INÍCIO

11 dezembro 2021

FOGO É MOVIMENTO

RIZOMATA

ῥίζωματα

Em botânica e dendrologia, um rizoma, do grego antigo ῥίζωμα, rhízōma massa de raízes, de ῥιζόω, rhizóō, causar raízes é um caule subterrâneo modificado que envia raízes e brotos de seus nós. Os rizomas também são chamados de raízes rastejantes ou apenas raízes. Os rizomas se desenvolvem a partir de botões axilares e crescem horizontalmente. O rizoma também mantém a capacidade de permitir que novos brotos cresçam para cima.

“Quatro raízes de todas as coisas: 
Fogo, Ar, Água e Terra.”

I












II







III

















09 dezembro 2021

FRAGILIZAÇÃO E SUPRESSÃO DE DIREITOS


FRAGILIZAÇÃO E SUPRESSÃO DE DIREITOS

Vamos formar outro G.A.E.T?

8 Dezembro, 2021

Doutora em Direito do Trabalho pela USP/SP, juíza do trabalho no Tribunal Regional do Trabalho da Quarta Região, professora de Direito e Processo do Trabalho da UFRGS e escritora.


Começo esse artigo relembrando algumas cenas recentes, capazes de compor um mosaico assustador, pelo tanto que revelam acerca de quem somos como sociedade.
O advogado-geral da União, André Mendonça, usou versículos bíblicos nesta quarta-feira (7/4) para defender a abertura de templos religiosos em meio à pandemia da covid-19.
(Marcos Oliveira/Agência Senado e  Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil )


Cena 1: o presidente da República sorri enquanto divide a sua recente descoberta: quem está imunizado também pode contrair covid-19 e contaminar outras pessoas. O sorriso se alarga um pouco mais no momento em que ele diz "e pode até morrer". Ele não fala que a vacina diminui os efeitos da doença sobre o organismo humano e a capacidade de disseminação do vírus, nem aconselha as pessoas a usarem máscaras ou buscarem imunização. Nem mesmo diante da realidade da nova cepa Ômicron. Nem mesmo sabendo que já temos mais de 615 mil mortos e 22 milhões de pessoas infectadas.

Cena 2: a primeira-dama dá pulos de alegria ao saber que André Mendonça, indicado pelo presidente com o epiteto de "terrivelmente evangélico", foi aprovado pelo Senado, para ser ministro do STF. Na sequência, reúne-se em círculo com outras pessoas: elas rezam.

Cena 3: André Mendonça transita por sua sabatina no Senado. Basicamente, defende-se de tudo o que até agora identifica sua atuação. Vendo-o, recordo quando, em um dos piores momentos da pandemia, ele defendeu a abertura dos templos, com o argumento de que “os verdadeiros cristãos estão dispostos a morrer para garantir a liberdade de culto”. Sua indicação é aprovada por 45 votos. Precisava apenas de 41.

Cena 4: nove pessoas são mortas com tiros de fuzil, na cabeça e no tórax, em uma ação da polícia militar. Segundo o site O Globo, as vítimas são Kauã Brenner Gonçalves Miranda, 17 anos, Rafael Menezes Alves, 28 anos; Carlos Eduardo Curado De Almeida, 31 anos, Jhonata Klando Pacheco Sodré, 28 anos; Élio da Silva Araújo, 52 anos; Ítalo George Barbosa de Souza Gouvêa Rossi, 33 anos; David Wilson Oliveira Antunes, 23 anos; Douglas Vinícius Medeiros De Souza, 27 anos; Igor da Costa Coutinho, 24 anos; cinco deles sem registro policial. Todos irmãos, filhos, amigos, afetos. Em outra ação policial no Jacarezinho, há alguns meses, foram 28 mortes. Em resposta àquela chacina, o vice-presidente afirmou: "era tudo bandido”. O presidente publicou no twitter, no dia 9 de maio: “ao tratar como vítimas traficantes que roubam, matam e destroem famílias, a mídia e a esquerda os iguala ao cidadão comum, honesto, que respeita as leis e o próximo. É uma grave ofensa ao povo que há muito é refém da criminalidade. Parabéns à Polícia Civil do Rio de Janeiro!"

