INÍCIO

30 maio 2020

O MILITAR SURTOU


O MILITAR SURTOU!
Manuel Domingos Neto
Publicado no "Estado de São Paulo" 25.05.2020


Hazard symbol


Não dá para falar em desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil omitindo o militar. O militar ensinou engenharia, topografia e desenho. Construiu estradas, obras de arte, edifícios públicos monumentais e igrejas antes de o Brasil ter faculdades especializadas. Deu emprego a matemáticos quando não havia função remunerada para tal tipo de cientista. Desenhou mapas com traçados exatos de rios, montanhas e correntes marítimas quando ninguém sabia nada de geografia, cartografia, oceanografia e correntes aéreas.

Impulsionou a veterinária, o militar. Precisava de eqüinos capazes de transportar tropas e armamentos. Desenvolveu estudos agronômicos para garantir pastos aos animais e tecnologia de alimentos para ter produtos saudáveis para alimentar a tropa.

E mais: estudou e renovou a medicina, as ciências farmacêuticas e a odontologia ciente de que, sem vencer pestes, remendar ossos e curar feridos, não haveria tropa capaz de vencer batalhas. Disseminou hábitos salutares, procedimentos higiênicos e práticas esportivas para dispor de homens fortes.

Introduziu e desenvolveu o estudo da química, física, mineralogia e metalurgia para a produção de armas e munições. Compreendeu que sem dispor de aço da melhor qualidade, explosivos potentes e manipuláveis, barcos resistentes e bons combustíveis não seria credenciado para guerrear.

Foi pioneiro nos estudos estatísticos para saber quantos eram e onde moravam os brasileiros, do contrário não viabilizaria o serviço militar obrigatório universal e continuaria compondo tropas com camponeses infelizes recrutados no laço ou ladrões e assassinos retirados das cadeias e disciplinados na base da chibata. O IBGE foi imprescindível à modernidade militar.

O militar desenvolveu as comunicações e a logística para ter capacidade de operar em grandes espaços territoriais. Indo à guerra, barganhou usina siderúrgica, esteio de múltiplas indústrias.

Dedicou-se aos estudos aeronáuticos, à eletrônica e a computação para contar com aviões e foguetes que ampliassem sua capacidade ofensiva e sua autonomia relativamente ao fornecedor estrangeiro. Foi pioneiro na pesquisa nuclear visando dispor da arma dissuasão capaz de constranger candidatos a donos do mundo.

Estudou e ensinou filosofia a partir da matriz positivista. Enobreceu nosso “opulento léxico” (Euclides). Inaugurou o pensamento geopolítico sistemático (Mário Travassos). Traduziu a sociologia weberiana (Otávio Velho). Popularizou conceitos marxistas e empenhou-se na interpretação do Brasil (Nelson Werneck Sodré).

Gritos no Clube Militar ecoaram pela PETROBRÁS. O militar criou o CNPq e impulsionou a pesquisa científica. Turbinou a CAPES para que o país dispusesse de ensino superior qualificado. Ofereceu bolsas de estudo e criou comitês de avaliação do mérito científico. Garantiu recursos para a criação da Casa Ruy Barbosa e muitas outras instituições relevantes.

Reconheceu as ciências humanas como área do conhecimento científico. Propiciou a disseminação de programas de pós-graduação em sociologia do desenvolvimento, ciências políticas e antropologia. Prendeu, bateu e matou professores, estudantes, artistas e jornalistas que não gostavam da ditadura, mas espalhou universidades país afora. Olival Freire conta que, vendo que a repressão sanguinária afugentar cientistas importantes, o militar promoveu “repatriamento de cérebros”.

O militar inaugurou a FINEP para amparar a inovação. Criou a EMBRAPA para revolucionar a agricultura e a pecuária. Criou a EMBRAER para fabricar aviões e estimulou empresas como a ENGESA e a AVIBRÁS, que inseriram o Brasil no sofisticado comércio internacional de armas e equipamentos bélicos.

O militar amparou o surgimento e a consolidação da engenharia pesada que logo se projetou mundialmente e passou a incomodar os concorrentes estrangeiros.

Meus colegas da Sociedade Brasileira de História da Ciência que não me deixem mentir, mas não dá para descrever o desenvolvimento da ciência e da tecnologia no Brasil esquecendo os que se preparam para guerrear.

Eis que, como numa tempestade tenebrosa, o militar pirou, surtou, ensandeceu! Baixou Procusto no militar!

