INÍCIO

09 dezembro 2019

UMA IMAGEM PARA O NEOLIBERALISMO: A PERMANÊNCIA DO HORROR

NEOLIBERALISMO BRASILEIRO: 
A PERMANÊNCIA DO HORROR 



"Este sistema aplicado no Chile está fracassado. E este fracasso está se estendendo aos poucos países que, de 1981 até hoje, privatizaram parcialmente ou totalmente seus sistemas de Previdência, o futuro nos mostrará claramente esse fracasso."








De 1981 a 2014, trinta países privatizaram total ou parcialmente seus sistemas de previdência social obrigatórios (figura 1). Quatorze países são da América Latina: Chile (primeiro a privatizar em 1981), Peru (1993), Argentina e Colômbia (1994), Uruguai (1996), Estado Plurinacional da Bolívia, México e República Bolivariana da Venezuela (1997), El Salvador (1998), Nicarágua (2000), Costa Rica e Equador (2001), República Dominicana (2003) e Panamá (2008); Outros quatorze são da Europa do Leste e da antiga União Soviética - Hungria e Cazaquistão (1998), Croácia e Polônia (1999), Letônia (2001), Bulgária, Estônia e Federação Russa (2002), Lituânia e Romênia (2004), Eslováquia (2005), Macedónia (2006), República Checa (2013) e Armênia (2014); E mais dois países da África - Nigéria (2004) e Gana (2010). Até 2018, dezoito países fizeram a re-reforma, revertendo total ou parcialmente a privatização da sua previdência social: República Bolivariana da Venezuela (2000), Equador (2002), Nicarágua (2005), Bulgária (2007), Argentina (2008), Eslováquia (2008), Estônia, Letônia e Lituânia (2009), Estado Plurinacional da Bolívia (2009), Hungria (2010), Croácia e Macedônia (2011), Polônia (2011), Federação da Rússia (2012), Cazaquistão (2013), República Tcheca (2016) e Romênia (2017) (Figura 1). A grande maioria dos países se afastou da privatização após a crise financeira global de 2008, quando as falhas do sistema de previdência privada tornaram-se evidentes e tiveram que ser corrigidas.

(Fonte: Escritório Internacional do Trabalho, dezembro de 2018).

TROUXE AQUI ALGUNS ITENS LEVANTADOS A PARTIR DAS OBSERVAÇÕES FEITOS PELA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, NOS PAÍSES QUE SOFRERAM ESSA REFORMA DESUMANA QUE LEVA A BARBÁRIE. TUDO PELA CONCENTRAÇÃO DO CAPITAL NA MÃO DE POUCOS. 

(a) As taxas de cobertura estagnaram ou diminuíram: os defensores da privatização argumentaram que as contas individuais obrigatórias teriam maior rentabilidade e, assim, melhoraria o cumprimento das obrigações e aumentaria a propensão para contribuir. Porém, a maioria dos países registrou uma diminuição nas taxas de cobertura dos regimes contributivos. Na Argentina, as taxas de cobertura caíram mais de 20 por cento. O similar foi observado no Chile, Hungria, Cazaquistão e México; enquanto em outros países como Bolívia, Polônia e Uruguai, a cobertura se estagnou. 

(b) As prestações previdenciárias se deterioraram: A mudança do tipo de plano de benefício definido para contribuição definida teve um sério impacto negativo na suficiência das prestações, com taxas de substituição muitas vezes abaixo dos estândares da OIT, resultando em sérios protestos sociais, demonstrando a impopularidade das privatizações. Na Bolívia, as pensões privadas correspondem em média a apenas 20 por cento do salário médio durante a vida ativa do trabalhador. No Chile, a mediana das taxas de substituição futuras é de 15 por cento e apenas 3,8 por cento para os trabalhadores de baixa renda. A deterioração do nível das prestações sociais resultou em aumentos da pobreza na velhice, comprometendo o objetivo principal dos sistemas de previdência, que é a garantia de renda suficiente para a idade avançada, e exigindo, como consequência, um apoio público significativo.

(c) A desigualdade de gênero e de renda aumentou: a privatização quebrou o contrato social consagrado na seguridade social. Os programas de seguro social bem concebidos são redistributivos por duas razões principais: (i) por incluir uma transferência de renda dos empregadores para os trabalhadores e (ii) são destinados a redistribuir daqueles com maior renda para aqueles com menor renda ao longo da vida, e de pessoas saudáveis capazes de trabalhar para pessoas doentes, portadoras de deficiência ou incapacitadas de trabalhar, como as mulheres durante sua maternidade. Os componentes redistributivos dos sistemas de previdência social foram suprimidos com a introdução de contas individuais. As contribuições do empregador foram eliminadas. Como a aposentadoria privada é resultado de poupança pessoal, as pessoas de baixa renda ou que tiveram sua vida profissional interrompida - por exemplo por causa da maternidade e das responsabilidades familiares - obtiveram poupanças muito reduzidas e consequentemente terminaram com aposentadorias baixas, aumentando assim as desigualdades. Na Bolívia, por exemplo, a proporção de mulheres idosas que recebem uma aposentadoria caiu de 23,7 por cento em 1995 para 12,8 por cento em 2007; na Polônia, a proporção das mulheres em risco da pobreza atingiu um rércorde histórico de 22,5 por cento em 2014.

(e) Custos administrativos elevados: os custos administrativos dos fundos de previdência privados eram muito elevados e, em consequência, geraram rendimentos e aposentadorias mais baixos. Os administradores de fundos privados precisam cobrir diversos custos de gestão que não ocorrem nos sistemas públicos, tais como as taxas administrativas, taxas de gestão de investimentos, taxas de custódia, taxas de garantia, taxas de auditoria, taxas de publicidade e taxas jurídicas, entre outras, que - em conjunto - reduzem os ativos acumulados (e consequentemente as aposentadorias) em um período de 40 anos em até 39 por cento na Letônia, 31 por cento na Estônia e 20 por cento na Bulgária.