Cena 5: um homem negro é algemado à moto dirigida por um policial. Ele precisa correr para acompanhar o veículo. Não há notícia de indignação popular.

Cena 6: o grupo de trabalho encomendado pelo governo apresenta sua nova proposta para alteração da legislação trabalhista. É profunda: inclui alterações na Constituição, na CLT e na legislação previdenciária. Segue a linha da “reforma” trabalhista, cujos efeitos nocivos têm sido admitidos até por quem a defendeu em 2017.

Essas cenas têm em comum violência e omissão. Ambas condições estruturais de nossas relações sociais. Condições que são reforçadas cada vez que se reproduz o discurso que naturaliza a atuação estatal em busca da lei e da ordem ou se utiliza a fé para justificar ou viabilizar opressão. Esse reforço ocorre, inclusive, quando identifica-se a violência a apenas um sujeito, que efetivamente tem atuado performaticamente, de modo a gerar asco e medo. O problema é que a fulanização, nesse caso, induz à falsa expectativa de que a eleição presidencial de 2022 poderia nos salvar.

Esse raciocínio é fantasioso. A eleição não nos salvará de nós mesmos.

Afinal, são muitos os agentes a reproduzir violência. Quem promove chacinas, arrasta um ser humano algemado a uma moto, não cumpre direitos trabalhistas, aprova um ministro negacionista, permite a manutenção de um governo que insistentemente desafia a ordem jurídica; quem propõe, vota, aprova ou considera constitucionais legislações que desamparam e, no limite, provocam o adoecimento e a morte de tantas pessoas, não o faz porque votou em um determinado sujeito ou está farto de outro. Reproduz uma ordem de valores, dentro da qual se sente mais seguro. Uma ordem que se mantém com troca de favores, com omissão em discutir publicamente a dominação de classe, raça e gênero, com orçamentos secretos ou aparelhamento das instituições. Quem assim atua, acredita que categorias como bandido ou vagabundo são a essência de seres que com ele não se confundem. Seres cujo desemprego, a dor, a fome, não lhe atingem.

Sob essa lógica, os direitos trabalhistas também são compreendidos como se interessassem apenas a quem está em uma relação de emprego, como se fossem alguma espécie de benefício, como se não fizessem diferença para toda a sociedade. Por isso, é possível encontrar quem, mesmo defendendo direitos humanos ou criticando posições discriminatórias, advoga em favor da punição de trabalhadoras e trabalhadores que porventura não estejam imunizados. O prisma invertido, que naturaliza a percepção de quem vive do trabalho como alguém cuja dignidade e cidadania pode ser sacrificada é o não-dito que identifica todas as cenas antes referidas.

O grupo que está propondo mais alterações para a legislação trabalhista é formado por alguns sujeitos que atuaram para a aprovação da Lei 13.467. O relatório tem 262 páginas e não simplifica, inclusive cria novos incidentes, como o de “formação de grupo econômico”. As propostas, a exemplo do que ocorreu em 2017, fragilizam ou suprimem direitos e garantias processuais, sob o pressuposto (historicamente falso, mas sempre reproduzido) de que o sacrifício de direitos sociais é a grande saída para a crise econômica. O grupo é formado por 29 homens e 3 mulheres. Isso já diz muito acerca da ideologia que perpassa essa iniciativa.

O aprofundamento da precarização da legislação social já tem como efeito, hoje, a insegurança alimentar de mais de 19,1 milhões de pessoas. Aliás, o uso desse eufemismo (insegurança alimentar) para falar de pessoas que estão vivendo com fome, também é revelador. Eis o que o desmanche da legislação social tem produzido e o que essa proposta, se acolhida pelo Parlamento, poderá aprofundar. Nesse caso, a violência, embora em um primeiro momento seja simbólica, pois a simples leitura das propostas já é suficiente para causar sofrimento, não é inferior àquela física, endereçada pelo Estado às pessoas pobres e negras deste país, bem revelada em algumas das cenas antes reproduzidas. E seu resultado é o aumento da violência física representada pela imposição de vulnerabilidade extrema, exigindo que a maioria das brasileiras e brasileiros lutem cotidianamente para manter uma sobrevivência precária. Ao serem obrigadas a isso, essas pessoas acabam sendo concretamente impedidas de atuar politicamente.

