INÍCIO

24 dezembro 2022

MENSAGEM DE NATAL



Que neste Natal celebremos a paz, 
a harmonia, a esperança em um mundo melhor. 
Que possamos jogar no lixo da história esse entulho fascista 
e que assim 
em nosso coração se ascenda 
a luz da Vida, do conhecimento, da ciência e do Amor por todos os seres deste planeta. 
Desejo também um ano novo cheio de prosperidade, alegrias, realizações e sucesso 
aos amigos e amigas 
que visitam este blog
 e seus familiares! 

Tríplice e fraternal abraço!

23 dezembro 2022

O SONO DAS INSTITUIÇÕES

O SONO DAS INSTITUIÇÕES 
GERA MONSTROS 


I
Como imaginar que há generais e oficiais superiores que reputam a esse tipo de gente algum anseio político legítimo. Trata-se de uma massa de fascistas delirantes, sem qualquer cabedal político.

Hoje, vendo um vídeo na internet alguns fascistas atacaram o Rodrigo Maia e sua mulher, no restaurante em que estavam. Nesse local, não lembro o estado da federação, havia mais de 200 pessoas e só eles estavam vociferando insanidades. 
Ninguém mais se manifestou. Ou seja são fascistas delirantes mesmo.

o sono das instituições democráticas engendra monstros. Eis aí os monstros classe média capacho da elite, pequenos burgueses ignorantes da história. Depois da morte de Deus, o homem moderno para postar-se como civilizado necessita do aparato de docilização das instituições.

É preciso retirar as instituições do sono profundo em que encontram para que como povo e cultura sejamos um pais forte.




II
A essência e a função do fascismo consistem em abolir completamente as organizações operárias e em impedir o seu restabelecimento”.
(Leon Trotsky)

1. Não se trata de qualquer golpismo, em primeiro lugar, não se pode perder de vista que estamos diante da luta contra o fascismo do nosso tempo, não haverá trégua enquanto o fascismo não for derrotado e esmagado pela força do movimento de massas. Este (re)surge como resultado da crise do sistema capitalista internacional, que se expressa nos âmbitos da disputa geopolítica do imperialismo, da estagnação econômica, da devastação ambiental, dos retrocessos nas conquistas sociais, no crescimento da miséria e da fome no mundo, do retrocesso nos direitos humanos, da incapacidade do Capitalismo fazer a humanidade avançar no caminho de um mundo melhor. Isso é parte da explicação do porquê a Democracia Burguesa está mais frágil e enfrenta dificuldades em vários países. Líderes de estado estão preocupados com o ressurgimento de movimentos de natureza fascista, a exemplo dos EUA, do Brasil, da Itália, da Alemanha.

2. O fortalecimento da extrema direita fascista, não parece ser um fenômeno passageiro, há peso político e social de massas em países importantes no cenário internacional. Nos EUA, houve a invasão do Capitólio contra a posse de Biden, o trumpismo segue com peso de massas e crescem as ações de grupos de extrema direita; Na França, a conspiração que planejava o assassinato do presidente Emmanuel Macron; Na Alemanha, membros do grupo “Reichsbürger” (“Cidadãos do Império Alemão”), foram presos por suspeita de planejarem um Golpe de Estado; Na Itália e na Espanha, as vitórias eleitorais da extrema direita.

3. No Brasil, o processo eleitoral de 2022 foi o mais importante desde a redemocratização. Estivemos a beira do abismo, muito perto de um golpe autoritário, o momento mais crítico foi o segundo turno da eleição presidencial, o bolsonarismo de fato cogitou um golpe de força para interferir na eleição e se manter no poder. A unidade de ação democrática, a maioria do povo pobre, as mulheres, as pessoas negras, os indígenas e as pessoas LGBTGIA+ foram decisivos para formar maioria e tirar Bolsonaro do poder, mas a vitória eleitoral foi apertada e revelou a força ideológica, política e social do bolsonarismo na sociedade brasileira.

4. O bolsonarismo é um movimento fascista. Ao longo do seu governo, Bolsonaro foi capaz de liderar, incentivar, mobilizar, fortalecer e ampliar o movimento de massas de extrema direita. Os atos antidemocráticos com bloqueios de rodovias, os acampamentos em frente aos quartéis do Exército e as ações com métodos terroristas de 12 de dezembro em Brasília, já indicavam a disposição autoritária que culminou na tentativa de Golpe de Estado no último 8 de janeiro. Pela primeira vez na história, as sedes dos Três Poderes foram invadidas, vandalizadas, destruídas e atacadas com tamanha violência. Estes atos fascistas constituem o principal Capítulo da escalada golpista no país, no conteúdo, não reconhecem a legitimidade da eleição e tampouco dos Três poderes instituídos, pedem uma Ditadura das Forças Armadas com Bolsonaro no poder. Ainda carregam um ódio mortal contra Lula, os movimentos sociais e partidos de esquerda, principalmente contra Lula e o PT, por ser o maior partido de massas do país.

5. Em 8 de janeiro, vimos a tentativa de uma insurreição fascista que fracassou. O bolsonarismo tinha o objetivo de tomar de assalto o poder, por meio de métodos terroristas, da desestabilização do regime democrático e visando conquistar o apoio das massas que votaram em Jair Bolsonaro. Se houvesse êxito nesses objetivos, não é exagero desconfiar, o papel da ala golpista das Forças Armadas poderia ter sido mais nefasto. Não há motivo para autoengano, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal só foram atacados com êxito porque as milícias fascistas tiveram o apoio da ala golpista das Forças Armadas e dos bolsonaristas que estão alojados no interior das instituições federais, no governo do Distrito Federal e na Polícia Militar do DF.