(f) Governança frágil - captura das funções de regulação e supervisão: A captura do regulador é a situação em que uma agência reguladora, criada para defender o interesse público, age em benefício de determinados grupos de interesse econômico do setor que devia ser objeto de regulação. Em geral, a gestão, supervisão e regulamentação dos fundos privados foram fracas; os laços estreitos entre os políticos e o setor financeiro, bem como a escassez de pessoal qualificado de alto nível na regulamentação dos mercados financeiros, contribuíram para a seleção de reguladores que já atuavam no setor, acomodando assim os interesses privados. Além disso, em muitos países, como o Estado Plurinacional da Bolívia e a Polônia, o envolvimento dos parceiros sociais na supervisão dos fundos de pensão privados foi excluído, prejudicando assim a supervisão em vigor.

(h) Quem se beneficiou das poupanças de aposentadoria das pessoas? O setor financeiro. E esta é uma questão séria para o desenvolvimento nacional. Em muitos países, as reservas da previdência na fase acumulativa foram usadas para o desenvolvimento nacional, como foi feito na Europa. No entanto, o uso de fundos de previdência para investimento público nacional em geral se perdeu nos sistemas privatizados de capitalização, que investiram as poupanças individuais em mercados de capitais buscando retornos elevados, sem colocar as metas nacionais de desenvolvimento como prioridade. As experiências de privatização nos países em desenvolvimento mostram que o setor financeiro, os administradores privados e as empresas comerciais de seguros de vida são, aparentemente, quem mais se beneficia da poupança previdenciária das pessoas - muitas vezes são os grupos financeiros internacionais que detêm a maioria dos fundos investidos. De fato, na maioria dos países, os regulamentos nacionais de investimentos não incluem quaisquer restrições ao investimento dos fundos de previdência no exterior, mesmo em países com extrema necessidade de investimentos sociais e econômicos, por exemplo na Armênia, Bulgária, Croácia, República Tcheca, Estônia, Lituânia, Romênia e Eslováquia. Em outros casos, alguns limites são indicados: no Chile, os administradores de previdência privada podem investir até 80 por cento de seus ativos - correspondendo a 56 por cento do PIB do Chile - em mercados externos.




TRABALHADOR CONTRIBUI, 

E QUEM LUCRA É A ADMINISTRADORA DE FUNDOS E PENSÕES
(OU SEJA OS BANCOS)
VEREMOS ESSE LUCRO DOS BANCOS NO PRÓXIMO ANO. QUANDO VOCÊ SE APOSENTAR LHE RESTITUIRÃO UMA MISÉRIA. 



"Último informe da OIT (Organização Internacional do Trabalho): dos 30 países que privatizaram parcial ou totalmente seus sistemas nas últimas três décadas, 18 voltaram para um sistema público devido ao completo fracasso da privatização".








ECONOMIA POLÍTICA LIBERAL E NEOLIBERAL



A Sociedade Mont Pèlerin (Société du Mont Pèlerin, ou Mont Pelerin Society) é uma organização internacional fundada em 1947, composta por filósofos, economistas e políticos de diversos países, reunidos em torno da promoção do liberalismo e de seus valores e princípios. A sociedade defende a liberdade de expressão, livre mercado e os valores políticos de uma sociedade aberta, sendo orientada por um ideário liberal ou, segundo seus críticos, neoliberal. Entre seus fundadores, incluem-se Friedrich Hayek, Frank Knight, Bertrand de Jouvenel, Karl Popper, Ludwig von Mises, George Stigler e Milton Friedman.

Esta sociedade foi fundada após uma conferência internacional organizada por Friedrich Hayek, na localidade de Mont-Pèlerin, próxima às cidades de Vevey e Montreux, na Suíça, e recebeu o nome do local desse seu primeiro encontro, mas não tem sede. Seus membros provêm dos vários continentes e pertencem a diversas correntes do pensamento liberal. Entre seus membros efetivos, inicialmente 50 e hoje em torno de 600, encontram-se oito ganhadores do "Prêmio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel": Gary Becker, George Stigler, James Buchanan, Maurice Allais, Milton Friedman, Douglass North e Ronald Coase, além do próprio Hayek.
Do Brasil, o diplomata brasileiro José Osvaldo de Meira Penna foi integrante da entidade há algumas décadas, assim como Henry Maksoud. Os outros membros brasileiros são Henri Chazan, Margaret Tse, Leonidas Zelmanovitz, Cândido Prunes, José Luiz Carvalho, André Burger, Paulo Ayres, Márcio Chalegre Coimbra e Ricardo Gomes.Sidney Maga

Em sua "Declaração de Objetivos", em 8 de abril de 1947, os estudiosos estavam preocupados com os perigos enfrentados pela civilização, afirmando o seguinte:

Em grandes extensões da superfície da Terra, as condições essenciais da dignidade e liberdade humanas já desapareceram. Em outros, eles estão sob constante ameaça do desenvolvimento das tendências atuais da política. A posição do indivíduo e do grupo voluntário é progressivamente prejudicada por extensões do poder arbitrário. Mesmo a posse mais preciosa do homem ocidental, a liberdade de pensamento e expressão, é ameaçada pela disseminação de credos que, reivindicando o privilégio de tolerância quando estão na posição de minoria, buscam apenas estabelecer uma posição de poder na qual possam suprimir e obliterar todos os pontos de vista, exceto os deles.
O grupo também declarou que é "difícil imaginar uma sociedade em que a liberdade possa ser efetivamente preservada" sem o "poder e iniciativa difundidos" associados à "propriedade privada e ao mercado competitivo" e achou desejável, entre outras coisas, estudar os seguintes assuntos:

1. A análise e exploração da natureza da crise atual, a fim de levar a outras pessoas suas origens morais e econômicas essenciais.

