contra os trabalhadores foi extremamente violenta e repressiva. Os líderes do movimento trabalhista de Chicago foram presos e quatro deles foram condenados, sem provas de sua culpa, à morte, e enforcados no dia 11/ XI/1887.
Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho, contra os baixos salários, contra o abuso, contra todo tipo de assédio, contra a exploração da mão-de-obra barata.
Os eventos dos dias 1º a 4 de maio ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket, e se tornaram símbolo da luta por direitos trabalhistas em todo o mundo.
O dia 1º de maio subsequente a esse primeiro, foi a data escolhida para novas manifestações, e a data ganhou ainda mais importância.
Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Internacional dos Trabalhadores, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.
A História do Dia dos Trabalhadores nos Estados Unidos
Apesar de que algumas cidades e estados já comemoravam os esforços dos trabalhadores desde 1882, a data se tornou um feriado nacional e oficial apenas em 1894. O movimento operário criou esta data para reivindicar direitos e melhorias nas condições extremas de trabalho, e muitas vezes sofreram humilhações, foram agredidos e algumas vezes mortos. Em 1894, o exército dos Estados Unidos matou diversos trabalhadores durante a Pullman Strike, o que fez o presidente Grover Cleveland querer reconciliar o governo com o movimento trabalhista. Por este motivo, o feriado se tornou oficial.
O Dia do Trabalho nos Estados Unidos, ou Labor Day, é comemorado com bastante intensidade por vários motivos. A data marca o fim do verão no país, um motivo a mais para as pessoas celebrarem. Também marca o fim das férias escolares, e os estudantes gostam de organizar a última festa antes da volta às aulas. No final de semana prolongado do Labor Day, também acontece o início do campeonato de futebol americano, esporte bastante popular no país.
A comemoração é marcada por festas, desfiles, paradas, discursos, eventos esportivos, piqueniques, churrascos e queima de fogos. Em algumas cidades, os bairros organizam festas nas ruas, já em outras, as pessoas comemoram em suas casas ou em parques e praças.
Fonte
https://www.todamateria.com.br/dia-do-trabalho/