A visão do outro como alguém diferente, que pode suportar flagelos indesejáveis, pode sentir fome ou frio, trabalhar no domingo ou 12h em pé e sem intervalo, diz mais sobre as cenas antes descritas, do que o discurso distópico de um representante perverso e irracional. É claro que esse discurso é profundamente violento, na medida em que dá corpo a um sentimento que é de certo modo compartilhado e reforçado por práticas de desmanche de direitos. A questão é que o problema a ser enfrentado não é o de eliminar ou retirar da cena política quem representa essa explicitação da violência estatal. É bem maior do que isso. A violência é estrutural e sem alterar as estruturas de poder não será minimizada.

O nosso primeiro desafio, portanto, é o de entender esse projeto político, no qual a violência é utilizada para disseminar medo e desalento, dois afetos que fragilizam, facilitando práticas de espoliação e dominação. Minha proposta é que, reconhecendo isso, formemos outro grupo de estudos: o G.A.E.T - Grupo de pessoas Afetadas pelo Enfurecimento contra Trabalhadoras e trabalhadores. Reconhecendo-nos na condição de quem vive do trabalho, comecemos a estudar e praticar formas de enfrentamento dessa violência, antes que seja tarde demais. Isso não elimina a importância do voto. Ao contrário, talvez a tarefa primeira deva ser justamente a de exigir o compromisso de candidatas e candidatos, com a revogação dessas legislações destrutivas e com a alteração dessas práticas históricas de violência contra a classe trabalhadora.


Fonte


https://www.diap.org.br/index.php/noticias/reforma-sindical/89706-reforma-sindical-e-reapresentada-na-camara-agora-e-pec-196-19




BOLSONARO: PERSONALIDADE DO ANO "PARA O BEM OU PARA O MAL"?

BOLSONARO PODERIA SER ESCOLHIDO PELA REVISTA TIME COMO PERSONALIDADE DO ANO, ASSIM COMO ANTES FORAM HITLER (1938), STALIN (1939 E 1942), KHOMEINI (1971) E ALGUMAS OUTRAS FIGURAS TENEBROSAS DA HISTÓRIA!

A REVISTA, NO ENTANTO, SEMPRE ESCLARECE: SER ESCOLHIDO COMO PERSONALIDADE DO ANO NÃO SIGNIFICA NECESSARIAMENTE UMA HONRA. PODE SER UMA CONDENAÇÃO!

Bolsonaro recebeu o maior número de votos dos leitores da Revista TIME, isso foi anunciado. Mas a decisão final será daqui a poucos dias, e será feita, como sempre, pelos editores.

Como o editor Walter Isaacson escreveu, o título vai “para a pessoa ou pessoas que mais afetaram as notícias e nossas vidas, para o bem ou para o mal, e personificaram o que foi mais importante no ano, para melhor ou para pior”.

Vejo muitos bolsonaristas empolgados com a escolha (que erroneamente já assumem feita) de Bolsonaro como “person of the year” da Time Magazine. Na verdade, só se tem o resultado da votação dos leitores. Mas mesmo que Bolsonaro seja escolhido, o entusiasmo dos seus apoiadores só se deve ao desconhecimento do critério usado pela revista desde 1927, o primeiro ano em que figurou na capa a “Person of the year".

Escolher Bolsonaro será engrossar a lista dos que muito mal fizeram para o mundo no último ano!

Pelo que vimos os entusiastas pelo genocida não são tão numerosos assim, pois ele nem estava entre os primeiros. Não sei quem foi eleito mas certamente os bolsominios e os robôs estão decepcionados. 

(Texto da historiadora Maria Lúcia Burke)

08 dezembro 2021

HOMOFOBIA

“Noivinha do Aristides”: 
a homofobia como arma política

Escrito por Durval Muniz de Albuquerque Jr, 
07 de Dezembro de 2021.

O presidente Jair Bolsonaro, em visita ao município de Resende, no Rio de Janeiro, se postou, por cerca de uma hora, à beira de uma rodovia, acenando para quem por ali transitava. Foi hostilizado e xingado por vários motoristas e passageiros que o reconheceram, até porque seu aparato de segurança gerou a desaceleração do tráfego e um engarrafamento. No entanto, o presidente parece ter ficado irritado apenas com uma mulher que, ao passar por ele, o chamou de “noivinha do Aristides”, que seria uma das maneiras como era chamado quando frequentou a Academia Militar das Agulhas Negras. A irritação foi tamanha que ele teria ordenado a prisão da senhora, que foi levada até uma delegacia pela Polícia Rodoviária Federal, onde foi indiciada por crime de injúria e desacato. 

