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03 setembro 2022
30 agosto 2022
O AGORA DA AÇÃO
Não haverá outro momento para agirmos corretamente.
Este é o momento.
Para essa discussão escolhi algumas passagens do nosso antigo e respeitável ritual, que passo a citar a seguir:
“O que significa a letra G?” perguntou o Venerável mestre. “Geometria, Geração, Gravidade, Gênio, e Gnose” respondeu o irmão Primeiro Vigilante. “De que Geometria trata-se aqui, irmão Segundo Vigilante? Indagou o Venerável Mestre. ”Da aplicável à construção universal, da que nos ensina a polir o homem e a torná-lo digno de ocupar seu lugar no edifício social” respondeu o irmão Segundo Vigilante".
Para que nos tornemos geômetras de nós mesmos, necessitamos empreender a mensuração, o corte correto das figuras até que tenhamos o sólido perfeito a Pedra Cúbica por excelência, polida, digna de ser usada como pedra angular do edifício que chamamos de mundo.
A Geometria clássica, como bem sabemos, foi focada nas construções com régua e compasso inicialmente e posteriormente ajuntou-se o esquadro e o prumo. Esse campo essencial do conhecimento foi sistematizado por Euclides, até os dias atuais considerado o "Pai da Geometria", que introduziu o rigor matemático e o método axiomático usados até hoje. Método esse oriundo da mais reta razão, não aceitando nada que não possa ser privado pelo cálculo e testado pela construção.
Os gregos antigos ampliaram a geometria dos antigos egípcios pelo “amor ao conhecimento”, pelo prazer intrínseco, já que os teoremas geométricos e sua formulação baseado na matemática ensejam o apanágio da lógica, da têmpera racional da mente e da coerência do pensamento. Assim, seria logico extrapolar para nossa ordem, que nossos irmãos fundadores beberam nessas fontes e nos legaram o mais puro exercício da ciência. Unindo os antigos saberes geométricos formais com os ensinamentos humanistas cristãos temos o conhecimento da geometria aplicável à construção universal.
Todavia, essa união requer em si mesma uma crítica à cada um dos nossos atos tanto de nossa fala quanto de nossas ações. Para isso nos basta levar ao pé da letra o que diz o nosso Livros Sagrados que é preciso em suas palavras: devemos combater a tirania (só há Vida e liberdade na democracia), a ignorância (não repassar fake news, procurar a fonte do conhecimento, auxiliando todos os homens a criticarem e evitarem mentiras e insinuações), combater os preconceitos (que nos tornam escravos e segregam as pessoas por comportamentos, credo, cor, religião, orientação sexual etc).
Da geometria que promove o bem-estar da Pátria republicana e da Humanidade como um todo, só há sociedade no sentido republicano da palavra onde todos sejam iguais, desfrutem da mesma liberdade e onde todos sejamos irmãos.
É essa a Geometria que se ensina e se aprende em nossa Ordem. Para realizá-la verdadeiramente devemos cortar em nossa carne nossos erros, nossa ignorância, nossos preconceitos, glorificando o Direito a Justiça e a Verdade.
Essas não são palavras vazias meus irmãos, são palavras que nos impelem, nos animam, que aquecem nossos corações e que devem sempre fomentar todas nossas decisões e atos. Vos digo meus irmãos, não é fácil, mas temos uns aos outros e a nossa digníssima Ordem que nos ensina e orienta.
Geometria tem a ver com a construção correta que segue leis e axiomas que podem ser provados. Usemos, pois, nós esse conhecimento, só aceitando o que pode ser provado, evitando tudo que no mundo da pós-verdade se oferece como o fácil fruto da “sociedade do cansaço”... Somos homens, humus, argila, terra, solo que ao ser transformado pelo fogo torna-se tijolo do edifício universal que desejamos construir. Para isso necessitamos do conhecimento pois ação sem conhecimento é ato vão.
“-E o que significa Gnose pergunta o Venerável Mestre. E diligentemente responde o irmão Segundo Vigilante: Em grego quer dizer “conhecimento”. É o conjunto de noções comuns a todos os iniciados que, à força de aprofundar, acabam por se encontrar na mesma compreensão da causa das coisas.”
Novamente nos valemos do nosso Ritual que afirma que nossa Ordem tem por objetivo tornar feliz a humanidade, pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade a à religião. Ora, nossa Ordem é Conhecimento, todos haverão de concordar com essa afirmação; assim, o Conhecimento legado pela nossa Ordem nos impele no caminho da sabedoria, na verdade, no reto agir e no correto pensar.
Como os cortes das pedras, que devem ser estritamente retangulares para se ajustarem com exatidão entre si, assim, nós devemos ser e agir. Retangulares, para nos ajustarmos e contribuirmos co-retamente nesse edifício sem fim.
Muitas vezes e de muitos modos falou o G.:A.:D.:U.: antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos pelo seu Filho (Heb 1, 1-2).
N'Ele, o Grande Arquiteto disse tudo. Não haverá outra palavra além dessa. Sua cruz é o nosso esquadro. E o esquadro emblema da sabedoria, nos ensina que a perfeição consiste, para o homem, o companheiro, na justeza com que se coloca na sociedade. Mesmo a Justiça estabeleceu esse princípio: o “princípio da justeza”. Por este princípio, também denominado princípio da conformidade, exatidão ou correção funcional, estabelece-se que a interpretação constitucional não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório funcional estabelecido pela Constituição.