2. A redefinição das funções do Estado para distinguir mais claramente entre a ordem totalitária e a liberal.

3. Métodos para restabelecer o Estado de Direito e assegurar seu desenvolvimento de tal maneira que indivíduos e grupos não estejam em posição de invadir a liberdade de terceiros e os direitos privados não podem se tornar uma base de poder predatório.

4. A possibilidade de estabelecer padrões mínimos por meios não contrários à iniciativa e ao funcionamento do mercado.

5. Métodos de combate ao mau uso da história para promover credos hostis à liberdade.

6. O problema da criação de uma ordem internacional propicia à salvaguarda da paz e da liberdade e permitindo o estabelecimento de relações econômicas internacionais harmoniosas ".
O grupo "procura não estabelecer uma ortodoxia meticulosa e dificultadora", "realizar propaganda" ou alinhar-se com algum partido. O objetivo é facilitar "a troca de pontos de vista [...] para contribuir para a preservação e melhoria da sociedade livre".



"NEW DEAL", ESTADO PROVIDÊNCIA, 
ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL



A crise do liberalismo econômico com a quebra da bolsa de valores de Nova Yorque, em 1929, exigiu a intervenção do Estado sobre a economia. Esse evento da quebra da bolsa ameaçou os princípios do liberalismo clássico ao deflagrar uma das maiores crises até então presenciadas na história do capitalismo. Crise esta que se espalhou como um incêndio pelo mundo todo. Nesse fundo histórico surge o plano econômico chamado de "New Deal", desenvolvido pelo então presidente dos USA Franklin Delano Roosevelt. Esse plano tinha o objetivo de recuperar e reformar a economia estadunidense, além de auxiliar os trabalhadores desempregados, pela Grande Depressão. 


Franklin Delano Roosevelt (1882-1945)

Eleito presidente em 1932, Franklin Delano Roosevelt tinha como seu máximo desafio reerguer a maior economia da época. Inspirados pelos princípios do economista John Maynard Keynes, um grupo de economistas do governo propôs então o chamado "New Deal". Desta forma, esse plano foi implementado nos Estados Unidos entre os anos de  1933 e 1937.



Franklin Delano Roosevelt e ministros 
Cartaz mostrando que o governo oferecia empregos 

NEW DEAL 1933-1937



ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL

O “Estado de Bem-estar Social” (do inglês, “Welfare State”), ou estado providência, é uma perspectiva de Estado para o campo social e econômico, na qual a distribuição de renda para a população (despossuída), bem como a prestação de serviços públicos básicos, são considerados como uma forma de combate às desigualdades sociais. Combate este realizado pelo estado, através de politicas públicas que que visam devolver a dignidade ao ser humano.

Portanto, neste ponto de vista, o Estado é o agente que promove e organiza a vida social e econômica, proporcionando aos indivíduos bens e serviços essenciais durante toda sua vida. 

Com efeito, esse modelo de gestão pública é típico em sistemas social-democratas das sociedades ocidentais modernas e, atualmente, seus melhores exemplos podem ser encontrados nas políticas públicas da Noruega, Dinamarca e Suécia.

CARACTERÍSTICAS DO ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL

A principal característica do Estado de Bem-estar Social é a defesa dos direitos dos cidadãos à saúde, educação, segurança, aposentadoria, etc.; a despeito disso, o modelo mais conhecido de políticas públicas é o Keynesiano, de John Maynard Keynes (1883-1946), que rompe com a visão de livre-mercado em favor da intervenção estatal na economia.
Este sistema foi adotado pelo presidente Franklin Delano Roosevelt durante a década de 1930, como parte de seu programa de recuperação econômica, o “New Deal”, o qual, para além das grandes obras, aumentou os salários e fixou os preços dos produtos evitando a inflação e a desvalorização da moeda (US dolar).

É uma característica nos países de Estado de Bem-estar Social a estatização de empresas (principalmente em setores estratégicos), bem como a criação de mecanismos para promover serviços públicos gratuitos e de qualidade, como água e esgoto, moradia, benefícios trabalhistas, educação, saúde, transporte e lazer para toda população. 

Para tanto, o Estado necessita interferir na economia, regulando-a de modo a gerar emprego e renda, ao passo em que estimula a produção. Por conseguinte, as jornadas de trabalho são de no máximo de 8 horas, o trabalho infantil é proibido e os trabalhadores possuem direito a seguro-desemprego e Previdência Social e assistência social.

Constituição Cidadã de 1988 

Dispõe o artigo 194, da nossa Constituição Federal, que a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
E isso constitui-se num imenso avanço em relação as constituições anteriores. Tornando o Brasil talvez o único país com mais de 200 milhões de habitantes a dispor de um Sistema Universal de saúde pública. Já a saúde, nos termos do artigo 196, da Constituição Cidadã, “é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Enquanto a assistência social (artigo 203, Constituição Cidadã de 1988) “será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social”.
A previdência social (art. 201), por sua vez, será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; proteção à maternidade, especialmente à gestante; proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; e pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. 
Como pode ser visto,  todos os cidadãos, portanto, tem direito à saúde. Já a assistência fica restrita a quem dela necessitar. A previdência, por sua vez, além de ser de filiação obrigatório, tem caráter contributivo, ou seja, quem não contribuir não terá direito aos benefícios desta.