O gesto arbitrário e extremo terminou por repercutir intensamente nas redes sociais e mesmo na grande imprensa, fazendo com que o epíteto “noivinha do Aristides” fosse utilizado como arma na luta política, na busca de desgastar a imagem do presidente. Ficou-se então sabendo que Aristides seria seu professor de judô, quando de sua formação como militar. Fotos em que os dois apareciam juntos e montagens feitas a partir de uma foto com dois soldados em atitude de camaradagem passaram a sugerir um conteúdo homoerótico para a relação entre o presidente e seu ex-professor, o que de resto já estava presumida no “xingamento” feito pela transeunte. 

Para apimentar ainda mais o episódio, uma declaração do ex-ministro Jarbas Passarinho, em que ele dizia que Bolsonaro quando visitava os quarteis, em suas campanhas políticas, não dormia na ala dos oficiais, que era o correto para um Capitão, mas preferia pernoitar com os sargentos, foi resgatada e associada ao episódio.

Homofobia mata (fonte Globo G1)



Todo o episódio pressupõe que a homossexualidade, que a relação afetiva e erótica entre dois homens é algo desabonador, é algo vergonhoso, é algo que desqualifica e diminui os seus participantes. Se a senhora escolheu essa alcunha, que já era uma maneira que os colegas de caserna de Bolsonaro encontraram de o envergonhar e o diminuir, é porque ela de fato considerava que um rapaz ser “noivinha” de outro é algo desabonador, a ponto de ser equiparado a um xingamento, como os vários que o presidente estava ouvindo. 

Por outro lado, a reação desproporcional do presidente somente reforçou a mensagem de que recebera uma ofensa grave ao ser associado à homossexualidade, ao ser lembrado de sua possível relação homoafetiva ocorrida em seu passado. Tanto quem lançou a alcunha, quanto quem a recebeu partilham do mesmo preconceito, têm internalizada a homofobia, a rejeição ao ser homossexual e o medo de ser identificado com um deles ou delas. Mas, foi também a homofobia que fez com que pessoas montassem memes alusivos ao episódio e divulgassem através das redes sociais. Quem veiculou a mensagem o fez por supor que associar Bolsonaro a homossexualidade seria uma forma de desgastá-lo publicamente, uma forma de minar a sua popularidade, a sua aceitação pela sociedade. 


O que está implícito nesse gesto é o pressuposto de que a homossexualidade é uma nódoa, é uma mancha, é um traço que deve fazer de alguém uma pessoa rejeitada e impopular, uma pessoa que deveria perder, por isso, o respeito e admiração dos demais.

Manifestação em frente a SSP solidariedade aos 30 dias da morte de Kaike dos Santos. (3)
(Cris Faga/FOX PRESS PHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO)


Se verdadeira, a declaração de Jarbas Passarinho é uma declaração homofóbica, devendo desabonar mais o ex-ministro do que a quem ela foi dirigida, no entanto, todos aqueles e aquelas que veicularam a ironia homofóbica do ministro, se tornaram cúmplices de sua gracinha, e o fizeram por também acharem que o fato de alguém ser homem e dormir com um sargento é algo que deve merecer punição, castigo, nem que seja através do opróbrio público.

O mais chocante nesse episódio é ver muita gente que se diz progressista e de esquerda, que dizem defender o direito dos homossexuais, que se dizem combatentes da homofobia, embarcarem, gostosamente, nessa utilização política da injúria homofóbica. Tendo como desculpa que Bolsonaro é homofóbico, de que o presidente não perde a oportunidade de reproduzir as falas mais preconceituosas e estapafúrdias contra os homossexuais, como a de preferir que o filho morresse a se tornar homossexual, como a de sugerir que a vida dos homossexuais é marcada pela promiscuidade, como a de dizer que são práticas abjetas e associadas ao diabólico, como a de associar homossexualidade e pederastia, os militantes de esquerda se sentiram legitimados e à vontade para usar a homofobia contra o presidente homofóbico. 

