5/6 OUT / 2021
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06 outubro 2021
05 outubro 2021
SUBJETIVIDADE MAQUÍNICA
SOCIEDADE DO CONTROLE
Qual subjetividade está sendo produzida pela rede?
Sendo ela, a rede (a internet), uma máquina, qual subjetividade está produzindo? (Que subjetividade está sendo produzida em termos maquinais?)
O capitalismo pós-industrial que, de minha parte, prefiro qualificar como Capitalismo Mundial Integrado (CMI) tende, cada vez mais, a descentrar seus focos de poder das estruturas de produção de bens e de serviços para as estruturas produtoras de signos, de sintaxe e de subjetividade, por intermédio, especialmente, do controle que exerce sobre a mídia, a publicidade, as sondagens etc. (GUATTARI, 2006, p. 30-31)
Isso implica dizer que a produção de subjetividade apresenta-se como uma linha de montagem em uma fábrica.
Isso implica dizer que a produção de subjetividade apresenta-se como uma linha de montagem de uma fábrica.
Dito de outra maneira, há uma atitude inerente a esse novo modelo de capitalismo que se caracteriza por tentar controlar e participar ativamente da produção da subjetividade para que esta responda a seus interesses.
A subjetividade é vista como mais um produto a ser serializado, massificado, planificado. Há, portanto, um mercado da subjetividade-produto. Uma nova forma de violência que não é tão facilmente percebida, que não aparece claramente nas estatísticas sociais.
Essa violência velada vai para além das relações diretas de exploração e dominação.
Mas com essa abordagem crítica do capitalismo pós-industrial, não pensemos que a teoria guattariana apenas vê perspectivas ruins e desesperança, como a maioria dos estudiosos. Muito pelo contrário, Guattari observa que no capitalismo pós-industrial há condições ideas para que se produza uma subjetividade mais singular e autônoma como veremos ao longo de nossa pesquisa.
Mas, diante do acima exposto, poderíamos então dizer que Guattari está apenas falando o mesmo que os outros grandes estudiosos do capitalismo pós-industrial com um diferencial apenas conceitual?
Uma vez que vemos a aproximação dele a essas vertentes do pensamento, quais seriam suas inovações de abordagem ou de temática que 2 Serializado é um conceito Sartreano, do qual Guattari faz uso em relação à produção capitalística da subjetividade. (GUATTARI, 1992, p. 32)
Há, portanto, um mercado da subjetividade-produto. Uma nova forma de violência que não é tão facilmente percebida, que não aparece claramente nas estatísticas sociais. Essa violência velada vai para além das relações diretas de exploração e dominação.
Mas com essa abordagem crítica do capitalismo pós-industrial, não pensemos que a teoria guattariana apenas vê perspectivas ruins e desesperança, como a maioria dos estudiosos. Muito pelo contrário, Guattari observa que no capitalismo pós-industrial há condições ideas para que se produza uma subjetividade mais singular e autônoma.
Uma vez que vemos a aproximação dele a essas vertentes do pensamento, quais seriam suas inovações de abordagem ou de temática que 2 Serializado é um conceito Sartreano, do qual Guattari faz uso em relação à produção capitalística da subjetividade. (GUATTARI, 1992, p. 32)
Deleuze e Guattari em sua obra: “Pós-escrito: sociedade do controle”, criaram o conceito de subjetividade maquínica, para mostrar o controle exercido pelas “redes” sobre os corpos.
Pesquisas, reflexões anteriores a Deleuze e Guartari, iniciadas por Foulcault, mostraram uma sociedade disciplinar.
Na “sociedades disciplinares”, as instituições sociais assumem papéis de vigilância, normatização e exame constante dos sujeitos, você está constantemente sob escrutínio das instituições; de tal maneira que o poder, minuciosamente exercido, marca os corpos e lhes impõe condutas. Condutas estas conforme o ethos do capitalismo contemporâneo (neoliberal).
O tipo de poder de uma sociedade disciplinar tende a separar, prender, controlar e punir.
Separa para vigiar e impor sob o corpo das formas imaturas, juvenis o tipo de comportamento “aceitável”. Você está sendo programado segundo pressupostos do capitalismo, para agir e atuar como um ente que funcionará como parte desse mecanismo que concentra o capital.
É por isso q você nunca receberá uma educação libertadora, que o torne, que o faça feliz à partir na natureza do ser humano.
Na sociedade do controle, esse é exercido por todos os entes, devidamente “educados” para que o capital siga seu curso: acumulando-se mais facilmente.
Diz Foulcault:
O leproso é visto dentro de uma prática de rejeição, do exílio-cerca; deixa-se que se perca lá dentro como numa massa que não tem muita importância diferenciar; os pestilentos são considerados num policiamento tático meticuloso onde as diferenciações individuais são os efeitos limitantes de um poder que se multiplica, se articula e se subdivide. O grande fechamento por um lado; o bom treinamento por outro. A lepra e sua divisão; a peste e seus recortes. Uma é marcada; a outra, analisada e repartida. O exílio do leproso e a prisão da peste não trazem consigo o mesmo sonho político. Um é o de uma comunidade pura, o outro, o de uma sociedade disciplinar. Duas maneiras de exercer o poder sobre os homens, de controlar suas relações, de desmanchar suas perigosas misturas. A cidade pestilenta, atravessada inteira pela hierarquia, pela vigilância, pelo olhar, pela documentação, a cidade imobilizada no funcionamento de um poder extensivo que age de maneira diversa sobre todos os corpos individuais – é a utopia da cidade perfeitamente governada.
A disciplina é um tipo de poder e, assim, a sociedade disciplinar é o espaço social de exercício predominante de práticas, uso de instrumentos e técnicas, além de níveis de aplicação que comportem a possibilidade do disciplinamento. Acima de tudo, as instituições da sociedade disciplinar são voltadas para a eficiência na normalização: Foucault ressalta que a principal função das instituições no estrato sócio-histórico da sociedade disciplinar é a de normalização, implementando práticas classificatórias hierarquizantes e distribuindo lugares. […] O que um estabelecimento visa é controlar os desvios dos sujeitos enquanto indivíduos, esquadrinhando seus comportamentos e efetuando sobre eles uma vigilância constante.(Siqueira, 2020)
E isso acontece através da constituição de:
Corpos dóceis
“É dócil um corpo que pode ser submetido, que pode ser utilizado, que pode ser transformado e aperfeiçoado”[5]. Um corpo docilizado é um corpo útil, que pode ser submetido às diversas intenções do poder, que pode se tornar uma ferramenta para o funcionamento da sociedade, através de técnicas minuciosas de controle, de observação e de punição.
Técnicas de adestramento
Técnicas que se constituem pela vigilância hierárquica de diferentes níveis que se vigiam, se controlam e se punem; pela sanção normalizadora, com suas micro penalidades e técnicas de correção; por fim, pelo exame, que permite organizar, separar, juntar, cortar e segmentar através de técnicas de olhar e avaliação (Siqueira, 2020).
Utilização do pan-óptico como modelo arquitetural de aplicação das disciplinas.
“O esquema panóptico é um intensificador para qualquer aparelho de poder: assegura sua economia (em material, em pessoal, em tempo); assegura sua eficácia por seu caráter preventivo, seu funcionamento contínuo e seus mecanismos automáticos” (Siqueira, 2020)
Bibliografia
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