6. O ensaio golpista foi bem planejado, os métodos terroristas foram bem empregados. O plano contou com a participação de Bolsonaro, de agentes públicos, de parte das forças de segurança de Brasília e das Forças Armadas. Também o governo e a PM do DF colaboraram com os golpistas. O Batalhão Duque de Caxias, responsável pela Guarda Presidencial, subordinado ao Comando Militar do Planalto, nada fez para impedir os ataques, mesmo com a ameaça anunciada, em flagrante desrespeito as ordens do Governo Federal, só haviam seis sentinelas e dois militares fazendo a segurança do Palácio Presidencial. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) é dotado de inteligência, poderes, armas e recursos para proteger o Palácio do Planalto, mas nada fez para tanto. Nada foi feito para impedir a destruição do plenário do STF.

7. O traço mais característico das Forças Armadas brasileiras é o golpismo autoritário, elas estão infectadas por bolsonaristas fascistas, que são a continuidade desta tradição. Fica evidente que a redemocratização no Brasil não foi completa e carrega um câncer que precisa ser extirpado. Os militares nunca se subordinaram ao Estado de Direito, querem voltar ao poder e tutelar as instituições democráticas. Na verdade, se colocam acima destas instituições e do próprio povo. Com a Constituição de 1988, não houve a ruptura com esta tradição e a Reforma Estrutural das Forças Armadas, não houve a limpeza na estrutura de comando e punição pelos crimes cometidos pelos militares durante a Ditadura. O ex-Comandante, Gel. Vilas Boas e os oficiais golpistas, encontraram em Bolsonaro o caminho para trazer novamente os militares ao protagonismo político. O resultado disto é que o Estado está aparelhado, tomado, por militares de alta e média patente. O GSI, responsável pela segurança presidencial e serviço de inteligência, está na superfície e aparece apenas como a ponta de um enorme iceberg.

8. Há uma parcela da classe dominante brasileira que assumiu o projeto fascista de poder, ela está vinculada à extrema direita trumpista dos EUA. É a principal financiadora deste movimento reacionário, não aceita qualquer governo que não seja o de projeto autoritário e tem como maior expressão os capitalistas do Agro.

9. O principal fator para o fracasso da tentativa de insurreição fascista, foi a falta de apoio das massas as ações terroristas que destruíram as sedes dos Três Poderes e o patrimônio histórico-cultural que abrigavam. Junto a isto, foi decisivo a força política do movimento de massas que elegeu Lula. A falta de apoio internacional completa o contexto político que isolou o bolsonarismo, o que favoreceu uma unidade de ação ampla em repúdio ao golpismo. O repúdio ecoou do posicionamento de governos de diversos países, de representantes das instituições democráticas dos Três Poderes, de Governadores e de representantes da burguesia nacional que se mantém na defesa do pacto constitucional de 1988.

10. Apesar do êxito na ação terrorista, o isolamento político internacional e nacional, obrigou às forças de segurança a agir diante do fracasso nos objetivos políticos. A combinação dos elementos conjunturais, destaque para a falta de apoio de massas, impediu a abertura de uma crise maior no regime, o que favoreceria o golpe autoritário. O presidente Lula acertou em não adotar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), porque era o que os Comandantes golpistas queriam, almejavam que Lula abrisse mão de sua responsabilidade como governante eleito pelo povo, para delegar poderes para um general. Se errasse nisso, o Golpe de Estado poderia ter tido êxito. Por isso, foi acertada a política de intervenção do governo federal na segurança do DF.

11. As ações que vimos em Brasília, foram organizadas por Bolsonaro e os militares entusiastas do golpismo, pelo alto Comando das Forças Armadas, militares do GSI, o Comandante do Batalhão da Guarda Presidencial, o Governador do DF, o Secretário de Segurança do DF e o Comandante da PM do DF, todos sabiam e foram cúmplices responsáveis pelo estrago causado pelo método terrorista dos fascistas. Todos envolvidos devem ser investigados e punidos de maneira exemplar. Assim como todos os parlamentares e empresários envolvidos.

12. O Congresso Nacional, Senado e Câmara dos Deputados, têm maioria conservadora e o bolsonarismo possui peso político enorme na sociedade. Não devemos ter ilusões de que o poder legislativo federal agirá com rigor para punir golpistas e adotar medidas necessárias contra o autoritarismo, Arthur Lira é parte do campo bolsonarista, não levará até as últimas consequências a punição política. Tampouco devemos ter a ilusão de que as medidas dos poderes Executivo e Judiciário serão suficientes para barrar o avanço do projeto autoritário. Se houver, relação de forças e condições políticas no Congresso Nacional, a esquerda deve apoiar a instauração das Comissões Parlamentares de Inquérito e os processos de cassação de parlamentares golpistas. Contudo, é preciso ter nítido, será fundamental, crucial, decisivo, a constituição de um amplo movimento democrático e a Frente Única para mobilizar e conquistar a maioria das massas na luta contra o fascismo. O momento para fortalecer e avançar contra o inimigo autoritário é agora, a maioria das massas apoia a punição e prisão dos bolsonaristas responsáveis pela destruição. Porque a realidade é dinâmica e a conjuntura política poderá mudar, basta olhar para as mudanças na relação de forças nos últimos anos, desde o impeachment de Dilma, o governo de Temer, a ascensão de Bolsonaro e a eleição histórica de Lula.