Assombrado por um fantasma apelidado de “marxismo cultural”, o militar se abraçou com terraplanistas, criacionistas, negacionistas tresvariados, inimigos jurados da razão.

Primeiro, o militar bateu palmas para o desmonte da engenharia pesada no Brasil. Depois, endossou a venda de empresas estratégicas que ele mesmo ajudou a criar. Finalmente, paraninfou um governo que retira dinheiro das universidades, desidrata agências de fomento à pesquisa, difama os institutos científicos, deixa sem manutenção equipamentos custosos, atenta contra a casa Ruy Barbosa, sabota eventos científicos, corta bolsas de estudo, inclusive as de baixíssimo custo e grande retorno em termos científicos e sociais como as bolsas de iniciação científica! Interrompe a perspectiva de jovens talentos de famílias humildes ingressarem na carreira científica...

Quem quiser acompanhar o lúgubre espetáculo do desmonte da pesquisa científica no Brasil prepare seu estômago e acompanhe as postagens de Ildeu Moreira, presidente da SBPC, nas redes sociais.

Ou assista ao vídeo em que dois ministros-generais manipularam grotescamente estatísticas para, agradando o chefe, relativizar a devastação da pandemia. Onde se viu militar atrapalhando cientistas e médicos que trabalham intensivamente para proteger o povo?

O militar sumiu quando ouviu calado o Presidente da República, em reunião ministerial, resumir a investigação arqueológica à descoberta de “cocô de índio petrificado”.

Senhor Deus dos desgraçados, dizei-nos, Senhor Deus, o que será de nós quando homens pagos para nos proteger perdem o senso?


Manuel Domingos Neto foi presidente da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (ABED) e vice-presidente do CNPq.

A PANDEMIA E O ASSALTO À CIDADANIA NO BRASIL ATUAL





A PANDEMIA E O ASSALTO À CIDADANIA NO BRASIL ATUAL 


Depois de aprovar a reforma da Previdência, contra o povo trabalhador, deixando o dinheiro para ser livre para rapinagem dos grandes bancos, dos rentistas e dos especuladores da bolsa, o governo Bolssonaro está empenhado em colocar de pé a reforma Administrativa, que tem como alvo, novamente, o funcionalismo público. 

No Brasil, os brasileiros não são iguais perante a lei. Então vejamos: por que as Forças Armadas, então um segmento de menos de 0,001% da população ficou fora da reforma? Eles são melhores do que o trabalhador, servidor público?  
O trabalho que desempenham é melhor do que o dos servidores públicos em geral? E por que o Exército esta apoiando esse governo que esta apostando na morte da população? 
Por que e Exercito insiste em participar da política? Qual a contrapartida que estão tendo? Eles não devem ser subordinados à constituição e se abster de participar da politica partidária?
A função do Exército não é defender os brasileiros de ameaças externas? Como o Exército pode compactuar com esse governo que está destruindo o pais totalmente? A população esta desamparada. Os postos de saúde estão desaparecendo, os médicos não existem mais nos postos... há filas enormes de pessoas esperando para serem atendidas nos poucos postos que ainda existem. 

No caso da reforma administrativa a estratégia para obter apoio da sociedade tem sido propagar a ideia de que todos os servidores públicos são privilegiados, trabalham pouco e recebem salários estratosféricos. Os professores das Universidades Federais já foram chamados até de “zebras gordas”, porque, segundo o ministro da educação, Abraham Weintraub, chegam a receber R$ 20 mil por mês para dar apenas oito horas de aula por semana. 

Como alguém que está na primeira cadeira da educação não tem ideia do trabalho dos servidores públicos da sua própria pasta? 

Como a classe média votou num governo que tem esses ministros? Que desmoralizam o servidor publico? Poucos servidores das universidades chegam ao final da carreira para ganhar esse valor. 

Espero e desejo que a classe média caia em si, volte a razão, todos somos trabalhadores, não vivemos de renda ou de aplicação na bolsa de valores. 
Quem sairá perdendo serão as classes médias, e o povo. 

Além de atribuir aos professores universitários uma imagem degradante, e menosprezar o trabalho dessa classe tão valorosa, a fala do ministro da Educação, ignora dados importantes sobre a carreira dos docentes das federais. Um estudo do Banco Mundial revela que apenas 2,9% dos professores de ensino superior no Brasil alcançam o último nível da carreira, sendo necessários, em média, 25 anos de serviço para chegar ao topo. Além disso, o trabalho dos professores não se esgota na sala de aula, tem as orientações dos estudantes (bacharelado, especialização, mestrado, doutorado e pós doutorado), sem falar nas tarefas administrativas da instituição. Preparação das aulas, corrigir trabalhos, testes e provas, mesmo em finais de semana.

Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou os servidores, funcionários públicos de "parasitas" do orçamento nacional, nesta sexta (7/02/2020), em um evento no Rio de Janeiro. "O hospedeiro [governo] está morrendo, o cara virou um parasita", afirmou Guedes, criticando a política de aumentos salariais de servidores. 
É inconcebível um servidor do escalão do atual ministro da economia chegar a esse nível ao se referir aos seus colegas de trabalho. Vivemos na era do lumpen intelectual, do lumpen ministerial.  

Em contrapartida, nas carreiras jurídicas, que incluem advogados da União e procuradores, 78% dos servidores recebem o teto. O tempo médio para se alcançar essa posição é bem inferior ao dos professores: apenas 10 anos. Só no final da carreira, com um doutorado no currículo, alguns docentes conseguem conquistar o salário de professor titular, que equivale ao que um juiz, promotor ou delegado federal recebem de entrada, tendo apenas a graduação. 

A reforma administrativa, que é a nova bandeira do governo Bolsonaro, não leva nada disso em conta e trata todos os servidores como marajás. “A generalização do pensamento de que o servidor público é privilegiado é um grave desserviço”, disse recentemente o secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva.

O projeto do governo para reestruturar o funcionalismo prevê redução de salários iniciais, progressão de carreira atrelada a desempenho e fim da estabilidade para facilitar demissão em casos de baixa produtividade, o que é criticado até por economistas liberais que consideram a estabilidade uma defesa contra a perseguição política.

TODAS AS PESSOAS QUE JÁ PERCEBERAM QUE ESSE GOVERNO TEM UMA AGENDA GENOCIDA, TANTO DOS TRABALHADORES QUANTO DAS MINORIAS (INDÍGENAS, QUILOMBOLAS, NEGROS, LGBTQ, MULHERES...) DEVE SE LEVANTAR E LUTAR PARA SALVAR O QUE RESTA DO BRASIL ANTES QUE ELE SE DESMANCHE TOTALMENTE. ANTES QUE O GOVERNO DESTRUA A NOSSA HUMANIDADE E A NOSSA DIGNIDADE. 

(30/V/2020)



Fontes



29 maio 2020

HOJE SOMOS 200 MILHÕES DE TROUXAS

200 MILHÕES DE TROUXAS 








Desde 2015 esse discurso mentiroso (de que estamos falidos) mandou e desmandou no 
país.
No entanto, tudo era implementado sem aparente controvérsia. O discurso hegemônico esmagava qualquer espaço para o contraditório, para que os economistas não alinhados com a ortodoxia pudéssemos apresentar ao grande público nossas propostas. Em nome de uma neutralidade derivada de um suposto “tecnicismo”, a corrente do financismo deitava e rolava sozinha e sem contraponto. E vieram a reforma trabalhista, a Emenda Constitucional 95 (mais conhecida como PEC do fim do mundo), a reforma trabalhista, a reforma previdenciária, as privatizações 
e otras cositas más.




Enfim, 
FALÁCIAS que operavam como argumento para pressionar o Congresso Nacional a ser mais dócil às propostas apresentadas pelo Executivo, em sua cruzada a favor da 
DESTRUIÇÃO DO ESTADO 
e do desmonte das políticas públicas.

*

“Se não aprovarmos a Reforma Trabalhista, as empresas quebram. Será o único modo de reduzir o desemprego”.

*

“Os direitos previstos na Constituição de 1988 não cabem mais no Orçamento da União”.

*

“Se não for aprovada Reforma da Previdência, 
o Brasil quebra”.

*

“O governo não tem mais recursos. A política de corte de gastos em políticas sociais é inevitável”.



Um breve corte para o momento atual e para a gravidade da crise provocada pela covid-19.
Pois o fato é que até mesmo os neoliberais mais empedernidos 
passaram a concordar e a recomendar que a saída para todos nós passa pelo aumento imediato e vigoroso dos gastos públicos. 
Peraí, mas como assim? 
Se antes não havia recursos para que fossem desenvolvidas as diretrizes constitucionais, como agora o governo pode voltar a gastar de uma hora para outra? 
Oh, santa heresia!