Causas do Estado de Bem-Estar Social

A principal causa que precipitou a implementação de Estados de Bem-estar Social pelo mundo foi à crise do Liberalismo, o modelo que pregava a liberdade mercado em relação ao Estado. 
Portanto, a introdução do estado de bem-estar social foi uma resposta à crise do início do século XX, da qual a Primeira Guerra Mundial e a depressão econômica 1929 (Crise de 1929) foram um sintoma.
Não obstante, este conjunto de políticas públicas foram também uma espécie de revide aos movimentos trabalhistas e ao socialismo soviético, o qual rivalizou com o modelo Capitalista durante a Guerra Fria. 
Sem espanto, era preciso demonstrar qual dos modelos proporcionava uma melhor qualidade de vida aos seus cidadãos. 
Não existe outro modo de milhões e milhões de trabalhadores pagarem por um serviço com os salários que são praticados pelas empresas na atualidade; desse modo a Constituição garante que um mínimo de serviços seja destinado a esse contingente de humanos, usando o fundo público. A exploração da força de trabalho de 95% da população tem gerado desde o inicio do sec.XX riquezas imensuráveis, e uma fração dessa riqueza deve voltar ao trabalhador via medidas de bem-estar promovidas pelo estado. Todos sabemos que não existe vagas de emprego para os sete bilhões de humanos que existem no mundo, algum nível de desemprego sempre existirá. Assim, o estado deve prover políticas publicas para amenizar a vida dessas pessoas. 

Contexto histórico

Durante a década de 1920, os Estados Unidos era uma economia favorecida e superaquecida pela demanda de produtos pela Europa em reestruturação do pós-guerra (1914-1918).
Assim, com rápido crescimento da economia estadunidense após a guerra, houve um período de grande euforia econômica, essa década ficou conhecida como "Roaring Twenties" (em tradução livre: Loucos Anos Vinte, selvagens anos vinte). Nessa década, devido a superprodução de bens de consumo e a especulação financeira, gerou-se uma bolha na economia dos Estados Unidos.Uma das causas foi que no final dos anos de 1920, os países europeus já tinham se recuperado da primeira grande guerra (WWI), o que levou a economia estadunidense ao colapso, pois não havia para onde escoar seus produtos. A seguir veja os passos que levaram à quebra da bolsa e a resseção econômica. 

EUFORIA COM O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA
AMPLIAÇÃO DO CRÉDITO
AUMENTO DO CONSUMO
SURGIMENTO DE NOVAS EMPRESAS
AUMENTO DA PRODUÇÃO
AUMENTO DOS INVESTIMENTOS NA BOLSA DE VALORES
(ESPECULAÇÃO FINANCEIRA: supervalorização das ações)
MERCADORIAS ESTAGNADAS (sem compradores internos ou externos) 
(CRISE DE SUPERPRODUÇÃO)
DESVALORIZAÇÃO DAS EMPRESAS
GRANDE FLUXO DE VENDAS DE AÇÕES 
QUEDA DA BOLSA DE NOVA YORQUE E COLAPSO DA ECONOMIA DOS USA
(CRISE DO LIBERALISMO ECONÔMICO) 

SOLUÇÃO DA CRISE


PLANO ECONÔMICO "NEW DEAL" APLICADO POR FRANKLIN D. ROOSEVELT

Por esse motivo, o presidente Roosevelt lança, em 1933, o programa de recuperação econômica para os Estados Unidos, o “New Deal”, que consistiu basicamente em investimento maciço em obras públicas, destruição dos estoques de gêneros agrícolas e na diminuição da jornada de trabalho.
Por fim, na década de 1970, o esgotamento deste modelo torna-se evidente, ao ponto de Margaret Thatcher, chefe de estado inglesa, admitir que o Estado não tinha mais condições econômicas para custear o Estado Providência, dando início a era Neoliberal no Ocidente.


O plano econômico do "New deal" apresentava quatro itens:

(I) investimento maciço em infraestrutura do pais, i.e.,  em obras públicas: o governo investiu US$ 4 bilhões (de dólares) na construção de edifícios públicos,  usinas hidrelétricas, barragens, pontes, hospitais, escolas, aeroportos, estradas e rodovias, parques públicos etc.  

(II) destruição dos estoques de gêneros agrícolas, como algodão, trigo e milho, a fim de conter a queda dos preços dessas mercadorias;
(diga-se de passagem: somente no capitalismo se poderia pensar numa ação desse tipo, havendo milhões de pessoas passando fome; mesmo em estados racionais e ditos civilizados, a única alternativa para conter a queda de preços foi a destruição e não a distribuição desses gêneros para os mais necessitados e precarizados) pela crise que não foi produzida pelos trabalhadores; 

(III) controle do estado sobre os preços e a produção, para evitar a superprodução na agricultura e na indústria e o aumento da inflação; alem disso com empréstimos e auxílios a pequenas e grandes propriedades, o governo auxiliava esses produtores a pagar suas dívidas acumuladas, incentivava a variedade de gêneros agrícolas produzidos e atraía as pessoas para a zona rural, pois o êxodo rural estava em crescimento e gerando problemas sociais na zona urbana.

(IV) diminuição da jornada de trabalho para 8 horas, com o objetivo de abrir novos postos. Com a diminuição da jornada para 8 horas as indústrias necessitavam de mais mão de obra, e então contratavam mais. Além disso, fixou-se o salário mínimo (minimum wage), criaram-se o seguro-desemprego e o seguro-aposentadoria (para os trabalhadores maiores de 65 anos).

Outro importante projeto do "New deal" o "Federal Project Number One", a WPA empregou músicos, artistas, escritores, atores e diretores em grandes projetos de artes, teatro, mídia e alfabetização. Quase todas as comunidades nos Estados Unidos tiveram um novo parque, ponte ou escola construída pela agência. O orçamento inicial da WPA em 1935, foi de US$ 4,9 bilhões (cerca de 6,7 por cento do PIB de 1935). Dirigida por Harry Hopkins, a WPA forneceu emprego e renda para os desempregados durante a Grande Depressão nos Estados Unidos. Em seu ápice, em 1938, ofereceu empregos remunerados para três milhões de desempregados, homens e mulheres, bem como para jovens em uma divisão distinta, a "National Youth Administration". Entre 1935 e 1943 quando essa agência foi dissolvida. 