13. A vitória eleitoral contra Bolsonaro e a ampla unidade contra as ações golpistas, não podem ofuscar a visão de que estamos diante de uma crise de regime, a qual aparece mais na crise entre o Governo Lula e o Comando das Forças Armadas. Essa crise só poderá ser resolvida com o afastamento e punição exemplar dos oficiais golpistas. De imediato, ainda é necessário a reformulação de poderes do GSI e da Agência Brasileira de Informações. A maioria dos oficiais, que ocupam funções políticas e burocráticas nos órgãos civis, devem voltar às suas atribuições militares. Ainda faltará algo mais profundo e difícil de fazer, a Reforma Constitucional que reconfigure toda a estrutura e papel das Forças Armadas. Serão necessárias leis mais rígidas para punir, militares e civis, golpistas. Isso exigirá ação do governo federal, pressão social sobre os parlamentares e o Poder Judiciário, o que depende da mobilização das massas.

14. Se não houver prisão e punição exemplar contra Bolsonaro e todos os seus aliados golpistas, civis e militares, a avenida estará aberta para o avanço do fascismo no Brasil.

15. Para conquistar a maioria das massas, será decisivo avançar nas políticas sociais e econômicas que visem melhorar as condições de vida do povo (combater a fome, gerar empregos, aumentar o salário mínimo, recompor as perdas salariais dos servidores públicos, dar acesso a moradia, investir nos órgãos de proteção ao meio ambiente, investir nos serviços públicos, proteger as terras dos povos indígenas, fazer a reforma tributária para taxar grandes fortunas e reduzir impostos para os trabalhadores, etc.). Sem essa política, o governo Lula poderá perder apoio e abrir caminho para o fortalecimento do fascismo.

16. A tarefa central é combinar a ampla unidade de ação democrática, incluindo todos os aliados contra o golpismo, com a organização de uma poderosa Frente Única dos movimentos sociais e partidos de esquerda. O objetivo do fascismo é destruir os movimentos sociais, partidos de esquerda e acabar com as liberdades democráticas. O governo Lula, os lideres dos movimentos sociais e os partidos de esquerda não podem vacilar, é necessário esmagar o fascismo com a força da classe trabalhadora, antes que seja tarde demais.



III

O domingo, 8 de janeiro de 2023, foi um ponto de virada na história política brasileira do século XXI. Mais de cem ônibus levaram reforços para o mega-acampamento até então situado na frente do Quartel-general do Exército, em Brasília. O dispositivo de policiais militares do Distrito Federal meramente escoltou os “manifestantes” até a Praça dos Três Poderes, com a consequente invasão e quebra-quebra operados pela vanguarda da turba. Passados 17 dias, muito já se sabe a respeito de quem estava nos edifícios históricos, das omissões e cumplicidades por parte de militares profissionais – alguns de alta patente – e outras evidências da deslealdade diante do resultado eleitoral. O mal-estar é óbvio e a distensão se consolidou em uma ilustre reunião com intuito de “virar a página”.

Na sexta-feira, 20 de janeiro do ano corrente, ocorreu uma importante agenda, a qual este analista imaginou ver apenas em livros de história contemporânea. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Alto Comando das Forças Armadas tiveram um longo encontro, com mais de duas horas e meia de duração. Múcio, insisto, é mais um porta-voz ou intermediário do que titular da pasta no governo civil. Sobre sua atuação, paira uma controvérsia. Um setor da política nacional lhe atribui o papel de articulador de quase golpe, quando intermediou a proposta de decreto de Garantia de Lei e Ordem (GLO), em pleno domingo, 8 de janeiro. Outra parcela, vê sua habilidade em contornar discrepâncias uma das garantias da posse de Lula em 1º de janeiro, sem maiores problemas, ao menos, no dia.

Além do presidente e o “ministro” supracitado, estavam presentes o empresário Josué Gomes com outros cinco colegas industriais do capitalismo ainda nacional, além do topo da pirâmide militar brasileira do momento: o general Júlio Cesar de Arruda (Exército), o almirante Marcos Sampaio Olsen (Marinha) e o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica). Estavam também o vice-presidente e titular do Ministério da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Ao final do encontro, Múcio afirmou para os veículos de comunicação que não “observa envolvimento direto das Forças Armadas”, mas, ao mesmo tempo, assegurou que não haverá impedimento das punições por parte da Justiça, com o devido processo legal. Essa posição, de punir a quem estiver envolvido, foi ratificada pelos comandantes em chefe castrenses.

Supostamente, a reunião aponta a uma “agenda positiva”. Através do comando de Josué Gomes, haveria uma manifesta intenção de retomar a inflexão nacionalista do empresariado brasileiro, através de políticas industriais que vão ao encontro das necessidades mais urgentes das Forças Armadas. Em tese, essa primeira conversa cessa o problema de fundo, ou seja, a deslealdade e a desestabilização permanente através da posição do Alto Comando das três forças, em especial o emprego de operação psicossocial contra a população por parte do Exército Brasileiro. 