Pois a verdade é que NUNCA HOUVE FALTA de recursos para o desenvolvimento de políticas sociais e mesmo para as necessidades de investimento em áreas essenciais e estratégicas. 

O principal problema sempre foi a falta de vontade política de utilizar o instrumento da administração pública para levar a cabo esses projetos. 
E dá-lhe cortar despesas no orçamento na área social, ao passo que seguia leve, livre e solto o gasto com a dimensão financeira,
 pagamento de juros da dívida pública.



Bibliografia








(29/V/2020)

O QUE É IDEOLOGIA PARA MARX

O QUE É IDEOLOGIA PARA MARX



Ideologia no pensamento Marxista (materialismo dialético) é um conjunto de proposições elaborado, na sociedade burguesa, com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe. A manutenção da ordem social requer dessa maneira menor uso da violência. 

A ideologia torna-se um dos instrumentos da reprodução do status e da própria sociedade. 
O método precípuo da ideologia é a utilização do discurso lacunar (Althusser). Nesse, uma série de proposições, nunca falsas, sugere uma série de outras, que são. Desse modo, a essência do discurso lacunar é o não dito (porém sugerido). 
Exemplo: 'Todos são iguais perante a lei' (verdade, numa sociedade burguesa) sugere que todos são iguais no sentido de terem oportunidades iguais (o que é falso, devido à propriedade privada dos meios de produção). 
Formas ideológicas correspondentes aos estágios de desenvolvimento: 

estágio extensivo liberalismo 
estágio intensivo social democracia 
capitalismo contemporâneo 
(ou tardio, ou crise atual) neoliberalismo 

A ideologia surge na produção intelectual e acadêmica, é consolidada nas instituições e divulgada na imprensa especializada e diária (Exemplo). 

A sociedade de elite não produz sua ideologia, 'importa' elementos da ideologia liberal, sem as condições concretas em que aquela foi produzida. A ideologia da elite adquire suas feições peculiares em decorrência desse processo.


O Conceito de Ideologia em Karl Marx 


1. O conceito de ideologia em Marx 

Para entender o pensamento de Karl Marx, propomos que antes tracemos o significado de uma palavra a ele fortemente associada: ideologia. 
Ideologia é uma palavra de múltiplos significados, contudo, nos limitaremos a tratá-la enquanto um “Conjunto de idéias que procura ocultar a sua própria origem nos interesses sociais de um grupo particular da sociedade. Esse é o conceito utilizado por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895)[1]”. É nesse significado que iremos aprofundar nossa análise. 

1.1 . O conceito de ideologia aparece em Marx como equivalente de ilusão, falsa consciência, concepção idealista na qual a realidade é invertida e as idéias aparecem como motor da vida real. (...) No marxismo posterior a Marx, sobretudo na obra de Lênin, ganha um outro sentido, bastante diferente: ideologia é qualquer concepção da realidade social ou política, vinculada aos interesses de certas classes sociais particulares.[1] 

Através da ideologia, são construídos (produzidos) imaginários e lógicas de identificação social cuja função seria escamotear o conflito (entre as classes sociais), dissimular a dominação e ocultar a presença do particular, dando-lhe a aparência de universal. (...) É possível, também, perceber que o discurso ideológico, na medida em que se caracteriza por uma construção imaginária (no sentido de imagens da unidade do social), graças à qual fornece aos sujeitos sociais e políticos um espaço de ação, deve necessariamente fornecer, além do corpus de representações coerentes para explicar a (realidade social), um corpus de normas coerentes para orientar a prática (política). 

1.2. Ideologia e hegemonia – Somente se levarmos em conta o advento e a natureza do Estado moderno (poder soberano aplicado sobre toda uma nação), poderemos compreender a função implícita ou explícita da ideologia, sua tentativa para fazer com que o ponto de vista particular da classe que exerce a dominação (política) apareça para todos os sujeitos sociais e políticos como universal, e não como interesse particular de uma classe determinada[2]. Por influência de Karl Marx, a palavra ideologia tornou-se largamente utilizada nas ciências humanas de nossa época com o significado de sistema de idéias que elaboram uma "compreensão da realidade" para ocultar ou dissimular o domínio de um grupo sobre o outro. 