Essas políticas econômicas, foram adotadas quase simultaneamente por Roosevelt nos Estados Unidos e por Hjalmar Schacht na Alemanha e, cerca três anos mais tarde, foram racionalizadas pelo economista John Maynard Keynes em sua obra clássica Teoria geral do emprego, do juro e da moeda.


CARACTERÍSTICAS DO ESTADO 
DE BOM ESTAR SOCIAL:


1) FORDISMO NA PRODUÇÃO, I.E., AS GRANDES PLANTAS INDUSTRIAIS REALIZAVAM ATIVIDADE ECONÔMICA, DESDE A COLETA DA MATÉRIA PRIMA, PRODUZIAM BENS, CONTROLAVAM A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PRODUÇÃO, A DISTRIBUIÇÃO DESSES BENS DURÁVEIS E DE QUALIDADE E LONGA DURABILIDADE E O CONTROLE DOS PREÇOS.

2) INCLUSÃO CRESCENTE DOS INDIVÍDUOS NO MERCADO DE TRABALHO, ORIENTANDO-SE PELA IDEIA DO PLENO EMPREGO.

3) MONOPÓLIOS E OLIGOPÓLIOS TRANSNACIONAIS OU MULTINACIONAIS 
ERAM REGULADOS PELO ESTADO QUE ATUAVA COMO PARCEIRO E REGULADOR O QUE FOI FEITO ATRAVÉS DO FUNDO PUBLICO.




1947

Esse grupo da MPS (Mont Pelerin Society) opõe-se frontalmente ao estado de bem estar social, de estilo Keinesiano e social-democrata.
Contra a politica do New deal de Franklin Delano Roosevelt.

Atacam os encargos sociais (do governo) que tem a função regular as atividades de mercado. Para os assim chamados "neoliberais" o estado do bem-estar social destruiria a liberdade dos indivíduos e a competição, sem as quais não há prosperidade. Note que para eles o único gerador de prosperidade seria a competição, que por si só é uma falácia. 
A força política e ideológica desse grupo, deu origem a Escola de Chicago (de Economia). 

Para esse grupo a crise capitalista de 1970 (baixas taxas de crescimento econômico e altas taxas de inflação a famosa estagflação), assim, essa crise para esses pensadores, teria sido gerada pelo poder excessivo dos sindicatos e pelo poder dos movimentos operários. Essas entidades geraram demandas por melhores salários dos trabalhadores e por melhores condições de trabalho, melhor sistema de saúde, melhor educação e uma previdência que contemplasse os anos nos quais os trabalhadores não podem  mais ser explorados (velhice) (encargos sociais do estado). 
Os sindicatos e os movimentos operários, teriam diminuído a margem de lucro das empresas, o que deveria ser combatido. Pois, para eles são as empresas e não os operários que produzem a riqueza. Teriam assim destruído os níveis de lucro requeridos pelas empresas e desencadeado processos inflacionários incontroláveis (Chauí, 2019). 

Assim, eles preconizaram: 

(I) um estado forte para controlar as organizações dos operários e os sindicatos; para controlar o dinheiro público (gastos públicos com encargos sociais); cortar drasticamente os encargos sociais e investimentos na economia.

(II) criar um estado cuja meta principal seja a estabilidade monetária, contendo os gastos sociais e restaurando os nível de desemprego necessário para fornecer um estoque de mão de obra de reserva, para enfrentar greves dos sindicatos.

(III) o estado deve realizar uma reforma fiscal para incentivar os investimentos privados; diminuição dos impostos sobre o capital e as grandes fortunas e aumentar os impostos sobre a venda individual, portanto aumentando os impostos sobre o trabalho, sobre o consumo e o comércio. 

(IV) O estado deve se afastar da regulação da economia, deixando o mercado com suas regras próprias, para que ele operasse a desregulação; abolição dos investimentos estatais na produção, abolição  do controle estatal sobre o fluxo financeiro, drástica legislação anti-greve e vasto programa de privatização. 


CHILE - UK - USA (e depois por todo o planeta)

A Sociedade Mont Pèlerin (em francês Société du Mont Pèlerin, em inglês Mont Pelerin Society) é uma organização internacional fundada em 1947, composta por filósofos, economistas e políticos de diversos países, reunidos em torno da promoção do liberalismo e de seus valores e princípios. A sociedade defende a liberdade de expressão, livre mercado e os valores políticos de uma sociedade aberta, sendo orientada por um ideário liberal ou, segundo seus críticos, neoliberal. Entre seus fundadores, incluem-se Friedrich Hayek, Frank Knight, Bertrand de Jouvenel, Karl Popper, Ludwig von Mises, George Stigler e Milton Friedman.
Esta sociedade foi fundada após uma conferência internacional organizada por Friedrich Hayek, na localidade de Mont-Pèlerin, próxima às cidades de Vevey e Montreux, na Suíça, e recebeu o nome do local desse seu primeiro encontro, mas não tem sede. Seus membros provêm dos vários continentes e pertencem a diversas correntes do pensamento liberal. Entre seus membros efetivos, inicialmente 50 e hoje em torno de 600, encontram-se oito ganhadores do "Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel": Gary Becker, George Stigler, James Buchanan, Maurice Allais, Milton Friedman, Douglass North e Ronald Coase, além do próprio Hayek.
Do Brasil, o diplomata brasileiro José Osvaldo de Meira Penna foi integrante da entidade há algumas décadas, assim como Henry Maksoud. Os outros membros brasileiros são Henri Chazan, Margaret Tse, Leonidas Zelmanovitz, Cândido Prunes, José Luiz Carvalho, André Burger, Paulo Ayres, Márcio Chalegre Coimbra e Ricardo Gomes.Sidney Maga

Em sua "Declaração de Objetivos", em 8 de abril de 1947, os estudiosos estavam preocupados com os perigos enfrentados pela civilização, afirmando o seguinte:

Em grandes extensões da superfície da Terra, as condições essenciais da dignidade e liberdade humanas já desapareceram. Em outros, eles estão sob constante ameaça do desenvolvimento das tendências atuais da política. A posição do indivíduo e do grupo voluntário é progressivamente prejudicada por extensões do poder arbitrário. Mesmo a posse mais preciosa do homem ocidental, a liberdade de pensamento e expressão, é ameaçada pela disseminação de credos que, reivindicando o privilégio de tolerância quando estão na posição de minoria, buscam apenas estabelecer uma posição de poder na qual possam suprimir e obliterar todos os pontos de vista, exceto os deles.
O grupo também declarou que é "difícil imaginar uma sociedade em que a liberdade possa ser efetivamente preservada" sem o "poder e iniciativa difundidos" associados à "propriedade privada e ao mercado competitivo" e achou desejável, entre outras coisas, estudar os seguintes assuntos:

1. A análise e exploração da natureza da crise atual, a fim de levar a outras pessoas suas origens morais e econômicas essenciais.

2. A redefinição das funções do Estado para distinguir mais claramente entre a ordem totalitária e a liberal.

3. Métodos para restabelecer o Estado de Direito e assegurar seu desenvolvimento de tal maneira que indivíduos e grupos não estejam em posição de invadir a liberdade de terceiros e os direitos privados não podem se tornar uma base de poder predatório.

4. A possibilidade de estabelecer padrões mínimos por meios não contrários à iniciativa e ao funcionamento do mercado.
5. Métodos de combate ao mau uso da história para promover credos hostis à liberdade.

6. O problema da criação de uma ordem internacional propicia à salvaguarda da paz e da liberdade e permitindo o estabelecimento de relações econômicas internacionais harmoniosas ".

O grupo "procura não estabelecer uma ortodoxia meticulosa e dificultadora", "realizar propaganda" ou alinhar-se com algum partido. O objetivo é facilitar "a troca de pontos de vista [...] para contribuir para a preservação e melhoria da sociedade livre".



NEOLIBERALISMO 



Neoliberalismo é um novo conceito do liberalismo clássico. Sua principal característica é a defesa de maior autonomia dos cidadãos nos setores político e econômico e, logo, pouca intervenção estatal.
O Liberalismo surgiu no século XVIII em oposição ao Mercantilismo e às imposições aos trabalhadores em consequência da Revolução Industrial.
Seus ideais, entretanto, foram interrompidos pelo surgimento do keynesianismo, que surgiu após a Segunda Guerra Mundial e pregava ideias opostas.
Anos depois, o modelo do keynesianismo foi criticado, dando oportunidade para o regresso dos ideais do liberalismo econômico. Dado o contexto histórico, ele regressa no século XX com o nome de neoliberalismo.


NEOLIBERALISMO ECONÔMICO

O neoliberalismo econômico teve lugar a partir da década de 1970. Substituiu as medidas do modelo keynesiano, apoiando os princípios capitalistas.
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico, a ênfase principal é a não interferência do Estado na economia.
Os neoliberais defendem que a economia deve ser baseada no livre jogo das forças do mercado. Segundo eles, isso garantiria o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. O que não é verdadeiro, temos exemplo disso vivido pelo Chile em 2019. 


CARACTERÍSTICAS DO NEOLIBERALISMO

I. Privatização de empresas estatais.

II. Livre circulação de capitais internacionais.

III. Abertura econômica para a entrada de empresas multinacionais.

IV. Adoção de medidas contra o protecionismo econômico (isso não pode ser feito uma vez que se o estado não regular esse setor o próprio estado quebra ou sucumbe frente a outros estados que produzem mais, com menos gastos, e em menor tempo). Mesmo os USA realiza um forte protecionismo no seu mercado, isso para favorecer os seus produtos, que são manufaturados internamente e assim, aumentar o lucro dos seus cidadãos.

V. Redução de impostos e tributos cobrados indiscriminadamente.


NEOLIBERALISMO NO BRASIL

No Brasil, o liberalismo foi adotado nos governos do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 a 1998 e 1999 a 2002 e no governo do presidente Lula 2002 a 2006 e 2006 a ). Nessa época forma implantadas reformas consideradas essenciais para modernizar o país e garantir a estabilidade econômica.
O neoliberalismo ganhou ampla aceitação nas décadas de 1980 e 1990, principalmente após o fim do socialismo no Leste europeu. Os pontos básicos do projeto neoliberal para os países americanos foram sintetizados no chamado "Consenso de Washington", em 1989.
Integrantes do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial reuniram-se para analisar as economias do continente. Além dessas organizações, também se reuniram os representantes dos Estados Unidos e de diversos países latinos americanos.
Dessa reunião resultou um conjunto de medidas para controlar a inflação e modernizar o Estado. São elas:

I. Ajuste fiscal – limitação dos gastos do Estado de acordo com a arrecadação, eliminando o déficit público. 

II. Redução do tamanho do Estado – limitação da intervenção do Estado na economia e redefinição do seu papel, com o enxugamento da máquina pública. 

(A falácia do enxugamento do estado é uma das mais citadas em debates. Em tese o estado nunca será mínimo. Pois um estado mínimo leva ao aumento da desigualdade social na população de trabalhadores, além disso, o estado pode ser minimo na saúde, educação, previdência mas nunca em segurança já que no neoliberalismo é necessário um grande contingente para evitar revoltas da população, pois se todas essas medidas forem adotadas a população trabalhadora se rebelará o que conduzirá a nação a uma guerra civil).

III. Privatização – venda das empresas estatais que não se relacionam com as atividades específicas do Estado. 
(Essa medida leva a uma dependência do estado nacional de outras economias, que forneçam insumos estratégicos, ou seja, levara mais cedo ou mais tarde ao fim do estado. Em outras palavras, se tudo for privatizado, o estado deixará de existir, e o pais não terá poder nem como negociar com os donos do capital). 