Parece que estamos observando um filme já visto, com a evidente sensação de cansaço que isso causa. Tal e qual observamos no primeiro governo Lula, com o estúpido aceite da Missão das Nações Unidas no Haiti, em seu segundo mandato de Luiz Inácio, com a pouco crível posição nacionalista e anti-imperialista das Forças Armadas, e no primeiro governo de Dilma Rousseff, com o avanço em todos os níveis da política industrial, incluindo o setor de defesa. Nestes três importantes momentos históricos do século XXI, o Brasil teve um vislumbre do pântano que é ser uma força de ocupação e, ao mesmo tempo, as reais possibilidades da projeção de poder no Sistema Internacional. Para tal, é necessário contar com Forças Armadas profissionais, leais e capazes de enfrentar os desafios subsequentes de uma política externa voltada ao Sul Global. Isto é estar à altura do desafio de confrontar o norte hegemônico sem cometer o fiasco dos oficiais argentinos (com raras exceções) na Guerra das Malvinas.

Sincera e honestamente, após oito anos de guerra psicológica interna – iniciada com a escolha dos generais então na ativa para participar da vida política sem qualquer mandato – fico com enorme desconfiança das reais intenções do estamento militar brasileiro. Vejamos algumas evidências.

O terremoto político e a contaminação do Estado
O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste (São Paulo), afirmou em discurso na quarta-feira, 18 de janeiro de 2023, que o Brasil atravessa um terremoto político e este turbilhão pode quebrar a coesão das Forças Armadas. A fala do general que tem assento no Alto Comando clama pelo respeito ao resultado da urna – “mesmo que a gente não goste, não sendo quem a gente queria”. Seu discurso foi celebrado como a mais incisiva fala contra a desobediência e “a incoerência e o desrespeito”.

Simultaneamente, o agora onipresente ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, para “evitar parecer que há uma tentativa de intromissão na gestão das Forças Armadas” não vai mexer no organograma deixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. São mais de 800 militares na pasta, um evidente exagero para atender demandas setoriais e cartoriais. A limpeza ou “desbolsonarização” é uma necessidade vital para descontaminar da presença fascista ou do “trumpismo tropical” o aparelho de Estado brasileiro, com especial proximidade com o Poder Executivo.

No caso do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão diretamente ligado ao Alto Comando e especialmente ao Exército, a contaminação é enorme. Temos casos de militares profissionais que cumpriam expediente no Palácio do Planalto e, após encerrar seu horário, avançavam a conspirar de fronte ao QG do Exército. Para evitar esse conflito de interesses e poder seguir aplicando a “limpa”, o ministro chefe do GSI, general Gonçalves Dias, não foi convidado para a reunião com o Alto Comando das três forças.

Se e caso todos os militares profissionais que participaram de atos golpistas venham de fato a ser punidos dentro dos rigores da lei, é quase impossível não atingir generais de quatro estrelas e oficiais de alta patente. O cerco a Bolsonaro avança consideravelmente e seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, seria elemento central das operações financeiras ilegais do ex-presidente. É bastante improvável que essas atividades, pouco ou nada republicanas, não fossem de alguma forma conhecidas da inteligência da caserna.

O tamanho da contaminação é gigantesco. O pai de Cid é general da reserva e amigo íntimo de Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens foi lotado para comandar o 1º Batalhão de Ações e Comandos, dentro do Comando de Operações Especiais, baseado em Goiânia (GO). Ou seja, caso a lei atinja o estafeta de Jair Messias, a crise institucional já está dada.

Ao que tudo indica, a capacidade de governar de Lula, do partido de governo e de sua base amplíssima está diretamente ligada às necessárias punições de militares profissionais envolvidos em atividades ilícitas e de conspiração golpista. Disciplinar a caserna nem de longe é mais relevante do que distribuir riquezas e garantir políticas públicas para a diminuição da desigualdade. Mas é simplesmente impossível o exercício do Poder Executivo sem uma devida rede de proteção contra novos intentos de golpe. O futuro próximo do país, da América Latina e de parte do Sul Global dependem diretamente das investigações da conduta de militares de alta patente. É isso ou quase nada a fazer.

Observação: 24 horas após a reunião com os comandantes das três forças, o presidente Lula demitiu o comandante geral do Exército e pôs em seu lugar o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste e autor do discurso legalista e em defesa das regras democráticas. Parece que existe um candidato a marechal Lott para o século XXI.

Bruno Beaklini 
Monitor do Oriente Médio






Fonte 










NÃO AO ESTATUTO DO NASCITURO

















(Inspirado em Lola)







A ESCRITA ORIGINAL

A ESCRITA ORIGINAL


O proto-sinaítico (também conhecido como sinaítico, proto-cananeu quando encontrado em Canaã, o alfabeto semítico do norte, ou alfabético primitivo) é considerado o traço mais antigo da escrita alfabética e o ancestral comum de ambos: a antiga escrita árabe do sul e o alfabeto fenício, que levaram a muitos alfabetos modernos, incluindo o alfabeto grego. De acordo com a teoria comum, os cananeus ou Hiksos (Hicsos) que falavam uma língua semítica reaproveitaram os hieróglifos egípcios para construir uma escrita diferente. A escrita é atestada em um pequeno corpus de inscrições encontrado em Serabit el-Khadim na Península do Sinai, Egito, datando da Idade do Bronze Média (2100–1500 aC).