Assim, muito mais nós que trabalhamos com o esquadro, devemos ter sempre no horizonte essa luz, esse princípio cardial. De agirmos com a máxima idoneidade e retidão, para aumentar a alegria da equidade e sabedoria no mundo e não perturbá-la ou diminuí-la.
Com essa lição magistralmente transmitida pelo nosso Venerável Mestre temos a plena capacidade e as habilidades necessárias para contribuirmos para a felicidade universal.
Era o que constava
Anthos Neos
Bibliografia
Ritual. Porto Alegre 2018.
https://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s1c2_50-141_po.html (visitado em 13/VIII/2022)
(visitado em 13/VIII/2022)
ESCÓLIOS
Escólio, são comentários gramaticais, críticos ou explicativos, sejam originais, sejam extraídos de comentários pré-existentes, que são inseridos na margem do manuscrito de um autor antigo, como glosas. Aquele que escreve escólios é um escoliasta.
É preciso distinguir, desta Tradição, as «tradições» teológicas, disciplinares, litúrgicas ou devocionais, nascidas no decorrer do tempo nas Igrejas locais. Elas constituem formas particulares, sob as quais a grande Tradição recebe expressões adaptadas aos diversos lugares e às diferentes épocas. É à sua luz que estas podem ser mantidas, modificadas e até abandonadas, sob a direcção do Magistério da Igreja.
85. «O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus, escrita ou contida na Tradição, foi confiado só ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo (51), isto é, aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma.
86. «Todavia, este Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como divinamente revelado» (52).
88. O Magistério da Igreja faz pleno uso da autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando propõe, dum modo que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, verdades contidas na Revelação divina ou quando propõe, de modo definitivo, verdades que tenham com elas um nexo necessário.
89. Existe uma ligação orgânica entre a nossa vida espiritual e os dogmas. Os dogmas são luzes no caminho da nossa fé: iluminam-no e tornam-no seguro. Por outro lado, se a nossa vida for recta, a nossa inteligência e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé (54).
102. Através de todas as palavras da Sagrada Escritura. Deus não diz mais que uma só Palavra, o seu Verbo único, em quem totalmente Se diz (69):
«Lembrai-vos de que o discurso de Deus que se desenvolve em todas as Escrituras é um só e um só é o Verbo que Se faz ouvir na boca de todos os escritores sagrados, o qual, sendo no princípio Deus junto de Deus, não tem necessidade de sílabas, pois não está sujeito ao tempo» (70).
OS SENTIDOS DA ESCRITURA
115. Segundo uma antiga tradição, podemos distinguir dois sentidos da Escritura: o sentido literal e o sentido espiritual, subdividindo-se este último em sentido alegórico, moral e anagógico. A concordância profunda dos quatro sentidos assegura a sua riqueza à leitura viva da Escritura na Igreja:
116. O sentido literal. É o expresso pelas palavras da Escritura e descoberto pela exegese segundo as regras da recta interpretação. «Omnes sensus (sc. Sacrae Scripturae) fundentur super litteralem» – «Todos os sentidos (da Sagrada Escritura) se fundamentam no literal» (90).
117. O sentido espiritual. Graças à unidade do desígnio de Deus, não só o texto da Escritura, mas também as realidades e acontecimentos de que fala, podem ser sinais.
1. O sentido alegórico. Podemos adquirir uma compreensão mais profunda dos acontecimentos, reconhecendo o seu significado em Cristo: por exemplo, a travessia do Mar Vermelho é um sinal da vitória de Cristo e, assim, do Baptismo (91).
2. O sentido moral. Os acontecimentos referidos na Escritura podem conduzir-nos a um comportamento justo. Foram escritos «para nossa instrução» (1 Cor 10, 11) (92).
3. O sentido anagógico. Podemos ver realidades e acontecimentos no seu significado eterno, o qual nos conduz (em grego: «anagoge») em direcção à nossa Pátria. Assim, a Igreja terrestre é sinal da Jerusalém celeste (93).
118. Um dístico medieval resume a significação dos quatro sentidos:
«Littera gesta docet, quid credas allegoria.
Moralis quid agas, quo tendas anagogia».
«A letra ensina-te os factos (passados), a alegoria o que deves crer,
a moral o que deves fazer, a anagogia para onde deves tender» (94).
NO SEU VERBO, DEUS DISSE TUDO
65. «Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos pelo seu Filho» (Heb 1, 1-2). Cristo, Filho de Deus feito homem, é a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai.
N'Ele, o Pai disse tudo. Não haverá outra palavra além dessa. São João da Cruz, após tantos outros, exprime-o de modo luminoso, ao comentar Heb 1, 1-2:
«Ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é a sua Palavra – e não tem outra – (Deus) disse-nos tudo ao mesmo tempo e de uma só vez nesta Palavra única e já nada mais tem para dizer. [...] Porque o que antes disse parcialmente pelos profetas, revelou-o totalmente, dando-nos o Todo que é o seu Filho. E por isso, quem agora quisesse consultar a Deus ou pedir-Lhe alguma visão ou revelação, não só cometeria um disparate, mas faria agravo a Deus, por não pôr os olhos totalmente em Cristo e buscar fora d'Ele outra realidade ou novidade» (33).
«A sagrada Tradição, por sua vez, conserva a Palavra de Deus, confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, e transmite-a integralmente aos seus sucessores, para que eles, com a luz do Espírito da verdade, fielmente a conservem, exponham e difundam na sua pregação» (47).
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