Mas, eu pergunto: em que avançamos se para combatermos um presidente que discrimina os homossexuais nos equiparamos a ele, adotamos o seu discurso, apenas mudando de direção o preconceito e a injúria? Como vamos abalar a estrutura homofóbica de nossa sociedade, como vamos nos contrapor à ordem heteronormativa, se reproduzirmos essa estrutura e essa ordem, somente elegendo como alvo alguém que julgamos ser nosso inimigo? 

Mesmo o discurso do humor e do sarcasmo podem terminar por veicular e reproduzir os preconceitos mais arraigados de nossa sociedade, já que eles implicam em se achar que o amor e as práticas homossexuais são motivos de riso, quando não ridículas e fora de lugar. O que pode haver de engraçado e desabonador se efetivamente Bolsonaro tiver tido uma relação homoafetiva com o seu professor? Utilizar a referência à homossexualidade de alguém, supondo que com isso vai combatê-lo politicamente, vai prejudicar a sua imagem, é a reafirmação da mais deslavada homofobia, que se baseia, justamente, no fato de que a homossexualidade é um desvio, uma anomalia, um pecado nefando, é uma forma de amor que deve permanecer na clandestinidade e na obscuridade por ser vergonhosa, por diminuir e vulnerabilizar socialmente quem a sente e pratica.

O que deveríamos ressaltar desse episodio é o quanto a rejeição social ao desejo homossexual, presente em todos nós, como há muito tempo afirma a psicanálise, é o quanto o dispositivo do armário pode gerar pessoas desequilibradas, com sérias patologias psicológicas e mentais. O que deveria nos preocupar em Bolsonaro não é se ele é ou não homossexual, se ele teve ou tem desejos homoeróticos, mas o que fez com que ele se tornasse esse ser incapaz de empatia pelo dor de outro, esse homem que encarna uma masculinidade frágil, a precisar de demonstração e reafirmação públicas, permanentemente.


Não creio que avançaremos politicamente reforçando preconceitos, repondo imagens e discursos preconceituosos. A estratégia da desqualificação pessoal, do ataque à pessoa e não à persona pública, me parece a mais equivocada para a construção de uma sociedade republicana e marcada pela cidadania. O ataque moralista a pessoas, à vida privada, à fulanização da política é uma tática consagrada da direita, como a atuação de Sérgio Moro e da Lava Jato bem demonstrou.




Fonte: Gazeta do povo


Beijaço em BSAS (2)



O papel daqueles que querem transformar a sociedade é promover mudanças culturais, mudanças conceituais, mudanças nas formas de pensar, sentir, nas sensibilidades, e não é reforçando estereotipias e abjeções que se vai fazer essa mudança. O papel do intelectual é elevar o debate, é mudar os termos em que ele se dá e não se pôr nas redes sociais a reproduzir, de maneira açodada, os ataques mais rasteiros possíveis àqueles de quem de discorda e de quem não se gosta. 

Há vitórias que podem se tornar derrotas, a longo prazo, dependendo da forma como elas se constroem. Não superamos dados discursos se situando em seu interior, não combatemos preconceitos os veiculando apenas na direção oposta. A maior derrota que podemos sofrer é a de, para combater o bolsonarismo, assumirmos os termos em que colocam o debate, é terminarmos por ficarmos presos à lógica de seu discurso. O que devemos questionar não é a vida privada do presidente, seus desejos, o que ele faz com seu corpo, a quem ele ama e a quem se entrega sexualmente. 

Devemos questionar o homem público, sua incompetência administrativa, sua inépcia no governo. Se Bolsonaro expõe, muitas vezes, sua vida privada, como a constrangedora referência ao fato de ter feito sexo com a esposa, é justamente para desviar o foco de seu desastre como homem público e é nesse terreno que deve ser combatido. Não precisamos parecer com Bolsonaro para combatê-lo, mas pelo contrário, devemos ir para distante de tudo que ele representa, diz e faz.

Beijaço contra a LGBTQfobia (1)





Fonte 






A HISTÓRIA



LIVROS PARA ENTENDER 
O MUNDO
















A BELEZA DAS TERÇAS

 

UMA QUARTA NOSTÁLGICA