Os vestígios mais antigos do alfabeto foram encontrados em uma rocha repleta de graffiti perto de uma estrada árida em Wadi el-Hol (o Vale Terrível) que corta o deserto entre Abidos e Tebas no Alto Egito (fig. acima).

Os descobridores dessas inscrições simples e ainda não decifradas foram John e Deborah Darnell, egiptólogos de Yale. Quando encontraram as inscrições de Wadi el-Hol em 1993, reconheceram imediatamente certas formas de escrita proto-sinaítica e proto-cananita relacionadas com a escrita alfabética mais antiga da Península do Sinai e mais ao norte, entrando em território cananeu, na Síria-Palestina, que datava de 1600 a.C. em diante. 

Mas essas inscrições em território egípcio poderiam ser datadas, examinando materiais relacionados a elas, cerca de duzentos e cinquenta anos antes. 

Nas inscrições rupestres, lá estava o alef, a cabeça de um boi; o sinal ondulado que significa “água” nos hieróglifos, talvez já adaptado do egípcio n (nt e nwy, água) para o semítico m (de mayim, água); o sinal encaracolado que significa “casa” e que em egípcio se lê p-r, mas nas formas semíticas ocidentais acabou dando beth em hebraico, bait em árabe e beta em grego.


ANATOLIA

The English-language name Anatolia derives from the Greek Ἀνατολή (Anatolḗ) meaning "the East" and designating (from a Greek point of view) eastern regions in general. The Greek word refers to the direction where the sun rises, coming from ἀνατέλλω anatello '(Ι) rise up,' comparable to terms in other languages such as "levant" from Latin levo 'to rise,' "orient" from Latin orior 'to arise, to originate,' Hebrew מִזְרָח mizraḥ 'east' from זָרַח zaraḥ 'to rise, to shine,' Aramaic מִדְנָח midnaḥ from דְּנַח denaḥ 'to rise, to shine.'[19][20]

The use of Anatolian designations has varied over time, perhaps originally referring to the Aeolian, Ionian and Dorian colonies situated along the eastern coasts of the Aegean Sea, but also encompassing eastern regions in general. Such use of Anatolian designations was employed during the reign of Roman Emperor Diocletian (284–305), who created the Diocese of the East, known in Greek as the Eastern Diocese, but completely unrelated to the regions of Asia Minor. In their widest territorial scope, Anatolian designations were employed during the reign of Roman Emperor Constantine I (306–337), who created the Praetorian prefecture of the East, known in Greek as the Eastern Prefecture, encompassing all eastern regions of the Late Roman Empire and spanning from Thrace to Egypt.

Only after the loss of other eastern regions during the 7th century and the reduction of Byzantine eastern domains to Asia Minor, that region became the only remaining part of the Byzantine East, and thus commonly referred to (in Greek) as the Eastern part of the Empire. At the same time, the Anatolic Theme (Ἀνατολικὸν θέμα / "the Eastern theme") was created, as a province (theme) covering the western and central parts of Turkey's present-day Central Anatolia Region, centered around Iconium, but ruled from the city of Amorium.

The Latinized form "Anatolia," with its -ia ending, is probably a Medieval Latin innovation.[20] The modern Turkish form Anadolu derives directly from the Greek name Aνατολή (Anatolḗ). The Russian male name Anatoly, the French Anatole and plain Anatol, all stemming from saints Anatolius of Laodicea (d. 283) and Anatolius of Constantinople (d. 458; the first Patriarch of Constantinople), share the same linguistic origin.

The oldest known name for any region within Anatolia is related to its central area, known as the "Land of Hatti" – a designation that was initially used for the land of ancient Hattians, but later became the most common name for the entire territory under the rule of ancient Hittites.[23]

The first recorded name the Greeks used for the Anatolian peninsula, though not particularly popular at the time, was Ἀσία (Asía),[24] perhaps from an Akkadian expression for the "sunrise" or possibly echoing the name of the Assuwa league in western Anatolia.[citation needed] The Romans used it as the name of their province, comprising the west of the peninsula plus the nearby Aegean Islands. As the name "Asia" broadened its scope to apply to the vaster region east of the Mediterranean, some Greeks in Late Antiquity came to use the name Asia Minor (Μικρὰ Ἀσία, Mikrà Asía), meaning "Lesser Asia" to refer to present-day Anatolia, whereas the administration of the Empire preferred the description Ἀνατολή (Anatolḗ "the East").

The endonym Ῥωμανία (Rōmanía "the land of the Romans, i.e. the Eastern Roman Empire") was understood as another name for the province by the invading Seljuq Turks, who founded a Sultanate of Rûm in 1077. Thus (land of the) Rûm became another name for Anatolia. By the 12th century Europeans had started referring to Anatolia as Turchia.[25] During the era of the Ottoman Empire, mapmakers outside the Empire referred to the mountainous plateau in eastern Anatolia as Armenia. Other contemporary sources called the same area Kurdistan.[26] Geographers have variously used the terms East Anatolian Plateau and Armenian Plateau to refer to the region, although the territory encompassed by each term largely overlaps with the other. According to archaeologist Lori Khatchadourian, this difference in terminology "primarily result[s] from the shifting political fortunes and cultural trajectories of the region since the nineteenth century."[27]

Turkey's First Geography Congress in 1941 created two geographical regions of Turkey to the east of the Gulf of Iskenderun-Black Sea line, the Eastern Anatolia Region and the Southeastern Anatolia Region,[28] the former largely corresponding to the western part of the Armenian Highlands, the latter to the northern part of the Mesopotamian plain. According to Richard Hovannisian, this changing of toponyms was "necessary to obscure all evidence" of the Armenian presence as part of the policy of Armenian genocide denial embarked upon by the newly established Turkish government and what Hovannisian calls its "foreign collaborators."