IV. Abertura comercial – redução das alíquotas de importação e estímulo ao intercâmbio comercial, de forma a ampliar as exportações e impulsionar o processo de globalização da economia. 
(Nesse caso também deve existir uma regulação do estado, uma vez que se a economia for totalmente aberta a indústria nativa deixa de existir já que necessita de incentivos do estado para subsistir. Todos os estados nacionais atualmente praticam um protecionismo em relação as suas empresas, em maior ou menor grau). 

V. Abertura financeira – fim das restrições à entrada de capital externo e permissão para que instituições financeiras internacionais possam atuar em igualdade de condições com as do país. 
(Outra falácia que o mercado financeiro internacional quer colocar “guela a baixo” nas economias emergentes e países subdesenvolvidos. É óbvio que com esse tipo de abertura quem lucrará são as nações ditas desenvolvidas, que especulam com as comodities de países pobre e em desenvolvimento. 

VI. Fiscalização dos gastos públicos e fim das obras faraônicas. 
(Obras faraônicas inexistem na maioria dos países atuais. Obras públicas que propiciam serviços à população devem sempre ser incentivadas e recursos alocados para esse fim). 

VII. Investimento em infraestrutura básica. O estado tem por dever prover sempre a infraestrutura básica, nesse caso abrindo frentes de trabalho para seus cidadãos em todos os espaços, já que a iniciativa privada jamais faria um trabalho desses. 

VIII. Terceirização.

No Brasil, uma das críticas às medidas neoliberais implantadas é que apesar de estabilizar a economia, o neoliberalismo não resolveu os graves problemas sociais do país. Não resolveu e nem resolvera, assim como não resolveu de nenhum pais que adotou esse sistema. As medidas só iniciam a dar resultado muitos anos depois de adotas e lentamente geram um grande “fosso” entre os trabalhadores e a elite. O neoliberalismo é o principal gerador de desigualdade social. 

O Brasil tem adotado o neoliberalismo a conta-gotas. Todavia com a eleição do Bolsonaro, esse sistema produtor de desigualdade tem disso adotado aceleradamente. O neoliberalismo já foi adotado nos seguintes países: Argentina, Chile, Estados Unidos, Grã-Bretanha (Escócia, Inglaterra e País de Gales), México, Peru e Venezuela. 

Em nenhum desses países ele produziu efeitos benéficos. Os supostos efeitos benéficos só foram sentidos por uma classe especifica, qual seja, a elite (banqueiros, rentistas, especuladores). Em todos esses países citados aumentou enormemente a desigualdade social. Educação privatizada, saúde privatizada, segurança privatizada, água, esgotos, privatizados, previdência privatizada. A única classe que ainda é sustentada pelo contribuinte é a classe das Forças Armadas. Os ideólogos do neoliberalismo latino-americano já sabiam de antemão que deviam salvaguardar alguém e escolheram o braço armado pois para introduzir o neoliberalismo somente à força. Assim, as forças armadas são mantidas pelo erário público, todas as demais dependem de previdência privada e capitalização. 

O Chile foi o primeiro país do planeta a privatizar sua previdência. O maior erro de todos os tempos. Ninguém assinaria uma procuração em branco para que terceiros administrassem seu dinheiro. E foi isso que no Chile, o ditador Pinochet fez. Chile colocou em prática algo que só existia em livros teóricos de economia, e que nunca havia sido testado: cada trabalhador faz a própria poupança, que é depositada em uma conta individual, em vez de ir para um fundo coletivo. Enquanto fica guardado, o dinheiro é administrado por empresas privadas, que podem investir no mercado financeiro, cobrando por essa administração.Trinta e cinco anos depois, porém, o país vive uma situação insustentável, segundo sua própria presidente, Michelle Bachelet. O problema: o baixo valor recebido pelos aposentados. Enquanto as administradoras dos fundos e seus acionistas ficaram bilionários, o trabalhador amarga uma renda que nem possibilita sua subsistência na fase mais difícil da vida, a velhice. 
Atualmente a população chilena se revoltou contra os princípios do neoliberalismo constantes na constituição Chilena. Exigindo uma nova assembleia constituinte, já que a atual foi outorgada por um governo ditatorial e genocida. 

Cristóbal Bellolio, professor da Universidade Adolfo Ibáñez, e Claudio Fuentes, professor de Ciência Política da Universidade Diego Portales afirmam que "este é certamente um problema estrutural do sistema socioeconômico chileno". "Não é um mistério e nem é de hoje que o Chile seja um país muito desigual. Para estes professores, o aumento da passagem do metrô se soma ao aumento do custo da eletricidade, da água e da crise no sistema público de saúde. Os protestos também têm a ver com pensões (aposentadoria): o Chile discute há muitos anos uma reforma do sistema privatizado de previdência, que, para a maioria da população, é um sistema que promove a desigualdade, onde poucos (banqueiros) ganham muito e o trabalhador que investe seu dinheiro por mais de trinta anos não recebe o suficiente para sobreviver no final de sua vida. "É uma mistura que não oferece esperança de tempos melhores, que é precisamente a promessa do governo atual de Sibastián Piñera. Pelo contrário, acho que as pessoas estão percebendo agora que o tudo é está piorando". Apesar do neoliberalismo, "houve um grande crescimento da classe média, mas é uma classe média precária, com baixas pensões, altos níveis de dívida e que vive muito de crédito e salários muito baixos. É uma situação em que o dia a dia é precário, cheio de incertezas ".