Nesse sentido, a ideologia tem funções como a de preservar a dominação de classes apresentando uma explicação apaziguadora para as diferenças sociais. Seu objetivo é evitar o conflito aberto entre dominadores e dominados. A ideologia, portanto, seria uma forma de consciência, mas uma consciência parcial, ilusória e enganadora que se baseia na criação de conceitos e preconceitos como instrumentos de hegemonia. 

2. A naturalização enquanto recurso ideológico 

2.1. Vimos que a principal função da ideologia é ocultar a existência do conflito de classes. Este conflito cujas bases são as diferenças histórico-econômicas entre a classe dominante e a classe subalterna. 

2.2. O discurso ideológico não nega a desigualdade entre os segmentos sociais. Seria uma ingenuidade fazê-lo, uma vez que a desigualdade social é visível, mas nega que essa diferença tenha como pano de fundo a razão histórico-econômica. Para explicar as diferenças sociais a ideologia utiliza-se de vários recursos. O mais comum é o recurso à naturalização. 

2.3. A naturalização é a tentativa de justificar as desigualdades sociais remetendo-se a supostas causas naturais. Sob a ótica do naturalismo, a situação de inferioridade econômica entre as pessoas ocorre devido a fatores como a “raça” (etnia) e o sexo (gênero). O racismo e a discriminação por gênero (machismo e feminismo) são, portanto, tentativas ideológicas de explicação da desigualdade social através do recurso à naturalização. O grupo social hegemônico, que se encontra no poder beneficia-se do recurso à naturalização porque, através dele, se permite estabelecer uma hierarquização de grupos. Depois coloca-se como topo dessa hierarquia. 


[1] Michael Lowy. Ideologia e ciência social. São Paulo: Cortez, 1985. p. 12. 
[2] Marilena Chauí. Cultura e democracia. São Paulo: Cortez, 1985. 







Bibliografia 

ESCOLA, Equipe Brasil. "Ideologia e Marxismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/ideologia-marxista.htm. (Acesso em 29 de maio de 2020). 


DESENHOS DA PANDEMIA



VERBUM CARO

Verbum caro factum est (1)

Nasci de um sol alaranjado, gigante e terrível,
um pequeno ponto de luz perdido na solidão cósmica dos átomos.
Tornei-me carne,
Então aprendi o quão dolorido é ser um-muitos,
Verbum-caro,
Logos-Hyle,
Nous-Soma,
quente-frio,
alto-baixo,
parado-movente,
real-virtual...
Um volátil transmutador da forma,
Mercúrio, divino-humano.
Aprendi o significado de ser ideia, ser livre...
O impulso da busca é como um espinho entrando na pele, queimando .
A angustia da dor que não passa.
A inquietação essencial na procura dos porques do visível.
Sendo humano, material e pesado, pesam em mim os sentimentos e materializam-se no espaço as idéias.
Do espaço, tornei-me uma imagem sem propósito, sem objetivo ou fim. Fótons aprisionados na bidimensionalidade do plano branco do papel, pixeis num monitor, fáos, fantasia, luz...
Tendo sido uma imagem aprendi o destino dos ícones, toda imagem esta condenada a vagar sem destino no emaranhado dos cabos de fibras óticas e atravessar céleres, como ondas invisíveis o espaço infinito...
onde num clic transforma-se em luz para mostrar-se efemeramente num ecrã obscuro e noutro clic, desfaz-se no nada, como se nunca tivera existido.


1. Verbum caro factum est: O verbo se fez carne, do Livro de João que narra o nascimento de Cristo como sendo a materialização da ideia de Deus, o verbo, que se fez carna para viver entre os homens.



Antiphonae O

O Oriens,
splendor lucis aeternae, et sol justitiae:
veni, et illumina sedentes in tenebris, et umbra mortis.





28 maio 2020

PRIMEIRA ANTÍFONA DE Ó

PRIMEIRA ANTÍFONA DE Ó (17/XII)