BITHYNIA

Bithynia was an ancient region of Anatolia which existed from 294 to 74 BC, with Nicomedia and Nicaea serving as its capitals. It bordered Mysia to the southwest, Paphlagonia to the northeast, and Phrygia to the southeast, and it was an independent kingdom from 297 BC to 74 BC, asserting its independence under Bas of Bithynia and Zipoites I of Bithynia after the breakup of Alexander the Great's empire. Nicomedes IV of Bithynia was unable to maintain his independence from Mithridates VI of Pontus, and, in 74 BC, he bequeathed his kingdom to the Roman Republic in his will. In 74 BC, Bithynia was merged into Bithynia and Pontus.



Fonte






GENTRIFICAÇÃO NA CIDADE BAIXA

Gentrificação na Cidade Baixa


"Os artistas pobres mudam-se para bairros de valores imobiliários mais baixos porque não podem pagar por outra coisa, e além de produzirem sua arte também acabam produzindo uma nova paisagem urbana. 
O valor das propriedades aumente à medida que suas atividades tornam o bairro mais intelectualmente estimulante, culturalmente dinâmico e na moda, e o resultado é que, no fim das contas os artistas já não têm meios de viver ali e precisam se mudar, Pessoa ricas então transferem-se para lá, e lentamente o bairro perde seu caráter intelectual e cultural, tornando-se tedioso e estéril. 
Apesar do fato de que o bem-estar comum da cidade está constantemente sendo expropriado e privatizado em mercados imobiliários, com sua especulação, o comum continua vivendo ali como fantasma".

Michael Hart & Antonio Negri. Bem-estar Comum

22 dezembro 2022

CAPITALISMO E PRECARIEDADE

O artigo de Miriam Leitão que exige de Lula a diversidade identitária na composição do novo governo e a austeridade de gastos públicos é ilustrativo da relação identitarismo e neoliberalismo. 

A mera distribuição de cargos políticos a partir da paridade identitária nada altera a política de desigualdade neoliberal, uma vez que esta desigualdade é estrutural. 

A representatividade no poder deve resultar de melhoria real da realidade de classe das identidades marginalizadas ao longo da modernidade/colonialidade brasileira. Para que isso ocorra os aparatos geradores de desigualdade devem ser desmontados o que implica na supressão ou superação do capitalismo. 

Essa “modernidade/colonialialidade” brasileira, autoritária, conservadora e retrógrada levou à ascensão da extrema-direita no país. 

A elite econômica ou “o mercado” deseja total liberdade para explorar a vida do trabalhador, e poder para influenciar decisões políticas mais eficazmente. Esse movimento visa concentrar toda a riqueza gerada tanto pela classe trabalhadora quanto pela classe média. 

Nesse processo de concentração e acumulação desenfreado, a precarização e à consequente extinção da classe média e dos pequenos burgueses não é somente uma consequência mas um projeto. O que é um corolário óbvio, pois não deve haver riqueza, segurança e estabilidade exceto nas mãos da elite. 

O capitalismo não promete nada. Ele constitui-se  apenas num modo de produção de acumulação de capital e, também, uma formação da subjetividade social.

O capitalismo não acumula riqueza. Ele transforma a produção social de riqueza em capital (abstrato). portanto,  a riqueza não se realiza como bem comum. A produção social da riqueza (forças vivas) transforma-se em trabalho morto (capital).

A esperança de que possuindo um meio de acumular riquezas e o livre mercado trariam segurança progresso e estabilidade é uma falácia. 

A classe trabalhadora já se encontra totalmente precarizada mas não se revolta sobretudo pela catequização que vem sendo feita por igrejas neopentecostais cristofascistas acólitos que são da necropolitica engendrada pelo capital. 

O problema do capitalismo informacional não está na empobrecimento da classe média e dos trabalhadores, mas, essencialmente, na precarização da vida. Trata-se de uma vida isolada, sem amparo social, vazia do bem comum. Uma vida fascista, vazia de alegria, de sensibilidade e acuidade intelectual. 

Nesse sentido,  os pobres vivem melhor do que a classe média, pois estão distantes da vida fascista.

O que o governo B. instaurou no Brasil nos últimos quatro anos e que assanhou a parte autoritária e conservadora da população, foi um governo fascista e tirano que não responde a ninguém desejando que não houvessem instâncias acima dele que pudessem controlá-lo. Essa atitude, de um governo eleito democraticamente, que se apossa compadre para acabar com a democracia devia ser proibida historicamente e comiserada ilegal e criminosa pois constitui-se em retrocesso. 

Mas, o golpe perpetrado por agentes do estado em  2016 iniciado em 2013 nas jornadas de junho que deu palco à extrema-direita e lhe serviu de combustível, deve ser estudado mais detidamente para se localizar e tipificar o papel de cada agente e grupo. 