O Chile foi o primeiro país neoliberal, sob o ditador Augusto Pinochet. Umas das “vitrines” do neoliberalismo, o Chile, frequentemente usado como exemplo lapidar do neoliberalismo em ação por mais tempo no planeta, está desmoronando exatamente agora. Nesse país praticamente tudo foi privatizado, não havendo fonte alguma de recursos além dos impostos da população. O país foi tratado como uma empresa que deve geral lucro. Mas os gestores esqueceram de alimentar a galinha dos ovos de ouro: o povo. Agora o povo está à mingua, o que gerou uma revolta de proporção catastrófica para o próprio neoliberalismo. O neoliberalismo mostrou o ponto onde todos que o adotam como modelo chegarão: a saber, na desigualdade extrema entre as classes. 




De acordo com o economista Kristian Niemietz, pesquisador do Institute of Economic Affairs (IEA), o ministro responsável pela mudança, 
José Manuel Piñera Echenique, teve a ideia de privatizar a previdência após ler o economista americano Milton Friedman (1912-2006), um dos maiores defensores do liberalismo econômico no século passado. Hoje, todos os trabalhadores chilenos são obrigados a depositar ao menos 10% do salário por no mínimo 20 anos para se aposentar. A idade mínima para mulheres é 60 anos e para homens, 65anos. Não há contribuições dos empregadores ou do Estado. Já os militares não estão sujeitos a essa previdência, sendo financiados pelo estado e por isso não possuem uma idade minima para se aposentar nem estão sujeitos às administradoras de fundos e pensões.
Agora, quando o novo modelo começa a produzir os seus primeiros aposentados, o baixo valor das aposentadorias estarreceu a todos: 90,9% da população recebem menos de 149.435 pesos (cerca de R$ 694,08). Os dados foram divulgados em 2015 pela Fundação Sol, organização independente chilena que analisa economia e trabalho, e fez os cálculos com base em informações da Superintendência de Pensões do governo. O salário mínimo do Chile é de 264 mil pesos (cerca de R$ 1,226.20).

J
osé Manuel Piñera Echenique (1948), membro da família Piñera e irmão do atual presidente do Chile Sebastián Piñera, é economista chileno, conhecido por seu papel na geração e implementação de reformas liberais, que ele chamou de "as sete modernizações" durante a ditadura do general Augusto Pinochet, período em que atuou como Ministro de Estado nas carteiras do Trabalho e Previdência Social e Mineração. Ele foi o criador do sistema de previdência privada (AFP), com base na capitalização individual e no "plano de trabalho".   





NEOLIBERALISMO NA EDUCAÇÃO


As aspirações neoliberais verdadeiramente surtiram efeito na educação. Isso se observa porque a escola é vista como uma empresa que deve gerar lucro e esta inserida no mercado que tem suas regras próprias.  E estamos vendo o inicio de da ideia da privatização do ensino público. 
Há uma discussão de anos (desde 1998 ou mesmo antes), onde medidas governamentais levam a uma precarização das universidades, levando a ideia de que as instituições públicas não dão lucro e não sabem se autogerir, devendo ser privatizadas.
Surgem os cursos profissionalizantes, os quais preparam o aluno para o mercado de trabalho, mas limitam a sua capacidade crítica.
Além disso, outro fato que corrobora o pensamento neoliberal é o maior número de aprovação dos alunos, apesar da sua baixa qualidade de aprendizagem e ausência de pensamento crítico.








Bibliografia



https://lucianarusso.jusbrasil.com.br/artigos/112319034/seguridade-social-e-o-mesmo-que-previdencia-social

https://en.wikipedia.org/wiki/Mont_Pelerin_Society

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_Mont_P%C3%A8lerin

https://www.todamateria.com.br/neoliberalismo/

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/new-deal.htm

https://www.estudopratico.com.br/o-que-foi-o-new-deal/

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50130830

https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Seguridade/No-Chile-capitalizacao-traz-miseria-a-aposentadoria-e-desnacionalizacao-a-economia/63/43891

https://www.abrasco.org.br/site/wp-content/uploads/2019/03/estudo_OIT.pdf

http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_neoliberalismo1.htm





















08 dezembro 2019

A IMAGEM DO REAL HOJE

O REAL RESISTE


TÍTULO DO CLIPE DE ARNALDO ANTUNES


UM DOS DEZ PILARES DO FASCISMO (TOTALITARISMO)
DESTRUIÇÃO DO REALIDADE (DESTRUIÇÃO DA VERDADE) COLOCANDO NO LUGAR UMA TEORIA DA CONSPIRAÇÃO.


O REAL RESISTE



Autoritarismo não existe 
Sectarismo não existe 
Xenofobia não existe 
Fanatismo não existe 
Bruxa fantasma bicho papão 


O real resiste 
É só pesadelo, depois passa 
Na fumaça de um rojão 
É só ilusão, não, não 
Deve ser ilusão, não não 
É só ilusão, não, não 
Só pode ser ilusão 


Miliciano não existe 
Torturador não existe 
Fundamentalista não existe 
Terraplanista não existe 
Monstro vampiro assombração 
O real resiste 
É só pesadelo, depois passa 
Múmia zumbi medo depressão 
Não, não, não, não 
Não, não, não, não 
Não, não, não, não 


Trabalho escravo não existe 
Desmatamento não existe 
Homofobia não existe 
Extermínio não existe 
Mula sem cabeça demônio dragão 
O real resiste 
É só pesadelo, depois passa 
Como o estrondo de um trovão 
É só ilusão, não, não 
Deve ser ilusão, não não 
É só ilusão, não, não 
Só pode ser ilusão 


Esquadrão da morte não existe 
Ku Klux Klan não existe 
Neonazismo não existe 
O inferno não existe 
Tirania eleita pela multidão 
O real resiste 
É só pesadelo, depois passa 
Lobisomem horror opressão 
Não, não, não, não 
Não, não, não, não 
Não, não, não, não 




Fonte: LyricFind


Compositores: Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho 
Letra de O Real Resiste © Universal Music Publishing Group 



Bibliografia 









(08/XII/2019)


TEMPOS DIFÍCEIS