MAGNIFICAT

Μεγαλύνει ἡ ψυχή

Μεγαλύνει ἡ ψυχή μου τὸν Κύριον καὶ ἠγαλλίασε τὸ πνεῦμά μου ἐπὶ τῷ Θεῷ τῷ σωτῆρί μου,
ὅτι ἐπέβλεψεν ἐπὶ τὴν ταπείνωσιν τῆς δούλης αὐτοῦ. ἰδοὺ γὰρ ἀπὸ τοῦ νῦν μακαριοῦσί με πᾶσαι αἱ γενεαί.
ὅτι ἐποίησέ μοι μεγαλεῖα ὁ δυνατός καὶ ἅγιον τὸ ὄνομα αὐτοῦ, καὶ τὸ ἔλεος αὐτοῦ εἰς γενεὰς γενεῶν τοῖς φοβουμένοις αὐτόν.
Ἐποίησε κράτος ἐν βραχίονι αὐτοῦ, διεσκόρπισεν ὑπερηφάνους διανοίᾳ καρδίας αὐτῶν·
καθεῖλε δυνάστας ἀπὸ θρόνων καὶ ὕψωσε ταπεινούς, πεινῶντας ἐνέπλησεν ἀγαθῶν καὶ πλουτοῦντας ἐξαπέστειλε κενούς.
ἀντελάβετο Ἰσραὴλ παιδὸς αὐτοῦ, μνησθῆναι ἐλέους, καθὼς ἐλάλησε πρὸς τοὺς πατέρας ἡμῶν, τῷ Ἀβραὰμ καὶ τῷ σπέρματι αὐτοῦ εἰς τὸν αἰῶνα.


Magnificat anima mea Dominum
Et exultavit spiritus meus in Deo salutari meo.
Quia respexit humilitatem ancillæ suæ: ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes generationes.
Quia fecit mihi magna qui potens est, et sanctum nomen eius.
Et misericordia eius a progenie in progenies timentibus eum.
Fecit potentiam in brachio suo, dispersit superbos mente cordis sui.
Deposuit potentes de sede et exaltavit humiles.
Esurientes implevit bonis et divites dimisit inanes,
Suscepit Israel puerum suum recordatus misericordiæ suæ,
Sicut locutus est ad patres nostros, Abraham et semini eius in sæcula.

Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto
Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum.
Amen.
















26 maio 2020

DA ADOLESCÊNCIA ATÉ HOJE

MINHA VIDA 
EM MÚSICAS 

MÚSICAS QUE MARCARAM MINHA VIDA 
EM CONSTRUÇÃO 
POR POUCO TEMPO...






https://youtu.be/KdvsXn8oVPY
Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei de flores (1968)



https://youtu.be/o_Gf4XnvCdg
Procol Harum: A whiter shade of pale (lançada em 1967)

 (Eu lembro dessa musica quando tinha 3 anos)

https://youtu.be/o_Gf4XnvCdg
Elton John: Good bye yellow brick roado (1973)
(Eu tinha 7 anos estava na segunda série)



https://youtu.be/XDnL8IQYI0o
Menudo: Não se reprima
(Eu tinha 11 anos)


Nazareth: Love hurts (1973)



https://youtu.be/HJW5ftPMoAU
Ritchie: Menina Veneno (1983)
Eu tinha 17 anos

https://youtu.be/Wr8Bx3565Bk
Ritchie: Pelo interfone

Cyndi Lauper: Girls just wanna have fun (1983)


https://youtu.be/J7N2KNXwtfA (1982)
Rádio Táxi: Eva 


Legião Urbana: Tempo perdido (1986)
(Eu estava na facu)



https://youtu.be/sxbGKZIWAdk
Pet Shop Boys: Always on My Mind 1987


https://youtu.be/MPeuVVe8hBk
Erasuse: O´lamour (1985)
(Eu tinha 20 anos)

https://youtu.be/qdOHPjMzY8s
The Smiths: The Boy with the Thorn in His Side
(eu tinha 20 a)



https://youtu.be/hIIVK0NgK38
Nena: 99 Luftballons (1984)

https://youtu.be/tY8B0uQpwZs
Steve Miller Band: Abracadabra (1982)
(Eu tinha 17anos)

https://youtu.be/BOKQFTH5w5I
Alphaville: Big in Japan (1984)

https://youtu.be/FYH8DsU2WCk
New Orden: Blue Monday (1983)

https://youtu.be/oNjQXmoxiQ8
Alphaville: Forever young (1983)
(eu tinha 18 anos quando essa música foi lançada)

https://youtu.be/iDJ0jFFkvjc
Blondie: Call me (1983)


Bonnie Tyler: Total Eclipse of the Heart
(Eu tinha 18 anos)

https://youtu.be/oNjQXmoxiQ8
Alphaville: Forever young 
(eu tinha 18 anos quando essa música foi lançada)

A-HA: Taken on me
(Eu tinha 19 anos)


https://youtu.be/RO30UxZG4Vo
Erasure: A little respect (1988)



































O MUNDO DE ARCHIMEDES É O MUNDO MEU