Pois como diz Foucault “o fascismo está na cabeça”, assim, o fascismo é o desdobramento natural do capitalismo como formação social. Somente a vida livre da subjetividade capitalista, diga-se, livre da mediação do capitalismo e de seus mecanismo, pode assegurar uma sociedade livre do fascismo. 

Uma vida não fascista demanda viver além dos aparatos de dominação do capital. Esses aparato como historicamente já conhecemos, levaram ao surgimento do fascismo histórico e do neoliberalismo uma versão edulcorada do fascismo renascido nos tempos atuais em diversas partes do mundo eufemisticamente chamado de extrema-direita. 
















21 dezembro 2022

SOLSTÍCIO DE DEZEMBRO

SOLSTÍCIO DE VERÃO 
NO HEMISFÉRIO SUL

21/XII/2022

Antes de existir o Natal cristão, provavelmente no paleolítico, c. 800.000 ou 6000.000 anos atrás,  havia um outro evento, que era comemorado da mesma maneira, com comida, uma árvore, muito provavelmente um Pinheiro (uma das poucas espécies que permaneciam verdes no inverno nevado), e luzes, (tochas), iluminavam a noite mais escura do ano no hemisfério norte. Esse evento que sempre ocorria por volta do dia 21 de dezembro, era o Sol estático ou solstício. 

O homem notou através de observações sistemáticas do céu, do sol, da lua e de certas estrelas errantes, os planetas, que estes astros se deslocavam entre as estrelas fixas.  
Havia um dia especial em que Sol saindo do trópico de Câncer (21/junho, solstício de verão) se deslocava para o sul e parava sua viajem sobre o trópico de Capricórnio no dia 21 de dezembro (solstício de inverno). A partir desse dia o Sol iniciava sua longa jornada de volta para o hemisfério norte, onde parava um dia sobre o trópico de Câncer em 21 de junho o solstício de verão no hemisfério norte. 

O festival que marca o solstício de inverno é o tempo em que a Criança do Sol renasce, que os dias voltam a se tornar mais longos e que a parte mais tenebrosa do inverno ficaria para trás. A partir desse dia contava-se 120 dias e seria primavera, quando ocorria outro evento notável, o Equinócio, marcando o início da primavera no hemisfério norte. No equinócio o número de horas de sol é igual ao número de horas de escuridão, e só acontece duas vezes no ano, no outono e na primavera. Nos dias 21 de março, equinócio de outono no hemisfério sul (equinócio de primavera do hemisfério norte) e no dia 21 de setembro, equinócio de primavera no hemisfério sul (equinócio de outono no hemisfério norte). 
Acredita-se que o Yule seja a festa sazonal mais antiga da Europa desde a Era do Bronze.
Yule significa “roda” em norueguês e a data também é conhecida como festival das luzes, por causa do costume de acender fogueiras e muitas tochas e velas nesta noite, para comemorar a lenta volta do Sol para o hemisfério norte. (darside)

Os antigos observaram surpresos, que o Sol a lua e os planetas, andavam sempre em uma mesma faixa do céu. Esses astros faziam um caminho circular que durava um ano e voltavam ao mesmo ponto. Esse círculo no qual astros se deslocavam na esfera celeste era especial e muito tempo depois do paleolítico e do neolítico, já na Era do Ferro, os gregos chamaram esse caminho e essa faixa no céu de Eclíptica. 

A medida que o tempo foi passando, mais e mais observações do firmamento foram sendo coligidas. Provavelmente por volta de 3.600 a 1.600 anos atrás, um observador e um ferreiro construíram o Disco de Nebra, a mais antiga representação concreta do firmamento.

Disco e de Nebra

O disco de Nebra foi encontrado por dois “caçadores de tesouros” Henry Westphal e Mario Renner enquanto procuravam por tesouros, com um detector de metal, num antigo assentamento da Era do Bronze. “Caçadores de tesouros” é um eufemismo para ladrões de túmulos da antiguidade, que escavavam ilegalmente um sítio arqueológico na cidade de Nebra, em 1999, em Mittelberg, nas proximidades da cidade de Nebra em Sachsen-Anhalt, (Estado da Saxônia-Anhalt, Alemanha), a 270 quilômetros de Berlim

O disco de Nebra é feito de bronze, possui  uma massa de 2,2 kg (dois quilos e 200 gramas) e mede cerca de 32 centímetros de diâmetro, sendo quase perfeitamente circular. (1,2)

Nele estão representados incrustações em ouro que representariam um barco, o Sol, a Lua e estrelas. Através de dois arcos nas bordas da peça, provavelmente acrescentados em eras posteriores, pode-se determinar os solstícios de inverno e verão. 

Saber determinar com precisão o início das estações do ano era uma tarefa importante, para não dizer essencial, para identificar os períodos de semeadura e colheita e da caça para a sociedade da era do bronze que dependia da agricultura e do que a natureza concedia sazonalmente, em numa época em que ainda não existiam calendários. 

No disco sete pontos de ouro provavelmente representariam as Plêiades (na mitologia grega, as sete filhas de Atlas) na constelação do Touro (Taurus na mitologia grega), como eram vistas entre 3.600 e 1.800 anos atrás (1,2).

Representação gráfica do Disco de Nebra 
(2)

No hemisfério sul, hoje dia 21 de dezembro o Sol chega no trópico de Capricórnio, e marca o dia mais longo do ano e a noite mais curta (nesse dia o Sol “para” em cima da cidade de São Paulo). Amanhã ele estará indo embora em sua interminável viajem entre os trópicos. Os dias começarão a ficar mais curtos e as noites mais longas até o dia 20 de março quando o Sol cruza o equador celeste. Nesse dia teremos o equinócio onde a noite e o dia são iguais. O Sol continuará seu trajeto pela eclíptica até chegar no trópico de Câncer em 21 de junho quando teremos a noite mais longa e o dia mais curto (solstício de inverno no hemisfério Sul). E daí ele inicia sua lenta volta para o hemisfério sul. 
Note que a descrição é como se o mundo, o cosmo, fosse Ptolemaico: o Sol viaja, o Sol chega, o Sol para, etc. mas na realidade é a Terra que se move ao redor do Sol, e como nossa estrela é um ponto de meio grau no céu parece daqui que é ele que está se movendo. Se você estender a mão a frente de seu roso o diâmetro angular do dedo mínimo representa 1 grau, o tamanho do sol no céu. 

Tomando medidas no céu com o braço estendido. 




Diâmetro angular dos diferentes dedos da mão. Usando esse método podemos também calcular o tempo que resta de luz num dia.

Pôde-se ver, que o homem desde que se tornou uma espécie bípede, em um passado longínquo,  tem seus olhos voltados para o céu. 
Da regularidade, harmonia e estabilidade aparente do firmamento, o Cosmos, ele regula sua vida e sua cultura. 
Vamos festejar esse dia como os antigos festejavam na simplicidade e na alegria de nossa passagem efêmera por essas paragens onde nos encontramos atualmente. 
Que seja um recomeço de um novo ciclo cheio de luz e esperança.













COMEMORAÇÃO EM STONEHENGE 



Normalmente uma barreira impede que as pessoas toquem nas pedras, mas as regras são relaxadas em datas comemorativas (bbc)


Fonte 

















 

CAPITALISMO

O capitalismo é muito mais do que um mecanismo de acumulação de capital através da exploração da vida, transformando a vida em trabalho morto. Como diria o pensador: o capitalismo é a transformação das forças vivas em trabalho morto (K. Marx). É, sobretudo, uma formação social, uma máquina de produção de subjetividades.

Karl Marx

Portanto, a ideologia capitalista e seus corolários  é o que naturaliza as desigualdades e permite o funcionamento das estruturas de opressão e alienação do ser humano. 

Se ele transforma a força viva em trabalho morto ele (o capitalismo) poderá e talvez esteja destinado a se autodestruir, destruindo a sua própria base social, o meio de vida da classe média; arrastando as classes médias a algo parecido com a existência precária dos sobrecarregados trabalhadores que aqueles tanto desprezam e temem.

Desta forma a dinâmica das contradições do capitalismo caminha para duas vertentes de possibilidades: socialismo ou barbárie.

O capitalismo promete com seu arcabouço ideológico um melhor padrão de vida e uma existência mais estável e previsível. 

Mas o que se observa, na Grã-Bretanha, nos EUA e em todos os outros países desenvolvidos nos últimos 20 ou 30 anos, é exatamente o contrário que vem ocorrendo. 

A segurança do emprego não existe, as atividades e as profissões do passado em grande parte acabaram, tudo se transformando em mercadorias que podem ser negociadas, e as carreiras que duravam uma vida inteira são meramente lembranças.

Se as pessoas têm qualquer riqueza, isto está nas suas casas e propriedades, mas os preços dos imóveis nem sempre crescem. Quando o crédito fica restrito como é o tempo que estamos vivendo, eles podem ficar estagnados por anos. 
Uma minoria cada vez menor pode contar com uma pensão ou aposentadoria com a qual pode viver confortavelmente, e não são muitos os que tem economias significativas no mundo de hoje, que os possibilite a viver por um período longo de tempo.

Mais e mais pessoas vivem um dia de cada vez, com pouca noção do que o futuro pode reservar.

As pessoas da classe média costumavam imaginar as suas vidas desdobradas em uma progressão ordenada. Todavia não é mais possível olhar para uma vida como uma sucessão de estágios em que cada um é um passo dado a partir do último.

E tem mais, devido a transformação de tudo em mercadoria e devido à concentração absurda de capital nas mãos de poucos o ambiente se deteriora a uma velocidade astronômica quando comparada com as taxas de mudanças históricas registradas no passado. 

segundo os cientistas ambientais ou iniciamos agora o controle sobre o impacto do capitalismo sobre a natureza ou será tarde demais. O capitalismo não se auto destruirá somente destruindo as classes médias, mas destruirá o ambiente impedindo os serviços prestados pelos elementos naturais. 

“Socialismo ou barbárie” (Rosa Luxemburgo).

Tudo indica e aponta para nossa proximidade  maior com a barbárie do que do socialismo. Estamos caminhando a passos largos e em alta velocidade para a barbárie. É isso é verdade que temos um exemplo na frente do nosso nariz e no qual vivemos intensamente nos últimos quatro anos (gov. Bolsonaro). 

É provável que tenhamos que entrar na barbárie para então iniciarmos uma revolução para o socialismo. Entretanto, se chegarmos na barbárie o ambiente já terá passado do ponto de não retorno, do ponto no qual ele se pode auto-regular e se regenerar. Se assim for pereceremos antes de alcançarmos o socialismo e a dignidade de todos os seres desde universo. 

“Socialismo ou barbárie” (Rosa Luxemburgo).



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